domingo, 15 de maio de 2011

MINHA QUERIDA MÃE CRENTE


No blog “de Coração a Coração", de nossos queridos Nanny e Winston, em homenagem ao dia das mães, foi postado um inspirado texto de nosso Pastor, intitulado “Mãe Crente”, onde Eunice, mãe de Timóteo, foi escolhida como símbolo da mãe crente, e a quem o Apostolo Paulo se referiu em sua carta a Timóteo nos seguintes termos: “ pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti; e mais adiante “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te saio para a salvação pela fé em Cristo”. O reformador Calvino comenta que Timóteo “foi criado de tal modo que pôde sugar a piedade junto com o leite materno”.

E então, destaca o Pastor, no referido texto, algumas das qualidades de uma verdadeira mãe crente: “A mãe crente teme a Deus. Sua compreensão é que a fé não se esgota nas práticas religiosas, no atendimento aos ritos, nas práticas eclesiásticas, mas na integridade da vida, tendo como percepção fundamental a presença de Deus. A mãe crente transmite os valores da fé aos filhos. No caso de Eunice, isto já havia se consagrado numa prática de geração em geração. Ela havia recebido de Loide, sua mãe, e agora, era sua vez de passar para Timóteo. E mais: nada substitui a força de um lar no ensino de valores duráveis.Certamente, foi em casa que Timóteo conheceu a Cristo como seu único e suficiente Salvador. Por mais eficiente que seja o ministério da Igreja, reside sobre o lar uma responsabilidade maior nesta matéria. A mãe crente perpetua sua fé na vida dos filhos. Qual é o resultado do trabalho de uma mãe? A casa em ordem? A roupa lavada? A comida na mesa? Ora, todas estas coisas tem o seu lugar, no entanto, são periféricas na avaliação de desempenho; são, no máximo, meios. O produto final é o caráter dos filhos”.
Agora, continuo eu, personalizei o título deste comentário, pois não consigo generalizar, um patrimônio tão precioso, e ficar só em “mãe crente”; não dá mesmo para ser mais político, e dizer “nossa querida mãe crente”, é muito particular, é íntimo, é pessoal, daí, “Minha querida mãe crente”. Neste sentido registro dois exemplos atuais e próximos de mães crentes, mas que podem ser uma imagem “comum” de toda mãe crente. Encontrei em ambas, todos os indicadores antes referidos. Por oportuno, ambas têm características de vida muito parecidas: foram muito discretas, guardaram submissão evangélica aos seus maridos, que certamente muito as amaram, nos termos referidos pelo Apostolo Paulo em Cl 3:18,19. Foram missionárias de seus lares e Igrejas locais. Ambas, tiveram vidas extraordinariamente curtas, pouco mais de 50 abençoados anos. Deixaram contudo marcas indeléveis nas vidas de todos com quem conviveram. Delas podemos afirmar com segurança: “O Senhor a deu, o Senhor a tomou, bendito seja Deus”.
São elas também outras EUNICES, que imagino teriam provocado os mesmos elogios do Apostolo Paulo:
Dª HERMÍNIA MAINGUÉ SCHELEDER. Nasceu a 24/11/1897 em Guarapuava-PR. Era casada com o Coronel PM José Scheleder e teve dois filhos, José Scheleder Filho e Maria Luiza Scheleder Rocha Lima. Tornou-se membro da Igreja Presbiteriana de Curitiba em 3 de abril de 1927. Foi muito atuante na Sociedade Auxiliadora Feminina, sempre disposta a trabalhar na Igreja e também muito elegante em suas maneiras. Muito caridosa e fazedora do bem. Hábil no crochê, tinha por hábito presentear cada criança que nascia na Igreja com uma roupa de crochê carinhosamente tecida por ela mesma.No ano de 1964, quando a IPC abriu um lar de crianças, em propriedade doada pelo Dr. Lício Bley Vieira e sua esposa, Dª Laurete, no bairro de Santa Felicidade, alguém propôs que se desse ao lar o nome da mãe do Dr. Lício, mas ele objetou e pediu ao Rev. Oswaldo Emrich que fosse escolhido outro nome. O Rev. Emrich então propôs o nome de Dª Hermínia Scheleder, que havia falecido jovem aos 57 anos, em 25 de março de 1954, mas cuja memória ainda estava bem viva na comunidade.
Atualmente o Lar Hermínia Scheleder, administrado e mantido pela I Igreja Presbiteriana de Curitiba, abriga mais de 40 crianças, ali colocadas pelo poder Judiciário, vítimas inocentes de problemas graves nos respectivos lares.
Dª WANDA DE AMORIM FIGUEIREDO (minha mãe). Nasceu em 21/04/1920, na pequena cidade de Nazaré da Mata, interior de Pernambuco. Registro feito por minha irmã em 21/04/2011: “Indaga-se na Biblia “Mulher virtuosa quem a achará? ”. Nós tivemos o privilegio de sermos filhos de uma mulher virtuosa. Parafraseando texto bíblico, podemos dizer também: “na cidade de Recife havia dentre outras, uma mulher cujo nome era D. Wanda. Era mulher reta, íntegra, que temia a Deus e se desviava do mal”. Mais tarde casou-se com o desde sempre presbítero, e professor da Escola Dominical, Filadelfo Figueiredo, e desta união nasceram 5 filhos. Lar abençoado e abençoador, onde frequentemente os pastores buscavam um ouvido atento e uma palavra de conforto, quando a carga da Igreja se tornava pesada. Por muitos anos foi Presidente da Sociedade Auxiliadora, e por toda a vida professora de Escola Dominical, com destaque para as aulas onde as crianças ficavam deslumbradas com a magia com que narrava as histórias bíblicas com uso dos flanelógrafos. Ensinou–nos, juntamente com papai, as Escrituras Sagradas e o temor a Deus, ensinamento este fundamental em nosso caminhar, na formação de nosso caráter. Batalhou para sermos alguém na vida, muitas vezes mesmo estudando as matérias para nos ensinar, por ocasião do vestibular. Conseguiu! hoje somos dois médicos, dois engenheiros e uma economista, dois destes hoje também Pastores ungidos por Deus. Nossa mãe conseguiu, mas não teve o privilégio de desfrutar destas vitórias. Muito jovem, aos 55 anos Deus a tomou para junto de Si”. Meus registros complementares: Sua dedicatória em minha Biblia, quando eu tinha 13 anos: “No dia de sua profissão de fé, ofereço-lhe esta Biblia, rogando a Deus que o ajude a corresponder sempre ao Seu grande amor, mostrando amor a todos e reconhecendo o privilégio de ser um instrumento em Suas mãos. Sua mãe que muito o ama, ...” Campina Grande , 31.12.1961.Seu Hino preferido: “Com tua mão segura bem a minha, pois eu tão frágil sou oh Salvador, que não me atrevo a dar nem um só passo, sem teu amparo, meu Jesus, Senhor...”.Seu salmo preferido, marcado na minha Biblia: Deus é o nosso refúgio e fortaleza (Sl 46). MINHAS QUERIDAS MÃES CRENTES, QUE PRESENTE DE DEUS!
P.S. Comentários do mano pastor e médico de homens e da alma: "A Péricles os Parabéns! A D.Wanda as Honras! a Deus toda a Glória. O texto é lindo por seu conteúdo, é digno por sua verdade, é precioso por sua oportunidade em tempos quando mães jogam filhos em lixeiras". Carlos Alberto