domingo, 11 de março de 2012

VIVER OU NÃO VIVER (SIMPLESMENTE EXISTIR), EIS A QUESTÃO ! - 2





MAIS QUE SIMPLESMENTE EXISTIR. Viver com motivação certamente é fonte de prazer, e, faz de cada momento assim vivido, uma oportunidade de realização. A motivação se refere ao direcionamento do pensamento, da atenção, da ação a um objetivo visto pelo indivíduo como positivo. Esse direcionamento ativa o comportamento e engloba conceitos tão diversos como anseio, desejo, vontade, esforço, sonho, esperança entre outros. Sem motivação a vida parece estática, e monótona. Viver com significado, que independe das circunstâncias, conforme é testemunhado pelo consagrado psicólogo Viktor Frankl, criador da Logoterapia, ramo da psicologia alicerçada na busca de sentido:“a vontade de sentido está no centro do conceito de motivação; este conceito quer dizer que é profundamente inerente a todo homem uma tendência para o sentido, e a busca do sentido”. Viver com Felicidade, que outro autor de sucesso, identifica com o que chama de “experiências de fluxo, ou experiências ideais, que são as atividades descritas com as mais significativas, aquelas que quando executadas afastam preocupações e outros pensamentos. Pessoas em estado de fluxo sentem-se engajadas no desdobramento criativo de algo maior”. Motivação, significado, e felicidade nos termos indicados, estão entre as características de vida pelas quais todos nós ansiamos, e, sua vivência ainda que circunstancial, estão entre os momentos indeléveis, como sonho ou eco de uma vida autêntica, e fonte de inspiração de poetas, artistas, cientistas, etc. CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS DA VIDA ABUNDANTE. Muito além de simplesmente existir, é a vida abundante, prometida por Deus, que Ray Stedman em “A Dinâmica da Vida Autêntica” assim sumarizou: “satisfação é uma parte da vida que Deus tencionava que o homem tivesse... propósito, sentido, valor, realização ... qualidades como alegria, paz, amor, amizade, poder... todas essas coisas são aspectos da vida, e, no momento em que temos tais coisas, estamos vivendo. Certamente, foi isso que Jesus quis dizer quando afirmou: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.” Isso é Vida, com V maiúsculo. A vida plenamente vivida – amor, gozo, paz, paciência, mansidão, bondade, fé, benignidade, domínio próprio. Isso é vida!”. “MORTE É A AUSÊNCIA DESSAS QUALIDADES DE VIDA, OU O SEU OPOSTO. O que é a ausência do amor? Ódio. O que é a ausência de gozo? Infelicidade; desalento de alma. Portanto, medo, frustração, enfado, preocupação, inimizade, ciúmes, malícia, solidão, depressão, autopiedade, são característica da ausência de vida, e, assim sendo, são formas de morte. Não é preciso morrermos para experimentarmos tais coisas. Elas estão presentes em nossa experiência de seres vivos. Representam a morte em meio à vida.” Nestes termos, entre a vida e a morte, existe então a multidão dos mortos em vida. A ESSÊNCIA DA VIDA ABUNDANTE É UMA VIDA NOVA, de uma qualidade muito superior, sui generis, conforme descrita nos relatos bíblicos: “Jesus morreu por nós, para que possa viver em nós. É sua vida em nós que constitui o poder que nos capacita a viver a verdadeira vida cristã. Isso é a nova aliança. Que Ele, pelo Espírito Santo, pode realmente viver dentro de um ser humano e entrelaçar sua vida de tal forma com a daquela pessoa, que daí por diante as duas vidas devem ser consideradas como uma só. Fundamentalmente, é um acordo feito entre Deus e o homem pelo qual este receberá a vida e energia de que precisa, a fim de realizar aquilo que Deus deseja que ele realize”. Essa vida nova, que nenhum placebo de autoajuda propicia, é não obstante, permanentemente ameaçada, e, frequentemente sobrepujada, por uma inclinação ainda latente, para a velha natureza, centrada naquilo que chamamos de nosso ego. Mas, como disse Santo Agostinho, fomos feitos para desfrutar desta vida nova, centrada em Deus, e, só descansaremos quando pudermos repousar nEle. Sem esta companhia, desde já, a vida ao final se revelará insensata, fora do propósito original - do guia do fabricante - para o qual fomos criados, e, portanto, inautêntica, sem encontrar mesmo sentido e verdadeira motivação.
P.S. Seria muito bom, se, existisse um amigo verdadeiro, um amigo para sempre, e, se este amigo estivesse bem próximo quando estamos precisando de ajuda. Agora, se, este amigo é o próprio Deus, com quem posso compartilhar cada momento, e ser por Ele ajudado, posso afirmar que encontrei a fonte da felicidade; esta é a Boa Notícia (Evangelho) sobre a vida autêntica!

quinta-feira, 1 de março de 2012

VIVER OU NÃO VIVER (SIMPLESMENTE EXISTIR), EIS A QUESTÃO ! - 1

Expressões contemporâneas: “ Na lápide de muita gente deveria estar escrito: Morto aos 30 anos. Enterrado aos 60” (Nicholas Murray, escritor americano). Também, alguém já disse que “Os antigos persas acreditavam que os primeiros 30 anos deviam ser passados vivendo, e os últimos 40, compreendendo a vida”. Schopenhauer disse: “os primeiros 40 anos da vida nos dão o texto; os 30 restantes, o comentário do texto”. São expressões irônicas, para não dizer irreverentes, que destacam o desperdício do não viver, isto é, simplesmente existir.

Viver de verdade. Viver uma vida autêntica opõe-se ao não viver, simulacro de vida. A alegoria da caverna, idealizada por Platão, é uma exemplificação de como podemos estar inconscientemente vivendo na condição de escuridão que nos aprisiona, e sua libertação através da luz da verdade. “Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade”. Por oportuno, a palavra “educação” vem do latim “ducere” significando “guiar”, conduzir, e o prefixo “e” significando para fora, assim educar = tirar para fora; tirar para fora da ignorância, do erro decorrente de sombras projetadas. Imagino que, dentre outras, são “cavernas” muito de senso comum e pensamentos alheios equivocadamente assimilados como verdadeiros, conformando nossas cosmovisões, e, bem assim, as raízes de amargura e frustrações alimentadas ao longo da vida que deformam nossas visões da realidade. Com a terceira idade e a aposentadoria, estou mais atento em identificar, e sair através da luz da verdade, destas “cavernas” de pensamentos e lugares comuns.

Viver no caminho. Uma das características da vida é o movimento, símbolo de dinamismo, o que pode ser ilustrado pelo ato de caminhar. Caminhar é também símbolo de esforço, que se contrapõe a preguiça, normalmente associada com imobilismo, mesmice. O crescimento é uma forma especial de movimento; há progresso. A vida autêntica é dinâmica, é movimento. Três comparações freqüentes de como vivemos a vida: como caminhantes, participantes, solitários às vezes, tais quais peregrinos (é reconhecido que peregrinar carece caminhar-se motivado "por" ou "para algo); como observadores, distantes, que vêem a vida passar da janela, sem interagir; e, mais recentemente, como telespectadores, observadores de 2ª mão, que seguem a lei do menor esforço, de deixar que outros pensem em seu lugar; poderiam relembrar a advertência de Sócrates, de que “uma vida irrefletida não vale a pena ser vivida”. Considero que meu tempo como telespectador está minimizado, mas confesso que ainda permaneço muito como observador em detrimento de caminhante.

Já os primeiros cristãos pensaram em sua relação com Jesus Cristo, o Senhor, como o Caminho, no qual deveriam andar, um rumo claro e definido para suas vidas. Jesus Cristo disse “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”, e, convidou seus seguidores a caminharem juntos com Ele (não fossem apenas ouvintes); que conhecessem a verdade (que os libertaria de uma vida inautêntica, de sombras da realidade); e, que tivessem vida autêntica (“ Eu vim para que tenham vida e vida em abundância”); e, ainda hoje Ele nos estende este mesmo convite. Creio que este convite eu já aceitei, e me encontro no Caminho.