domingo, 22 de abril de 2012

O HOMEM, QUEM ELE É ? - 1




SEIS ASPECTOS QUE, JUNTOS E INSEPARÁVEIS, E, EM INTERAÇÃO, COMPÕEM A “NATUREZA HUMANA: Pensamento (imagens, conceitos, julgamentos, conclusões) + Sentimentos (sensação, emoção) = Mente + Vontade (coração, escolha , decisão, caráter)= Alma (fator que integra os aspectos anteriores para formar uma vida) + Corpo (ação, interação com o mundo físico)= Ser Humano + Contexto social (relações pessoais e estruturais com os outros) = Pessoa completa. Pensamentos , sentimentos, corpo, contexto social, produzem impressões sobre a Vontade e a Alma. A Vontade e a Alma  por sua vez, produzem expressões na forma de ações. Mente é um termo psicológico, enquanto que cérebro é um termo fisiológico. É ao intelecto que o homem deve a sua faculdade de julgar, recordar, imaginar e raciocinar. Pensamento e Sentimento caminham sempre juntos. O pensamento traz coisas à mente de vários modos (incluindo a percepção e a imaginação); é o que permite à vontade (ou espírito) explorar além dos limites imediatos do meio em que vivemos e das percepções dos sentidos. A faculdade da emoção é o instrumento para os nossos gostos e antipatias. Nossa emoção produz dor, prazer, alegria, felicidade, animação, agitação, júbilo, estímulo, desalento, tristeza, pesar, melancolia, miséria, lamento, abatimento, ansiedade, zelo, frieza, afeição, aspiração, ambição, compaixão, bondade, preferência, interesse, expectação, orgulho, temor, remorso, ódio, etc. A vida no todo parece revolver grandemente ao redor dos  impulsos da emoção. Qualquer falta dela tornará o homem tão insensível como pedra. As várias expressões da vida emocional podem ser grupadas de três maneiras: emoções de afeição, emoções de desejo, e emoções de sentimento. A Vontade é o instrumento para nossas decisões e revela nosso poder de escolha. Ela manifesta nossa disposição ou indisposição: queremos ou não queremos. Sem ela o homem é reduzido a um autômato. A vontade de um homem pode ser tomada como seu verdadeiro ego, pois ela realmente o representa. Ela age pelo homem inteiro. Nossa emoção expressa simplesmente como sentimos; nossa mente apenas diz o que pensamos; mas nossa vontade comunica aquilo que queremos. Caráter é uma vontade relativamente constante.
MODELOS DA PSICOLOGIA. Estrutura da personalidade: psique; ego; consciência; inconsciente pessoal;  inconsciente coletivo. Freud (Ego-Id-Superego), e Jung (Arquétipos) elaboraram modelos, que destacam, além da nossa consciência, considerada apenas a ponta do iceberg da nossa psique, nosso inconsciente pessoal (Freud), e coletivo (Jung). Psique é como é como se denomina a personalidade como um todo, e, compreende tanto o campo da consciência quanto o inconsciente. O Ego confunde-se com a Vontade; é o centro da consciência, o sujeito de todas as adaptações do indivíduo ao meio, dos atos pessoais da consciência; compõe-se de percepções conscientes, recordações, pensamentos e sentimentos. É o vigia da consciência: a menos que o ego reconheça a presença de uma idéia, de um sentimento, de uma lembrança ou de uma percepção, nada disto pode chegar à consciência. É adquirido empiricamente durante a vida, e, se estrutura a partir do inconsciente, diferenciando-se e sempre se modificando no decorrer da vida, e,  jamais é um produto acabado. No dia-a-dia vemo-nos sujeitos a um grande número de experiências, a maioria das quais não se tornam conscientes porque o Ego as elimina antes que atinjam a consciência, pelo que o Ego fornece à personalidade identidade e continuidade. É graças ao Ego que sentimos hoje sermos a mesma pessoa de ontem.  A Consciencia é a única parte da mente conhecida diretamente pelo indivíduo; esta percepção consciente cresce diariamente por força da aplicação das 4 funções mentais pelas quais nos orientamos: uma que nos assegure de que algo está aqui (sensação); uma que estabeleça o que é (pensamento); uma que declare se isto nos é ou não apropriado, se queremos aceitá-lo ou não (sentimentos);e uma que indique de onde isto veio e para onde vai (intuição). Estas  funções mentais, combinam-se com 2 atitudes que determinam a orientação da mente consciente:  extroversão e introversão; a atitude extrovertida orienta a consciência pelo mundo externo, objetivo; a atitude introvertida orienta a consciência para o mundo interior, subjetivo. Destas combinações de funções com as atitudes, tem-se então os oito Tipos Psicológicos. O inconsciente pessoal diz respeito ao que acontece às experiências que não obtêm a aceitação do Ego; elas não desaparecem da psique, porque nada do que foi experimentado deixa de existir. Ficam, pelo contrário, armazenadas no que se denominou de inconsciente pessoal. A maior parte dos conteúdos  do inconsciente pessoal, são então os conteúdos rejeitados pela consciência, ao longo da vida pessoal de cada um. Este impedimento da consciência se dá através dos Mecanismos de Defesa, dos quais a Repressão é um exemplo. O inconsciente pessoal desempenha ainda um papel importante na produção dos sonhos. Jung concebe além do inconsciente pessoal, um substrato inconsciente mais profundo, que é comum a todos os seres humanos, que chamou de inconsciente coletivo.  No nosso processo de crescimento, herdamos padrões de estruturação da personalidade, nas diferentes fases da vida: a infância, a adolescência, relação conjugal, velhice, preparação para a morte. A estes padrões chamou de Arquétipos. Dentro do inconsciente há, assim, estruturas psíquicas, ou arquétipos, que são formas sem conteúdo próprio, que servem para organizar ou canalizar o material psicológico. A personalidade total ou psique, compõe-se assim de vários sistemas isolados, mas que atuam uns sobre os outros. Em vista de sua extensão interminável, o inconsciente, poderia ser comparado ao mar, e o consciente seria apenas uma ilha que se erguesse sobre o mar.
SUB-CONSCIENTE, NOSSO BANCO DE MEMÓRIA. O subconsciente ou o inconsciente é a área da alma onde cada experiência que a pessoa teve é armazenada em banco de memória como os computadores. Tudo que vimos, sentimos e percebemos desde o momento de nossa concepção até ao presente está ali. Na comparação da mente com um iceberg, a ponta que está de fora é a parte consciente, e tudo o mais, submerso é o inconsciente. A mente subconsciente tem muitas recordações doloridas, e muitas respostas do passado são reproduzidas no presente quando  alguém nos toca uma ferida psicológica. O subconsciente motiva nossas ações assim como a propaganda subliminar pode, sem que o percebamos, afetar nosso comportamento.
CONSCIENTE/ PRÉ-CONSCIENTE/ EU PROFUNDO. Josep Otón Catalán,  assim elabora sobre o assunto: “Na superfície de nossa personalidade está o consciente. É a parte de nós que atua e se expressa; mas o que diz e faz é variável. Suas decisões são provisórias. Muda com muita facilidade. É uma realidade efêmera e conjuntural. Alternam-se estados de ânimo contraditórios. Nossa atuação visível esconde uma realidade mais profunda, o pré-consciente. É a parte de nossa personalidade que dirige o consciente. É fruto da formação que recebemos. Quando nascemos era uma “tabula rasa”. Foi-se definindo ao longo de nossa existência. Nesse estão todos os condicionamentos que definem nossa personalidade caleidoscópica. O pré-consciente não é único. Em seu interior se encontram tendências contrapostas, frutos de concepções diferentes da realidade. Essas tendências lutam para poder dirigir o consciente. Nosso comportamento observável é o resultado do contato pré-consciente com a realidade. Os traços de nossa personalidade, aquilo que acreditamos ser, é a adaptação do pré-consciente ao meio em que está inserido. Agimos em função do pré-consciente.  No entanto, nós não somos nosso pré-consciente, ainda que nosso comportamento dependa dele. Há uma realidade ainda mais profunda e mais autêntica em nós. O consciente é a fachada do edifício; o pré-consciente a estrutura; e o eu profundo é o cimento. “
FENOMENOLOGIA DO HOMEM. Batista Mondim, em seu livroO homem quem ele é? “ faz uma abordagem do fenômeno humano sob os pontos de vista mais importantes, procurando ver antes de mais nada o que ele é: corporeidade, conhecimento, vontade-liberdade-amor, linguagem, sociabilidade, cultura, trabalho, jogo e religião (dimensões de homo somaticus, vivens, sapiens, volens, loquens, socialis, culturalis, faber, ludens, e religiosus).