quarta-feira, 26 de maio de 2010

CAMINHANDO E ESCUTANDO



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"Caminhando e cantando, e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não ...” Esta é uma das canções, que gosto de escutar no mp3, enquanto caminho diariamente no Parque Barigüi. Parafraseando o poeta, agora estou também “caminhando e escutando, e seguindo em oração”. É que gravei no mp3 e passei a escutar também a BIBLIA falada.
Tenho que confessar que ainda tenho certa dificuldade em concentrar-me na leitura da Palavra, com a mesma intensidade da leitura de um bom livro, obviamente por limitação pessoal. Por que não corrigir este defeito, ponderando que “A Fé vem pelo OUVIR”?.
Verifico então que existem até versões com trilha sonora e efeitos especiais, que certamente dão um sabor especial à Palavra, que deve antes ser viva, em contraposição à “letra que mata”. Talvez esta forma de ouvir a Biblia, corrija a deformação de uma leitura incipiente, apressada, rotineira, e sem imaginação, contaminada pelos preconceitos de inumeráveis exposições sem a graça que só o Espírito pode conferir. Quem sabe?
Oro para que o Espírito me inspire neste propósito, dando-me a mesma alegria que vejo, e, até invejo, em alguns cristãos.

sábado, 1 de maio de 2010

APRENDENDO A VIVER EM MAIOR PROFUNDIDADE

Somos movidos primariamente para atender nossas necessidades, desde as mais básicas de alimentação, saúde, habitação, às culturais de lazer e educação, até àquelas que se enquadram na categoria de aquisição de bens supérfluos. A vida, assim, pode ser resumida num aglomerado de necessidades. Agimos para atender as necessidades que condicionam nossa existência. As necessidades da vida determinam os objetivos que o homem escolhe pelo planejamento e ação. Especificamente denota a ausência ou carência de algo indispensável ao bem-estar de uma pessoa, evocando o desejo urgente de satisfação. Necessidades podem mesmo se tornar nossos deuses.
Satisfeitas estas necessidades, reais ou artificialmente infladas e apropriadas, vivemos então “divididos entre pensamentos, desejos, negócios, paixões, distrações, deveres,afeições”. Nas palavras de Josep Catalón (Guia da Vida Interior) “Não somos um. Estamos divididos. Nosso interior é como um rio em que coexistem correntes, redemoinhos e remansos, independentes entre si e, ao mesmo tempo, interrelacionados. O Eu não é um ser unitário, mas um ser integrado por uma multiplicidade de tendências. Convivem em nós diversas motivações, intenções e propósitos que correspondem a raízes genéticas, à educação, a modelos internalizados, à pressão social. Sobrevivemos no equilíbrio instável de inclinações contraditórias. Um ser disperso que luta por interesses conflitantes.”
Numa escala mais consistente de prioridades, alguns vivem correndo atrás de uma meta, como por exemplo alcançar um determinado patamar de riqueza, de status e poder no seio da sociedade, e, no extremo oposto aqueles que elegem uma meta altruísta, de ajuda ao próximo, tendo como paradigmas os santos. Finalmente, o reconhecimento dos limites das realizações e a consciência da morte combinam para levantar questões sobre o significado e o propósito do tempo que ainda nos resta. Neste sentido listamos abaixo três insights preciosos, que estamos tentando por em prática, pelo menos por alguns minutos diários:BUSCANDO UM TEMPO DE SER. “Chamamos tempo de ser a um espaço de tempo dedicado a dar-me conta de que sou, de que existo, de que vivo aqui e agora, em meios às circunstâncias concretas. Trata-se pois de um despertar a mim mesmo, e procura ser consciente do que estou vivendo neste momento presente. Estou disperso, distraído, em outra coisa e em outro momento do aqui e agora. Não estou onde estou. Por isso tenho de aprender a estar onde estou com todo meu ser. Todo o sentido de nossa vida parece que o recebemos da quantidade trabalho que realizamos. Não encontramos tempo para viver, e isto é o que se busca com o tempo de ser: viver mais plenamente. Não se trata de ser como oposto a fazer, a trabalhar, a pensar, a conviver, a comprometer-me e se trata de estar onde estou, de estar presente em cada momento, em cada situação todo eu, com todo meu corpo, com todos meus sentidos, com toda minha mente, com todo meu coração, com todo meu ser. E estar totalmente atento e consciente da situação real que tenho diante, que tenho neste momento”. (“Vida y Contemplación”, de Manuel Marquez)
DANDO ATENÇÃO À VOZ INTERIOR DA ALMA. Poderemos ouvir a voz de nossa alma se moderarmos as atividades e prestarmos atenção nela. Para alguns de nós isso pode se dar por meio de um diário, caminhadas, expressões artísticas, e ambientes silenciosos. Sabemos que encontramos a forma particular que se adapta a nós quando tudo para, exceto a alma. Ficar atentos a nossa vida interior é uma habilidade que pode ser aprendida: o que eu me encontro pensando e como estou me sentindo hoje? Reservar um tempo e adquirir o hábito de prestar atenção ao que estamos pensando e sentindo”. ( “A alma e o self”, de Paul Fehrenbach)
PRATICANDO A PRESENÇA DE DEUS
“Reconheço que Deus está sempre intimamente presente em mim e lhe dedico todos os momentos ;
Tudo que faço, procuro fazê-lo muito bem feito, como para Deus mesmo;
Se tiver alguma dúvida peço Sua assistência para saber qual a Sua vontade;
Ofereço todas as coisas a Ele antes mesmo de realizá-las e agradeço quando tiver terminado;
Nas coisas que sinto que Ele está solicitando de mim, busco ter um desempenho perfeito;
Realizo os trabalhos mais banais sem visar o reconhecimento interesseiro dos homens, e, quanto mais longe eu sou capaz de chegar, eu o faço, puramente por amor a Ele;
Busco me acostumar a manter uma conversação contínua com Ele. Em minha conversação com Deus devo mostrar que tudo o que faço é com a intenção de louvá-lo, amá-lo incessantemente, por Sua infinita bondade e perfeição;
Minhas orações não representam momentos isolados de comunhão com Deus, mas são o reconhecimento da presença de Deus;
Renuncio sinceramente todas as coisas sobre as quais tenho consciência de que não estão sendo conduzidas por Deus.” (Irmão Lawrence, que aos 55 anos tornou-se um irmão leigo na comunidade dos Carmelitas, em meio às panelas da cozinha de um Hospital, de onde até líderes da Igreja o procuravam para pedir conselho e ajuda)