sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

UM PRESENTE DE NATAL PARA JESUS


Os presentes dos Reis magos: ouro, incenso (substância muito odorífera, era fonte de riqueza para os negociantes do passado), e mirra (usado como perfume, para untar, bem como ungüento usado nos sepultamentos) foram os presentes ofertados por estes sábio, por ocasião do nascimento de Jesus. Um conto moderno sobre a visita dos magos narra, imaginariamente, que,os camelos carregavam, soberbos, a carga preciosa de ouro, incenso e mirra, pois eram presentes para um rei. O mais jovem dos três magos fez o cortejo parar, pois acabara de pensar em um presente que seria especialmente próprio, e não queria continuar sem ele. Nervosamente os outros magos ficaram esperando, pois tinham pressa. Até mesmo os guias, sentindo a importância da missão, desejavam continuar. Ficaram esperando por longo tempo pelo mais jovem mago, que não aparecia. A estrela que os guiava ainda brilhava lá no alto, e enquanto as horas da noite se passavam, todos iam perdendo a paciência. Finalmente, quando já estavam a ponto de perder o controle, apareceu o mais jovem dos magos. O que quer que trazia teria de ser pequeno, pois o trazia, facilmente, na palma de uma das mãos. Talvez fosse uma gema raríssima e preciosa, e , se assim fosse, teria valido a pena esperar tanto. O jovem mago ordenou que o guia fizesse o camelo ajoelhar-se para que pudesse pôr o pequeno objeto na sacola que havia nas costas do animal. Os dois magos mais idosos, e até mesmo os guias olhavam com atenção, para ver qual seria o maravilhoso presente que provocara tanto adiamento na viagem para Belém. Lentamente, o mago mais jovem abriu a mão, e ali, para grande surpresa e consternação dos magos de mais idade, apareceu apenas um pequeno cão, com pintas pretas. Era um brinquedo antigo, porque aqui e ali faltavam pedacinhos da pintura. O jovem colocou o brinquedo no chão, o qual deu um salto no ar e caiu novamente sobre os pés. Os magos mais velhos, muito indignados, não puderam mais conter-se e proferiram palavras iradas; mas o mago mais jovem apenas sorriu, pôs novamente o brinquedo no chão e viu-o dar a sua cambalhota. Uma criança pequena, que estava por perto, riu-se gostosamente, quando o cãozinho de brinquedo foi posto no chão, deu um salto no ar e caiu, novamente, sobre os quatro pés. O mais idoso dos magos perguntou: “Foi esse brinquedo, sem valor, que o fez adiar a marcha deste cortejo de camelos, que leva presente para o Rei dos reis?” O mais jovem dos magos retrucou: “Nossos camelos estão carregados de presentes apropriados para o rei – muito ouro, incenso e mirra. Estou levando este cãozinho de brinquedo para o menininho de Belém”. (de uma história norte-americana de Natal).
Este conto de Natal, põe em relevo, aquilo que deveria ser o mais importante para comemorar, a saber, o aniversário desta criança maravilhosa, que há cerca de 2.000 anos, nos foi dada, e que viveu entre nós; nasceu, e cresceu, totalmente homem, embora, fosse, igualmente, totalmente Deus, um mistério que os incrédulos e céticos, rejeitam, talvez, por ser bom demais para se acreditar.
Hoje, que presente poderiamos lhe dar para comemorar Sua vida preciosa? Podemos encontrar, nas palavras do próprio Jesus, uma indicação do presente que lhe alegraria o coração; assim, Jesus diz que devemos acolher as crianças em nome dele, como se fossem ele mesmo. E, aqui desejamos relembrar como Jesus condescendia com as crianças, num mundo, que, naquela época, as tinha em pouca conta, relegando-as a segundo plano, considerando-as, mesmo um estorvo, e, como tal, eram afastadas, ficando sob a supervisão de escravos. Até mesmo os discípulos demonstraram seus preconceitos quando as repreenderam por estarem perturbando o ensino que Jesus lhes ministrava. Foi então que Jesus os confrontou, e, muito pelo contrário, chamou as crianças para perto dEle, e, até mesmo admoestou seus seguidores, sobre a importância de imitar-lhes a beleza da inocência e da espontaneidade, tão própria das crianças. Ele foi, assim, pioneiro na atenção às crianças. Hoje os tempos são outros, e, as crianças, já são mais consideradas e amadas; remanesce a situação daquelas, vítimas das circunstâncias adversas, que, padecem as conseqüências graves de lares desfeitos, ao ensejo, em que ficam privadas do aconchego de uma família, da carência de amor e proteção dos pais. Como as crianças dos Lares especiais, onde por força da Justiça, são acolhidos aqueles pequeninos indefesos. Neste sentido, temos a alegria de participar de uma Igreja, que desenvolve trabalhos assistenciais, dedicados para crianças nestas condições de carência. Assim, e de forma ainda incipiente, ao longo deste ano, este tempo que dedicamos, juntamente com outros irmãos, ao serviço de reforço escolar, ainda que de um pequeno número destes pequeninos, constitui-se, assim cremos, no melhor presente que encontramos para dar a Jesus, por este seu aniversário, na esperança de poder fazer mais e melhor no Ano que vem.
FELIZ NATAL JESUS ! 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

CONFORMADOS PELA ETERNIDADE


No dicionário encontramos “eternidade como um conceito filosófico que se refere no sentido comum ao tempo infinito; ou ainda algo que não pode ser medido pelo tempo, porquanto transcende o tempo”. Podemos, apenas, vislumbrar a dimensão da eternidade, ao considerarmos nosso lugar no Universo, que segundo estimativas da Ciência, teve início no Big-Bang, ocorrido há cerca de 15 bilhões de anos atrás, e bem assim com a formação do sistema solar e da Terra há 5-6 bilhões de anos. Outra marca da eternidade podemos inferir da vastidão do espaço onde se abrigam bilhões e bilhões de Galáxias se aproximando e, na maior parte se afastando uma das outras, cada Galaxia contendo bilhões e bilhões de estrelas. Certamente que o tamanho não é um parâmetro adequado para se aferir a importância da vida humana.
O autor cristão de “Movido pela Eternidade” ressalta o registro na Biblia, de que, Deus “ pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim” (Eclesiastes  3.11). A eternidade foi plantada em nossos corações, muito embora seja impossível compreendê-la com nosso intelecto! A eternidade dura para sempre; ela não tem fim. Entretanto, não se trata simplesmente de um tempo que jamais acaba. Falar de eternidade em termos de durabilidade perpétua é perder a idéia geral. A verdade é que a eternidade não pode ser compreendida mentalmente. Nossas mentes são finitas e estão proibidas de captar conceitos relativos ao que é perpétuo ou eterno. O que na verdade é declarado como inatingível pela nossa mente natural foi colocado em nosso coração pelo Criador. Nosso coração reconhece a eternidade. Ela nasceu em cada ser humano."
Uma curiosa abordagem que dá uma idéia de continuidade e progresso, e de como estamos, ainda, apenas nos primeiros estágios de desenvolvimento na  conformação da eternidade, é ilustrada pela linha do tempo da Criação, onde se mostra num calendário, os 15 bilhões de anos correspondendo a um ano de 365 dias. Neste calendário, em que o Big-Bang teria ocorrido em 1 de janeiro, o Sistema Solar teria sido formado em 9 de setembro, e apenas em 14 de setembro a formação da Terra. Somente no mês de dezembro ter-se-ia então os seguintes eventos:  dia 1 - atmosfera de Oxigênio começa a desenvolver-se na Terra; dia 19 - primeiros peixes e vertebrados; dia 23 - primeiras arvores e répteis; dia 24 -primeiros dinossauros; dia 27 -  primeiras aves; dia 28 -primeiras flores; extinção dos dinossauros. E, somente ao longo do dia 31 de dezembro, corresponderiam os seguintes eventos: 23:56’ - o inicio do período glacial; 23:59’:20’’ - invenção da agricultura; 23:59’:35’’ - primeiras cidades (6.250 a 5.400 AC) ; 23:59’:35’’ - primeiras dinastias no Egito (3.100 AC); 23:59’:51’’ - primeira escrita; 23:59’:56’’ - nascimento de Cristo; 23:59’:56’’ (ano zero). (Cosmologia e Criação, de Paul Brockelman)
Vida eterna. A forma como incorporamos a eternidade é descrita em termos de revelação bíblica:Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Esta a mensagem central do evangelho, que significa essencialmente boas notícias. Este menino que é Deus, é também chamado de “Pai da Eternidade”, e como tal, também nos dá a vida eterna. Muito além de infinita, uma marca desta vida eterna é o desenvolvimento continuado. “Parece que o alvo mesmo de toda a existência é uma participação, crescentemente maior, na vastidão da vida e da grandeza daquele ser que denominamos pelo nome de Deus, e assim ficamos continuamente mais saturados e envolvidos pela vida divina. Nisso consiste a vida eterna. Essa vida eterna é “minha vida”, porquanto a nós foi prometida a continuação da identidade pessoal, e não alguma substância etérea, absorvida por alguma mente universal, ou então que venha a se tornar parte do intelecto supremo e puro, segundo pensava Aristoteles. É uma forma de vida, e não visa meramente a sua duração. É a transformação segundo a imagem e o modelo de Cristo; é presente, no sentido que os homens agora são imortais (possuem almas imortais); essa vida pode influenciar agora as nossas vidas, para que percebamos quão nobre pode ser uma vida humana. Está vinculada com idéias sobre a ressurreição e a imortalidade, o que nos assegura de uma identidade pessoal contínua. É a vida essencial, a vida independente, a vida necessária semelhante à vida de Deus.”
Finalmente, a eternidade, como benção, alimenta a esperança de uma vida abundante, que continua no porvir, e bem assim, conforma a saudade daqueles entes queridos que já não estão entre nós. Neste sentido, guardo na memória, o registro tocante de um avô sobre a partida de seu neto, com apenas alguns dias de vida:       “... Driblou a Morte, reduzindo-a a condição humilhante de mero degrau, sobre o qual se apoiou e saltou alto alcançando o céu, ajudado por uma mão forte e amorosa, que do alto lhe foi estendida,  a mão de Deus. Deixando a morte para trás, na terra e no passado, trocou o temporal pelo eterno, a incubadora pelo infinito, poucas gramas  de quase nenhum músculo por um corpo glorioso igual ao de Cristo ressuscitado a lhe ser entregue na ressurreição. Até lá, conhecerá as maravilhas de Deus, sendo a maior delas o próprio Deus, a quem aprenderá a chamar de Pai. Aprenderá a história de Jesus ouvindo-a do próprio Jesus. Brincará nos jardins celestiais e explorará cada canto e recanto do paraíso, habilitando-se como cicerone do céu para aguardar a nossa chegada...com saudades....”

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

ARIDEZ DA ALMA



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Buscamos uma vida prazerosa mas experimentamos, pelo caminho, sensações como de aridez, como num deserto, para a alma. É quando nossos melhores propósitos parecem inúteis, os relacionamentos parecem perder qualquer encanto, e, o tempo parece se arrastar. Esta experiência é bem conhecida por alguns, que noutras circunstâncias são de espírito alegre e ativo. É como se tivessem gasto todo o combustível capaz de despertar algum entusiasmo. É quando o outro é visto como competidor, quando não adversário, ou, no mínimo, um estranho, remanescendo em qualquer caso, a sensação de carência de afinidade. Foi aqui que se cunhou o termo “queimado” a fim de descrever-se a condição da pessoa que se tornou mental e emocionalmente exaurida na luta pelo sucesso em sua profissão. Quando relacionados com a vida religiosa, estes momentos são conhecidos como esgotamento espiritual.
A experiência é também avaliada por alguns, como o caminho para passar da superfície de uma vida no nível dos sentidos para uma vida  de maior  profundidade. Neste contexto os sentidos são as nossas janelas, onde temos a visão sobre o mundo: pessoas, coisas, situações. Muitos passam a vida olhando pelas janelas: estamos tão voltados para fora que freqüentemente estamos sem contato com a dimensão mais profunda, espiritual do nosso ser. Exatamente a passagem da superfície de uma vida no nível dos sentidos, para uma vida  em maior profundidade, pode ser o fato gerador destes estados de desconforto. O termo “Noite Escura (da alma)” é originalmente usado no cristianismo para referir-se à crise espiritual na jornada rumo à união com Deus, como a que é descrita pelo místico cristão São João da Cruz. O ponto de partida é marcado pelo desejo das coisas deste mundo, a que a alma deve renunciar. A renuncia a coloca numa escuridão espessa, e é por isso que lhe é dado o nome de noite. Por meio da noite dos sentidos Deus obscurece a parte exterior, e a vida que aí se desenvolvia. Agora já não há mais interesse em olhar pelas janelas. O que antes dava alegria agora produz sensação de vazio. Tem-se a impressão de que se perdeu tempo, de que se perdeu o essencial. Qualquer reflexão não levará a nada. Mesmo fazendo todo esforço, sente-se apenas aridez. Ocorre que, enquanto, no nível dos sentidos tudo vai bem, não existe uma procura mais profunda, e você se acomoda. Você pode ganhar muito tempo, se compreender que a aridez não é mais sinal, e sim convite para transpor os limiares do campo dos sentimentos em direção a uma vida de maior profundidade.
E, finalmente, chegam os tempos de refrigério. Em meio à crise, súbito, e de maneira singular, flui uma corrente de ocorrências favoráveis, ensejando regozijo para a alma. Súbito identificamos respostas personalizadas que só nós discernimos como tal, ensejando inclusive solução para eventuais conflitos relacionados. Contrapondo-se ao deserto temos agora a imagem das fontes de águas cristalinas, que dessedentam e que são um refrigério para a alma esgotada.
Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe” foi a súplica do rei Davi, enquanto passava por uma destas experiências opressoras. O Neguebe não é um rio, mas a denominação de uma região desértica que fica no Sul da Palestina, uma grande extensão de terra improdutiva, na maior parte do ano. Durante a estação das chuvas ocorria algo muito especial com o Neguebe. Com estas chuvas caindo na Palestina, as águas, gradativamente, vinham escorrendo pelos montes até atingirem o deserto do Neguebe que ficava na região mais baixa. As águas abundantes formavam então vários riachos que regavam o deserto, e, em poucos dias, o lugar que antes era tão feio, solitário e sem vida, ganhava outro aspecto. Quando o rio desaparece pela evaporação, o deserto se transforma em um manancial com as mais belas flores e um verde onde somente no Neguebe se pode encontrar .  Os campos tornavam-se lindos, úmidos e floridos, coberto pelo verde da vegetação que ali era desenvolvida. A vida do lugar era restaurada. Os animais retornavam e a paisagem do ambiente tornava-se linda. A oração de Davi, pedindo ao Senhor para restaurar a sua sorte como as torrentes no Neguebe, acontece provavelmente em um momento em que ele se julga queimado, mas ele sabia que, tal como o Neguebe, restaurado pelas águas da Palestina, a sua sorte também seria restaurada pelo Senhor.
(adaptado de portais cristãos).

sábado, 20 de outubro de 2012

REMINDO NOSSO TEMPO



Abro a minha caixa de e.mails, e encontro uma mensagem tocante , numa embalagem sonora e visual idem, intitulada “Relógio do coração”, do poeta Mario Quintana. Inicia pela sabedoria do Eclesiastes: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do Céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraçar e tempo de afastar-se; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz”. E, segue enumerando a magia das horas:  Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente. Há semanas que duraram anos, como há anos que não contaram um dia... há amigos que passaram céleres, apesar do calendário mostrar que eles ficaram por anos em nossas agendas... Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembranças de horas. Há eventos que marcaram, e que duram para sempre,o nascimento do filho, a morte do pai, a viagem inesquecível, um sonho realizado... O relógio do coração – hoje eu descubro – bate noutra freqüência daquele que carrego no pulso. Marca um tempo diferente, de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.”
O poema traz a marca da sabedoria de quem vislumbrou a magia da vida. Anteriormente, já estivera buscando na literatura, inclusive abordagens da Ciência, textos que explorassem a questão do tempo, todavia sem uma conclusão prática, talvez, porque seja mais um dos mistérios da vida, a ser vivenciado, antes que decodificado.
Também Henri Boulad, em seu titulo “Deus e o mistério do tempo”, destaca que “O tempo passa em uma velocidade relativa à intensidade da vida vivida e da qualidade de vida experimentada. Não é a duração, mas a qualidade, que dá significado à vida. O tempo verdadeiro não é o do relógio ou do calendário, mas o tempo da consciência. A concentração do tempo relaciona-se com uma intensidade de emoção, de vida, de sensação e de interesse. O tempo que sentimos estar passando é tempo perdido. Não fugimos ao tempo pela evasão, e sim pela atenção.“
A este respeito trago ainda à memória outro poema muito popular, de autor desconhecido, “Sobre Tempo e Jabuticabas, do qual destaco:Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades ... Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa. Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.O essencial faz a vida valer a pena.”
Fecho esta postagem, com a imagem do peregrino, que, em meio à voracidade do tempo, caminha sempre, com o olhar admirado,  sem muita pressa, e posse para carregar, mas, antes, agradecido quando encontra companhia no jornadear, e, que vão sendo complementadas, com o passar dos anos, pela  lembrança daqueles que fizeram parte dos encontros passados, e, que, doravante, encontram-se, mais ou menos, sem chances de a ela retornarem. Peregrinos, destaca também a nossa condição de transitoriedade, com um destino sempre à frente, ao ensejo em que a vida não pode se circunscrever ao tempo presente, sendo que o passado já nos escapou, e o futuro somente pode ser alcançado por um ato de fé.
Na Biblia somos orientados “... vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo (usando bem, ou, aproveitando ao máximo, cada oportunidade)...”. Remir é adquirir de novo, e, que  é o oposto de perder, desperdiçar o tempo.

sábado, 22 de setembro de 2012

POR MÉRITO ou POR GRAÇA




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Em nossos dias, em que a democracia é uma unanimidade, pelo menos como alvo quanto à melhor forma de governo, o mérito se destaca como um valor fundamental. Do dicionário popular, “o termo “mérito” designa, em geral, a retribuição devida, e, se relaciona com a virtude da justiça, em conformidade com o princípio da igualdade, que a rege. A Meritocracia (do latim “meritu”, mérito, e “cracia”, poder) é um sistema que considera o mérito (aptidão) a razão para se atingir determinada posição. O principal argumento em favor da meritocracia é que ela proporciona maior justiça do que outros sistemas hierárquicos, uma vez que as distinções não se dão por sexo ou raça, nem por riqueza ou posição social, entre outros fatores biológicos ou culturais. Além disso, em teoria, a meritocracia, através da competição entre os indivíduos, estimula o aumento da produtividade e eficiência” no conjunto da sociedade.”
Uma pessoa pode até mesmo ser invejada, mas não se questiona o sucesso e a prosperidade em quem se reconhece méritos, ao ensejo em que condenamos quem não os tem. O mérito nos proporciona assim, uma base aceita por todos, comumente considerada nos mais diversos processos seletivos. É como se conferisse ao seu portador um atestado de valor justo e inquestionável.
Desejamos, também, merecer tudo que temos, como sendo o fruto legítimo de nosso esforço; de outra parte, não valorizamos tanto aquilo que recebemos gratuitamente, assim como o ar que respiramos. É como se só tivesse real valor aquilo que por direito conquistamos com esforço próprio; ou não acreditássemos em um outro sistema de valor que não envolvesse a retribuição devida.
A meritocracia levada ao extremo, além de estimular a competitividade, acentua a individualidade, o valor pessoal, em detrimento da solidariedade; exarceba a autosuficiencia, e não raro enseja a soberba e a vaidade pessoal; afinal, aqui tudo se compra, e nada se dá.
Uma outra ordem das coisas, a Graça, põe o foco no “outro" de cuja ação primeira, nos beneficiamos, até mesmo sem contrapartida. É a esfera do favor imerecido, e aponta para nossa dependência uns dos outros, enfatizando nossa fragilidade, e vulnerabilidade. É o combustível da amizade verdadeira, da doação sem pedido prévio, e nada tendo em troca. Estimula a gratidão e tira o foco do ego. Aqui, de graça se recebe, e de graça se dá; dá sem olhar para trás ou para frente, na busca de compensação.
Na economia divina, “Graça é um conceito teológico fortemente enraizado no Judaísmo e no Cristianismo, definido como um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus para conceder à humanidade todos os bens necessários à sua existência e à sua salvação. Esta dádiva é motivada, unicamente, pela misericórdia e amor de Deus à humanidade, logo, movida por Sua iniciativa própria, ainda que seja em resposta a algum pedido a Ele dirigido. E também por esta razão, a Graça é um favor imerecido pelo Homem, mas sim fruto da misericórdia e amor divinos”. A Biblia registra como uma aplicação indevida do sistema da meritocracia, transformou uma lei santa, enquanto expressão da vontade de um Deus amoroso, em um código rígido, cuja obediência era necessária para se obter o direito à salvação. A lei, então distorcida como intermediário entre Deus e o homem, ensejou um ensino legalista, que resultou em soberba e confiança em si mesmo, concomitantemente com a busca, sem saída, de alcançar justiça pelos méritos próprios, através da realização de boas obras, que seriam então, finalmente, recompensadas por Deus no além. Mas, na verdade, a Bíblia também nos ensina, que é somente pela fé, - nos méritos da grande obra salvífica de Jesus Cristo - que podemos alcançar justiça. Ocorre que, nesta esfera, nada merecemos, e tudo nos foi oferecido gratuitamente. É a lei da graça, e, não propriamente, da meritocracia, aquela que nos dá uma dimensão mais profunda da nossa posição na economia divina.




sexta-feira, 31 de agosto de 2012

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO ESPÍRITO X AUTOCONFIANÇA EXARCEBADA


Corpo e alma – o mistério da vida. Aristóteles foi o primeiro a tentar explicar as características próprias de todo ser vivo. Segundo ele, todo ser vivo possui uma alma que é a causa pela qual esse ser vai mudando ou se movendo sem causa exterior aparente... Um ser vivo parece comportar-se movido por uma causa interior, a alma, responsável pelo crescimento, pela tendência à reprodução e até pelo pensamento. A alma seria como o projeto interior que orientaria um copo para que se desenvolva num sentido ou em outro. (a palavra “alma” vem do latim anima, que significa “princípio vital”, isto é, o  que faz com que um corpo esteja animado). Descartes, diversamente do que pensava Aristoteles, distingue claramente a alma e o corpo. As funções deste último são o resultado de um funcionamento puramente mecânico e material. O comportamento dos seres vivos está determinado por um mecanismo definido pelas leis da física. A originalidade dos seres vivos já não se distingue da do resto do mundo material. Se aceitamos o modelo animal-máquina de Descartes, somente as funções superiores e abstratas da alma, como a linguagem ou o pensamento, mantêm o ser humano no topo da escala da vida. Na sequência destes pensadores, pode se dizer que o ser humano jamais considerou que sua vida dependia exclusivamente das leis da natureza. De  fato, admitir que estamos determinados somente pelas leis do funcionamento da matéria, mesmo que seja da matéria orgânica, seria renunciar a nos considerarmos seres conscientes e livres para decidir nosso destino. ( Atlas básico de filosofia)
Carnal e Espiritual. Em termos religiosos considera-se carnal o ser humano fechado em si mesmo, sem abertura para Deus. Espiritual significa o ser humano enquanto aberto para Deus.
Com esta introdução, a questão que desejamos refletir agora, diz respeito à duas rotas de desenvolvimento do homem:
1. Da extrema dependência à autoconfiança exarcebada. Costuma-se sumarizar este desenvolvimento, dizendo-se que o homem nasce em condições de extrema dependência, dos demais - em particular, de seus pais - e ao longo da vida adquire mais e mais independência, que, numa forma distorcida, manifesta-se através de um extremo egoísmo, enquanto manipulador de tudo e de todos à sua volta, em aparente benefício próprio, atenuado às vezes, apenas em relação aos parentes próximos. Aqui podemos ter o exemplo acabado do homem carnal.
2. Desenvolvimento sustentável do espírito. Haroldo Walker, editor da revista Impacto, em sua edição de setembro/outubro 2008, num artigo com este título assim comenta: “Pensamos que podemos nos virar bem com a própria experiência, sabedoria e estratégias. Por isso, apenas quando as coisa começam a sair do controle, e entramos em pânico, achamos o tempo e o desespero para clamar por socorro (a Deus)... Conhecemos muito bem as necessidades, as dores e os desejos do corpo e convivemos constantemente com os sentimentos, as motivações e as reflexões da alma – mas,  quantos conhecem a voz do próprio espírito? Por ser algo mais invisível e intangível, muitas vezes o espírito também passa a ser inaudível “. E, em consonância com a expressão corrente de desenvolvimento sustentável, que descreve a estratégia que visa conciliar a produtividade econômica com a conservação do meio ambiente, ele propõe então uma rota de “desenvolvimento sustentável do espírito”, evitando-se os extremos: “não precisamos ser reclusos super-espirituais, mas também não precisamos ser cristãos materialistas”. E, cita Henri Nouwen, no livro “Espaço para Deus”: “Jesus não reage ao nosso estilo de vida cheio de preocupação dizendo que não deveríamos estar tão ocupados com afazeres terrenos... nem sugere que nos afastemos de nossos envolvimentos para viver vidas calmas, tranqüilas e retiradas das lutas do mundo... Jesus não quer de forma alguma que deixemos nosso mundo de muitas facetas. Antes, quer que vivamos nele, mas firmemente arraigados no centro de todas as coisas. Jesus não fala sobre uma mudança de atividades, uma mudança de contratos, ou até de uma mudança de ritmo. Ele fala sobre uma mudança de coração”. Certamente que este enfoque evidencia o reconhecimento de nossa dependência básica de Deus (por oposição à autosuficiência), a par de nosso engajamento nos desafios do dia-a-dia;  aqui temos uma caracterização do desenvolvimento sustentável do espírito.

domingo, 5 de agosto de 2012

ANSIAMOS POR VIVER EM PAZ !



Conta-se, que num concurso para escolher uma pintura que simbolizasse a paz, os quadros convencionais retratando uma “pomba da paz”, foram preteridos pela seleção de um quadro que mostrava um ninho de passarinho preso aos galhos de uma árvore, que se projetava sobre uma grande cachoeira. E a justificativa foi que, a verdadeira paz, não depende das circunstâncias favoráveis, sendo possível se viver em paz, mesmo em meio a um ambiente atemorizador.
Paz, comumente, tem o significado restrito de ausência de guerra e de problemas. No pensamento hebraico contudo “paz= shalom”, é algo muito mais positivo e abrangente; é tudo quanto contribui para o sumo bem do homem. Paz é a tradução do grego “Eirene”, e envolve tudo quanto constitui o repouso, o contentamento e a verdadeira felicidade do coração. Descreve a serenidade, a tranqüilidade, o perfeito contentamento da vida totalmente feliz e segura. Eirene é a palavra para descrever a perfeição dos relacionamentos, da amizade humana. Paz é, então, o relacionamento certo entre as Nações, entre grupos de pessoas; é o relacionamento certo em todas as esferas da vida.
A falta de paz, está associada com o medo. A genuína Paz lança fora todo o medo. Medo das circunstâncias, medo do futuro, e não por último, medo de perder o controle da situação. “Uma das maiores fontes de ansiedade para o ser humano é o desejo de controlar a realidade. Geralmente tendemos a querer que as coisas se manifestem exatamente da maneira que desejamos ou consideramos ideal. Ocorre que, muitas vezes, tentamos forçar os acontecimentos ou entramos num estado de ansiedade e medo, temendo que eles não se concretizem. O controle, aliás, é um dos aspectos do medo, pois queremos manipular as variáveis de uma situação por recearmos que ela se desenvolva da maneira que gostaríamos. Este comportamento, geralmente, se deve ao fato de que somos ensinados, desde pequenos, a "fazer coisas acontecerem".   O mundo nos cobra uma ação permanente, afirmando que, somente os que correm atrás é que conseguem sair vencedores.Este ensinamento carrega em si a ilusão da onipotência, pois considera que a vida é tecida somente por nossos desejos.“ (registro de um colega).
A ausência de paz implica também em que vivemos cansados! Um dos sinais dos tempos atuais, é estarmos, quase sempre, muito cansados; cansados de se esforçar para assegurar uma vida digna, de lutar por um lugar ao sol, e cansados de esperar, ansiosamente, por um resultado que não chega; é fácil observar nos noticiários, provas de que este é um mal que acomete generalizadamente, mesmo  pessoas muito abastadas de riquezas materiais, mas que padecem igualmente da falta de paz, que não se pode comprar.
Paz é também o termo para o relacionamento certo entre o homem e Deus, e sua ausência constitui-se na verdade, na raiz de todo medo e cansaço existencial. A Paz é o dom = presente de Jesus Cristo. Quando ressuscitou, sua saudação foi: “Paz seja convosco”; e quando voltou aos Céus, sua última vontade e testamento foi: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. Esta paz genuína, que enseja  relacionamentos certos em todas as esferas da vida, e, que traz descanso e refrigério para a alma, Deus abre a Sua mão e a dá abundantemente à todos que verdadeiramente O amam.

sábado, 7 de julho de 2012

MUITO ALÉM DE CRENÇAS, UMA VIDA COM PROPÓSITO



Aquilo que dá sentido à vida, e que por isso trago na memória, por me dar esperança que se renova a cada instante:
Deus criou todas as coisas – inclusive Anjos, e os homens - com um propósito geral: agradar a Seu Filho, Jesus Cristo, que também é Deus ; “Porque dEle, e por ele, e para Ele são todas as coisas”.
O propósito específico de Deus ao criar o homem - Deus, o nosso Criador, é o único que pode nos dizer para que foi que Ele nos fez. Somente Ele tem a resposta certa sobre o verdadeiro sentido da nossa vida. E, a Bíblia, que é a palavra de Deus revelada ao homem, nos diz que fomos criados com o propósito de sermos companheiros de Deus. Por isso o ser humano foi formado à semelhança de Deus, dotado de capacidade de raciocinar, de sentir e de expressar emoções, e, de agir voluntariamente. Essas características é que possibilitam ao homem estabelecer uma relação pessoal com o seu criador.
Somos dotados de natureza moral e livre arbítrio - cada homem está sujeito, a todo momento, a diversos conjuntos de leis (da Fisica, da Química, da Biologia, etc), ditas determinísticas, ou de causa e efeito; mas há também uma lei apenas, à qual pode desobedecer livremente; ou seja, o homem não pode desobedecer às leis que compartilha com outras coisas, mas à lei que é peculiar à sua natureza humana, à lei que não compartilha nem com os animais, nem com os vegetais, nem com os seres inorgânicos, a essa Lei   pode  desobedecer, se assim o quiser. Essa lei opera com base na persuasão, e, é chamada Lei Moral, ou Regra do Certo e do Errado, ou Lei Natural, porque se pensava que todos a conheciam por natureza e não precisava aprendê-la (C.S. Lewis).
Pelo livre arbítrio, um dia o homem resolveu viver fora deste propósito, longe de Deus. Influenciado por uma idéia diabólica, o coração humano se encheu de uma vaidade egoísta – o desejo de reinar sobre a sua própria existência, rejeitando, assim, o senhorio divino sobre a sua vida. Essa rebeldia contra o Criador é o pecado que desgraçou a raça humana. O pecado separou o homem de Deus,o que a Biblia chama de morte espiritual, ensejando, na sequência, a  morte física; e, fez com que ele perdesse a razão de existir.
O Plano de resgate (da Salvação) tem como ponto focal a vida, e a obra de JESUS - Jesus que é Deus eterno, por amor a nós, tornou-se homem; sua vida foi perfeita e irrepreensível; sua obra foi tremenda e grandiosa; morreu pelos nossos pecados; ressuscitou; foi exaltado à direita de Deus; e, voltará para reinar conosco pela eternidade. A essência dos Evangelhos é anunciar a vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo como uma dádiva de Deus, um presente que nos foi dado, e desde então tudo que Ele conquistou na Terra é direito nosso, é nossa herança.
O desdobramento do propósito de Deus - Ele nos criou e salvou visando um fim, uma meta ou propósito, que é: DEUS será Pai de muitos filhos; JESUS será o primogênito entre muitos irmãos; NÓS seremos filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo, segundo a Sua semelhança.O propósito final de Deus não se resume, assim, em ser salvador, ou criador, mas destaca Sua paternidade.  Esta semelhança só é possível por uma metanóia (mudança radical de vida) em que o nosso espírito é conformado à semelhança de Jesus Cristo, passando a viver em intimidade com o Espírito Santo. Esta metanóia tem como marco o sopro sobrenatural do Espírito Santo, gerando a Nova Vida, assim como, no princípio, Deus soprou o alento de vida no Homem. O poder para cumprir o propósito eterno de Deus é então a Nova Vida gerada por Cristo em cada um que é salvo - “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Apostolo Paulo). Aqui o mistério da Trindade divina, a ser vivenciado pela fé, e que ultrapassa as limitações do nosso juízo racional: só se pode conhecer Deus, que é espírito, desta forma, pela mediação de Jesus Cristo; e, o conhecimento de Jesus Cristo como Deus, só pode ser revelado pelo Espírito Santo, que em nós passa a habitar.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

AMIGOS,REDES SOCIAIS, E BLOGS, FONTES RENOVÁVEIS DE ALEGRIA



Antes das honras e das conquistas o amigo está conosco.O amigo sabe quem a gente é. O amigo sabe o nível das batalhas que nós temos... O amigo está lá quando a dor é violenta... O amigo fica junto e permanece ... “ Assim nos relembra a sempre inspirada cantora cristã,  Ludmila Ferber, em sua canção “O poder de uma aliança”. A esta referencia, acrescentamos: o amigo é o irmão cujos laços se formam por escolha mútua, de corações fraternos. Transcende ao conhecimento e ao mero companheirismo circunstancial, mais ou menos impessoal, tão comum, e que se impõe por força da convivência quotidiana. Alguém já definiu amizade “como um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade. Estão envolvidas: a tendência de desejar o melhor para o outro, simpatia e empatia, e honestidade. Faz parte da amizade não exacerbar os defeitos do outro e dividir os bons e maus momentos. Os amigos evitam ser sufocantes ao outro para que haja respeito nos direitos deste. Carl Rogers diz que a amizade "é a aceitação de cada um como realmente ele é". A amizade genuína requer tempo, esforço e trabalho para ser mantida”.
UMA CURTA HISTÓRIA: Leon Tolstoi, o grande escritor e crítico social russo do século 19, foi abordado por um mendigo que lhe pediu algumas moedas. Com lágrimas nos olhos, Tolstoi respondeu: “Meu irmão, dói-me profundamente dizer que nada tenho para lhe dar”. O pobre homem respondeu sem hesitar: “Mas você já me deu mais do que qualquer outra pessoa: você já me deu mais do que qualquer outra pessoa: você me chamou de “seu irmão”.
FÁBULA do urso e dos viajantes – “Dois viajantes encontraram um urso na estrada. O primeiro subiu numa árvore e se escondeu. O outro, apavorado, resolveu se jogar no chão e se fingir de morto. O animal chegou perto, cheirou as orelhas dele e foi embora. (Dizem que um urso não mexe com está morto). O que estava na árvore desceu e perguntou ao companheiro o que é que o urso tinha cochichado. – Ele me disse para não viajar mais com quem abandona os amigos na hora do perigo. É na dificuldade que se prova a amizade.” (Esopo)
O QUE DIZ A CIÊNCIA: “Quando o assunto é o coração humano, dizem os cientistas, existem pelo menos três grandes sistemas cerebrais independentes, mas correlacionados, cada um deles nos estimulando a seu modo. Para desvendar os mistérios do amor, a neurociência faz uma distinção entre as redes neurais referentes a apego, cuidados e sexo. Cada uma delas é abastecida por um conjunto diferente de substâncias químicas cerebrais e hormônios, e cada qual percorre um circuito neuronal diferente. Cada qual acrescenta um tempero químico próprio às muitas variedades do amor. O apego determina quem procuramos em busca de socorro; são as pessoas de quem mais sentimos falta quando ausentes. O cuidado nos dá o impulso de cuidar das pessoas com as quais mais nos preocupamos. Quando há apego, há união: quando cuidamos de alguém, estamos suprindo suas necessidades” (GOLEMAN).
O PAPEL DAS REDES SOCIAIS: Normalmente o meio em que se desenvolve uma amizade, implica em convivência, ainda que por um pouco de tempo. Mais recentemente, tem-se estabelecido e/ou fortalecidas, também amizades a distância, suportadas, desde a correspondência, até os skypes e afins, na atualidade. Neste contexto, ressalta-se o papel das redes sociais, enquanto “estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns”, como um veículo particularmente oportuno e atual de fomento da amizade. A assim chamada amizade por correspondência, e sua versão século XXI, a amizade virtual, são então, relacionamentos entre pessoas que se comunicam mesmo à distância, e desenvolvem entre si, sentimentos idênticos ao de uma amizade tradicional, sem de fato terem se conhecido pessoalmente; ou quando muito, se encontraram raramente. Jóia da tecnologia contemporânea, a internet e suas aplicações afins, nos proporcionam doravante uma alternativa para ampliar e consolidar vínculos de amizade com o conforto cada vez mais buscado na sociedade moderna. Neste contexto destacamos os blogs, como uma nova possibilidade de conhecer e, de fazer-se mais conhecido, de ampliar horizontes através do universo dos sites, a começar pelos pessoais, de amigos, até os institucionais mais variados. O blog é assim utilizado como um diário eletrônico, ensejando registro de lições de vida, de momentos alegres ou graves, e, evetualmente, de compartilhamento de percepções e trocas do saber assimilado, com o gostinho das contribuições personalizadas dos amigos. Neste ínterim, são tantos insights oportunos, e a visão compartilhada de tantas nuances do saber e do viver, que ocorre-nos a tentação de ficar-se adicto destas fontes.
BLOGS DOS AMIGOS: Com apoio então das redes sociais e dos blogs, doravante já posso recuperar os contatos e reforçar os laços de amizade - antigos amigos de infância, e da juventude, da vizinhança e do Colégio, da Faculdade, do trabalho e da Igreja - atualmente distantes geograficamente, sendo estes, certamente um dos maiores patrimônios da terceira idade, a saber, a possibilidade de ter-se uma extensa rede de amigos. Por oportuno, e a título de ilustração registro os seguintes sites de amigos que já constam em minha lista de favoritos:
 http://depaulaohistoriador.blogspot.com.br/ de Nelson de Paula, historiador por formação, e cantor sacro;
http://logos-ergon-trope.blogspot.com.br/, do Prof Roberto Avillez ,engenheiro por formação, cientista por ocupação, e poeta cristão por vocação;
http://marluzis.blogspot.com/  de Marluci colega de trabalho, ao tempo em que estava na ativa, amante do belo, e fotógrafa especializada em flashs da alegria de viver; http://www.falecomoheadhunter.blogspot.com.br/ de Aristides Girardi , exemplo de perseverança e profissionalismo ético, em dia com as atualidades no mercado de trabalho;
http://carlosorlandijr.blogspot.com.br/ meditações do meu pastor Carlos Orlandi Jr, e http://www.decoracaoacoracao.com.br/ mensagens inspiradas sob coordenação dos irmãos Nanny e Winston;
http://cslewis.com.br/cursos/ da amiga e professora, com especialização na obra de C.S.Lewis, Dra. Gabrielle Gregersen;
E muitos outros sites afins, inclusive  institucionais; quanta riqueza compartilhada! Por tudo isto particularmente, me considero um privilegiado, não obstante ainda permanecer no estágio de aprendiz de blogueiro.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

+ QUE ORAR PARA VIVER é VIVER PARA ORAR +




A Biblia nos diz que fomos criados com o propósito de sermos companheiros de Deus. Ora, em qualquer relação de companheirismo, uma das condições básicas é a capacidade de podermos falar livremente, uns com os outros. No relacionamento com Deus, isto ocorre sobretudo na forma de  oração. Segundo o dicionário popular, “Oração é um ato religioso que visa ativar uma ligação, uma conversa, um pedido, um agradecimento, uma manifestação de reconhecimento ou ainda um ato de louvor diante de Deus. A oração (na crença cristã), é a comunicação e o fruto consciente do relacionamento com um Deus (que além de transcendente é também pessoal), e, durante o qual,  a pessoa louva, agradece, intercede pela vida de outro, pede bênçãos para  ele ou para outrem, e através desta comunicação pode desfrutar da presença de Deus . O propósito da oração seria então, o de obter para si mesmo e/ou para os outros, bênçãos e graças que Deus já estaria disposto a conceder, mas que deveriam ser solicitadas para serem obtidas.”
Assim no relacionamento com Deus, a oração deveria traduzir esta liberdade e alegria de comunicação, que caracteriza uma relação de amizade, e, que nos enseja vivenciar, então, todas as esferas da oração, ou mais mentalmente pensando em Deus, ou mais  emocionalmente amando a Deus.
Comumente, nós cristãos, temos concentrado nossas orações em pedidos dirigidos a Deus - por mediação de Jesus Cristo - no sentido de nos conceder a graça de viver bem, em paz, gozando de saúde, e desfrutando dos prazeres de uma vida saudável.
Destacamos aqui entretanto uma outra faculdade da oração, que é o privilégio de orar para que Deus faça a Sua vontade. Sua importância é acentuada se considerarmos que, assim, Deus aguarda que peçamos aquilo que Ele já deseja fazer:”Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos Céus.Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Comentando o assunto, Watchman Nee, destaca: “Podemos afirmar que esse é o seu princípio da ação. Desde a criação, Seu grande plano é agir em cooperação com o homem. Assim se define este serviço da oração: É Deus dizendo o que Ele deseja fazer, de modo que dois ou mais possam orar, expressando a vontade dEle. Tal oração não é pedir que Deus faça o que nós queremos, mas pedir-lhe que faça o que Ele já deseja fazer. Uma das condições  para que isso seja feito é harmonia (se dois de vós..., não é oração individual); eles precisam concordar, ou seja, precisam estar em harmonia, em plena unidade, como uma sinfonia executada por instrumentos musicais. E, outra condição é que essa harmonia não é um concordância momentânea a respeito de um determinado pedido, mas, antes,  precisa que as duas pessoas estejam sob o domínio do Espírito Santo. Isso quer dizer que sou levado por Deus a um ponto em que nego todos os meus desejos e quero somente o que o Senhor quer; uma outra pessoa, da mesma forma; e, eu e ela, ambos somos levados a um ponto em que há harmonia tal como a que existe na música.”
Certamente que a perspectiva de compartilhar de uma amizade tão ímpar é fonte de anseio por comunhão (ensejando ainda confiança e paz, quanto ao atendimento de  nossas necessidades); e, a possibilidade de ser habilitado para cooperar na consecução da vontade de Deus, é também fonte verdadeira de significado e transcedência, que, juntamente com a comunhão são os três anseios básicos de todo homem.

terça-feira, 1 de maio de 2012

O HOMEM, QUEM ELE É? - 2



Na 1ª parte publiquei alguns modelos que ajudam a compreender quem somos; como tal, são antes, tentativas de representação de uma realidade complexa, passíveis portanto de aperfeiçoamentos, ou mesmo substituição por novos modelos que venham a se mostrar mais úteis neste propósito. Nesta oportunidade, desejo registrar minhas crenças afins, naturalmente objeto de fé.
SOMOS CRIAÇÃO DE DEUS: Segundo a Biblia, Deus uniu o espírito, semelhante a Ele, com coisas materiais (“pó da terra”), criando algo novo, o ser humano. Não sabemos que tipo de criaturas Deus pode ter criado nos recantos longínquos deste universo, ou se criou outros mundos, em outras dimensões que, para nós, podem ser inimagináveis. E o homem passou a ser alma vivente; alma em grego é psyché, psique, isto é, a nossa parte psicológica. O homem tem, assim, duas partes principais: a material e a imaterial. Quanto à constituição da parte imaterial tem-se duas interpretações possíveis: alma/espírito como uma só coisa, e alma e espírito como duas dimensões distintas, sendo o espírito a esfera da comunhão com Deus. Neste contexto, o corpo, que é a nossa parte material, através dos sentidos, recebe “impressões”, isto é, informações que vêm do mundo físico e são levadas para a alma. E, na contramão, o corpo influencia o mundo ao nosso redor por meio de nossas “expressões”. Este homem, assim criado, gozava da comunhão com Deus, seu Criador. Não obstante ele quebrou esta comunhão, situação que a Biblia chama de “pecado original”, e, que ensejou a condição do homem estar doravante, separado de Deus;  posteriormente esta comunhão foi restaurada através de Jesus Cristo, que é Deus. Carnal, isto é, estar na carne, se refere a este estado do homem separado de Deus, vivendo unicamente por conta própria. O projeto original era, assim, da alma em comunhão com Deus, regendo o corpo, através da vontade, do intelecto e das emoções. Um termo afim, coração diz respeito à personalidade, caráter, ou vida interior do homem.
DEUS DOTOU-NOS DE DUAS CAPACIDADES/HABILIDADES: “Capacidade de percepção, ou entendimento, para discernir, ver e julgar; e, Capacidade de inclinação, na direção do que vê ou avalia; tanto pode ser de inclinação para aceitar, quanto para rejeitar o que viu. A palavra “afeição” refere-se à maneira em que algo nos afeta. E isto pode proceder de duas fontes: Deus, ou “nossa carne”. Na verdade, a apreciação ou inclinação da alma em direção a alguma coisa, caso seja intensa e vigorosa, é o que chamamos de afetos de amor, e o mesmo grau de rejeição e desaprovação é o que chamamos de afetos de ódio. São os afetos que motivam – dão sabor e colorido – aos atos humanos. A natureza humana é preguiçosa, a não ser que seja influenciada por afetos como amor, ódio, desejo, esperança e medo. Essas emoções são como fontes que nos colocam em movimento em todos os aspectos e ocupações da vida. Se fossem retirados, o mundo acabaria imóvel e morto. Os afetos motivarão a alma a buscar e a se apegar ao que vê, ou a afastar a alma e se opor o que viu. Amor, desejo, esperança, alegria, gratidão satisfação motivam a alma. Ódio, medo, raiva e sofrimento a se afastar. Alguns afetos são a mistura de duas reações”. (Jonathan Edwards).
NOSSA NATUREZA MORAL E O LIVRE ARBÍTRIO (de “Cristianismo Simples”, C.S. Lewis) O que distingue, essencialmente, o homem dos demais animais é a sua dimensão moral. No mundo, tudo se acha sob o domínio das Leis Físicas, e, exclusivamente o ser humano está sujeito ainda a uma outra Lei,  a Moral, ou Lei da natureza Humana, ou Regra do Certo e do Errado, mas, com uma grande diferença: um corpo material não pode escolher se obedece ou não à lei da gravidade, ao passo que o homem pode escolher se obedece, ou não, à lei da natureza Humana. A Lei Moral opera apenas na área do livre-arbítrio, e de tudo que decorre do livre-arbítrio. Quando se trata de seres humanos existem então, os fatos (o modo como os homens procedem na prática,) e existe algo mais, (o modo como poderiam proceder). É a Lei da inteligência, da liberdade, da escolha responsável. Opera com base na persuasão, e não na correção. Ela não obriga ninguém a nada, mas apresenta, à razão humana, os valores que devem ser preferidos, e as conseqüências das opões feitas. Ela opera através de motivações e governa por meio da razão.
Obs.  Pontos de vista sobre a moral do homem: perspectiva humanista (veio na onda do Iluminismo do século XVIII) – o homem é intrinsecamente bom, e tudo que precisa é ser ensinado;  perspectiva freudiana – faz dos instintos a base da nossa personalidade (sexo, fome, segurança e prazer são pressões que nos moldam); perspectiva materialista – o homem é produto do seu meio, e, nasce como uma tabula rasa, capaz de ser totalmente moldado pela sociedade em que vive; perspectiva cristã – o homem foi criado bom, fez uma opção equivocada, de independizar-se de Deus,  tornando-se doravante, por natureza, intrinsecamente propenso para o mal.
QUEM SOU EU ?  (Poema escrito dentro da prisão, de Dietrich BONHOEFFER, pastor, profeta que teve a coragem de denunciar e alertar sobre o perigo nazista que a tudo encobria; condenado à morte, suas palavras de despedida foram: “este é o fim, mas para mim é o começo da vida”).
Quem sou eu? Seguidamente me dizem
Que saio da minha cela
Tão sereno, alegre e firme
Qual dono de um castelo.
Quem sou eu? Seguidamente me dizem
Que da maneira como falo
Aos guardas, tão livremente,
Como amigo e com clareza
Parece que esteja mandando.
Quem sou eu? Também me dizem
Que suporto os dias do infortúnio
Impassível, sorridente e com orgulho
Como um que se acostumou a vencer.
Sou mesmo o que os outros dizem de mim?
Ou apenas sou o que sei de mim mesmo?
Inquieto, saudoso, doente,
Como um passarinho na gaiola,
Sempre lutando por ar, como se me sufocassem,
Faminto de cores, de flores, às vezes de pássaros.
Sedento por palavras boas, por proximidade humana,
Tremendo de ira a respeito da arbitrariedade e ofensa mesquinha.
Nervoso na espera de grandes coisas,
Em angústia impotente pela sorte de amigos distantes,
Cansado e vazio até para orar, para pensar, para produzir,
Desanimado e pronto para me despedir de tudo?
Quem sou eu? Este ou aquele?
Sou hoje este e amanhã um outro?
Sou porventura tudo ao mesmo tempo?
Perante os homens um hipócrita?
E um covarde, miserável diante de mim mesmo?
Ou será que aquilo que ainda em mim perdura,
Seja como um exército em derradeira fuga,
À vista da vitória já ganha?
Quem sou eu?
À própria pergunta nesta solidão,
De mim parece pretender zombar.
Quem quer que sempre eu seja,
Tu me conheces, oh, meu Deus,
Sou TEU.