segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MEUS TRÊS PEDIDOS DE + PARA O ANO NOVO DE 2012


QUERO VIVER +, EM HARMONIA, NA “PAZ DE DEUS”. Paz é algo muito mais positivo e abrangente do que a ausência de conflito; é antes, tudo quanto contribui para o sumo bem do homem. Paz = Shalom, é a tradução do grego Eirene, e envolve tudo quanto constitui o repouso, o contentamento e a verdadeira felicidade do coração. Descreve a serenidade, a tranqüilidade, o perfeito contentamento da vida totalmente feliz e segura. Eirene é a palavra para descrever a perfeição dos relacionamentos; é a palavra da amizade humana, do relacionamento certo entre as Nações. Paz define também o relacionamento certo entre o homem e Deus, e por decorrência o relacionamento certo em todas as esferas da vida. Esta Paz consubstanciou-se no dom (presente) de Jesus Cristo. Quando ressuscitou, sua saudação foi: “Paz seja convosco”; e quando voltou aos Céus, sua última vontade e testamento foi: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” . Desejo enfim que a Paz de Deus se realize a cada dia, no meu viver, por meio de atitudes que falem de boas relações com Ele. Shalom Adonai !
QUERO VIVENCIAR +, EM ADMIRAÇÃO E REVERÊNCIA, O SUBLIME E O INEFÁVEL MISTÉRIO QUE ENVOLVE O MILAGRE DA VIDA. Admiração é derivado de miraculum – milagre. No pensamento do rabino Joshua Heschel, “admirar significa ver, e, no ato de ver, sentir o estranhamento do que aparece. Segundo ele, “o que aparece é sempre admirável e tem força de produzir em nós uma tonalidade ou disposição afetiva a que chamamos de espanto ou admiração. O que nos enche de maravilhado assombro não é o que compreendemos e somos capazes de comunicar, mas o que se situa dentro do nosso alcance e ao mesmo tempo está além da nossa compreensão. A música, a poesia, a religião, todas iniciam a alma no encontro com um aspecto da realidade para o qual a razão não tem conceitos e a língua não tem palavras. A reverência é uma das respostas do homem à presença deste mistério. O sublime e o inefável são aquilo que vemos mas que somos incapazes de expressar, e, para o que, a nossa resposta pode despertar em nós a percepção do milagre.” Neste contexto, espero então criar mais espaço propício para louvor e adoração a Deus, Supremo Criador e Mantenedor da vida.
QUERO SENTIR +, QUE VIVI OS DIAS DA MINHA VIDA, E, PODER CONCLUIR QUE VALEU A PENA! Segundo Henri Boulad, “há duas maneiras de olhar o passado: a maneira profana, que reduz a vida a uma sucessão de eventos vazios e unidimensionais, e a maneira sagrada, que vê na existência a ação secreta e contínua de Deus. Na ocasião em que as coisas acontecem, não tomo consciência de seu significado e é só depois, em resultado de certo distanciamento que descubro a graça especial, a profunda importância de tais acontecimentos. Lembrar-se é trazer aos nossos corações um evento passado, para dar-lhe nova vida. Em latim, “recordare” significa “reevocar” e deriva da palavra latina para coração: “cor, cordis”. Assim recordar não é apenas uma atividade abstrata do cérebro, mas uma coisa do coração ... É certo que o passado não morre, e as lembranças mantêm o passado vivo, presente. É por isso que as memórias são tão sagradas...Viver com todo o peso e o ímpeto do que fui, molda minha vida de uma maneira bem diferente e ela assumirá outra dimensão. As lembranças nutrem nosso presente com seu sabor e seu fogo e nos dão um valor inestimável”. Assim “quero trazer à memória, o que pode me dar esperança”.
E o mesmo desejo a todos que me dão a alegria de poder chamá-los de amigos!

domingo, 4 de dezembro de 2011

NATAL, O PRESENTE DE DEUS PARA NÓS

UM TELEGRAMA DO CÉU

Data: 1º dia do ano 0001

Remetente – Deus, nosso Pai, do Céu

A/C - de pastores, no campo, cuidando de seus rebanhos de ovelhas, e,que prontamente responderam: “vamos a Belém

Destinatários: para todos nós

Portador – um Anjo

A mensagem:eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”.

Com o acompanhamento musical de um coro da milícia celestial:Glória a Deus nas maiores alturas, e Paz na Terra entre os homens, a quem Ele quer bem”.

A notícia mais gloriosa que Deus, em todos os tempos, deu aos homens, foi este telegrama noturno, dando conta de muito júbilo no Céu. Ele trouxe alegria aos homens que viviam sem esperanças de comunhão com Deus, envolvidos nas trevas do pecado e no medo da morte. E a confirmação: eles encontraram tudo conforme o Anjo havia avisado. Voltaram com louvor e adoração . “Um menino vos nasceu, um filho se vos deu”. Comentando este texto do Evangelho de Lucas, o reformador Lutero chama a atenção para que este é na verdade a essência dos Evangelhos: um presente maravilhoso de Deus; o menino Jesus é o único do qual se diz “é-nos nascido”. Este menino nos pertence, a todos nós, nasceu para nosso bem. É uma dádiva gloriosa - uma criança, um filho! É uma dádiva pessoal – ele nos foi dado, nos pertence, a todos nós! Nasceu para o nosso bem, e com Ele, tudo que Ele tem, tudo que conquistou na Terra é direito nosso, é nossa herança! Por isso a pregação se chama evangelho, o que significa uma boa notícia, que difunde alegria e consolo. Por isso o Evangelho não é propriamente um código de leis e preceitos que nos exija primariamente atuar, senão um livro de promessas divinas, no qual nos promete, oferece e dá todos seus bens e benefícios em Cristo. Sabemos também a motivação de Deus ao nos presentear desta forma: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que nos deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” É esta em essência a natureza dos Evangelhos, da boa notícia, e que é motivo de tão grande alegria. Devido a uma compreensão distorcida dos Evangelhos, alguns cristãos acabam perdendo a alegria de recebê-lo primariamente como um presente gracioso, ao qual, corresponderia uma resposta espontânea, de gratidão pelo presente recebido, uma resposta de amor correspondido.

O melhor presente, dom, dádiva de Deus, no Natal é o Senhor Jesus. "Este presente vem do Céu. Um presente que faz o coração feliz; nunca envelhece, enquanto todos os demais perecem. Está sempre conosco. Transforma quem o recebe (foi-nos dado para salvação). Um presente que todos podem receber (os Anjos não receberam presente igual). Um presente maravilhoso - o Senhor Jesus é a dádiva mais preciosa de Deus. Deus dá ricamente e em todo o tempo, mas o Senhor é a dádiva de todos as dádivas. Uma dádiva gloriosa, uma criança, um filho. Nunca houve um dom semelhante; em sua origem – não foi um menino comum, foi singular; em seu motivo – é seu amor que Lhe fez pensar em nós; em seu efeito – este Dom traz gloria, paz e boa vontade; em sua qualidade – outros dons passam, se gastam ou morrem, este vive para sempre. Nunca houve um dom tão descuidado: saiu com esplendor do Céu, chegou de noite e sem encontrar pousada; os Anjos o louvavam no Céu, enquanto na Terra, Herodes o maldizia e perseguia; tudo que teve foi emprestado - berço, barco, jumentinho, mesa, cruz, sepulcro. Hoje tem muito pouco lugar para Ele entre nós, e estamos continuamente sem tempo, e sem espaço, muito ocupados e preocupados conoscos mesmos."

Um motivo de grande alegria para todos que o recebem. “Nasceu nosso Salvador que é Cristo o Senhor; por isto será chamado de Emanuel, que significa Deus conosco”. O apostolo Paulo nos dá qual foi a motivação de Deus: “afim de podermos nos tornar filhos de Deus”. Natal significa nascimento, que enseja muita alegria, como no cântico de Maria: “minha alma engrandece ao Senhor (alegria do coração)/ meu espírito se alegrou em Deus (alegria do espírito)/ meu Salvador (alegria da salvação)/ Ele contemplou na minha humildade (agradecida)/ Considerar-me-ão bem-aventurada/ Porque Ele me fez grandes cousas. O primeiro louvor registrado no Antigo Testamento sucedeu após a Saída do cativeiro no Egito; foi um hino de salvação da escravidão. O primeiro louvor do Novo Testamento é de glorificação do Salvador (o cântico de Maria, provem de um amor ardente e um gozo transbordante, nos quais se inspiram seu coração e sua vida, motivados do interior pelo Espírito Santo).

A celebração do primeiro Natal foi em Belém-Efrata, que significa “casa de pão”, e “fértil”, era uma das menores cidades de Judá. Lar de Abrão, Isaque, e Jacó; ali nasceu Jesus. Seus participantes - José, Maria, os Pastores – ignorantes, pobres e da vizinhança - e os Magos – sábios, fortes, ricos, procedentes de terras distantes, do Oriente. O canto de celebração – “Gloria a Deus” (no Céu) e “Paz aos homens” (na Terra). Ao finalizar houve uma oferta real: ouro, incenso e mirra. Os pastores regressaram glorificando e louvando a Deus; os Magos regressaram por outro caminho, havendo achado seu Bem maior. Hoje, o que nós faremos com semelhante Dom (presente)?

ENTÃO É NATAL ! é a canção popular, na bela interpretação da cantora Simone. Um feliz e verdadeiro Natal compartilhando este presente singular de Deus para todos nós!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Da QUALIDADE DE VIDA à VIDA ABUNDANTE- insights sobre nossas necessidades, interesses, desejos, motivações, e alvos na vida

A QUALIDADE DE VIDA, enquanto método desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, mede as condições de vida de um ser humano envolvendo o bem físico, mental, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais, como família e amigos, e, também a saúde, educação, poder de compra e outras circunstâncias da vida. É composto por seis domínios: o físico, o psicológico, o do nível de independência, o das relações sociais, o do meio ambiente e o dos aspectos religiosos.

NOSSAS NECESSIDADES. Abraham Maslow, propôs uma hierarquia de nossas necessidades, segundo a qual, as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua autorrealização. Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritas na pirâmide: 1) necessidades fisiológicas (básicas), tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo; 2) necessidades de segurança, que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida; 3) necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube; 4) necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos; 5) necessidades de autorrealização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser: "O que os humanos podem ser, eles devem ser: Eles devem ser verdadeiros com a sua própria natureza”. É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa tem de ser coerente com aquilo que é na realidade "... temos que ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais".(extrato antigo do serviço de pesquisas da Encyclopedia Britanica).

NOSSOS INTERESSES E DESEJOS MAIS BÁSICOS. Psicólogos e sociólogos descobriram que certos desejos são comuns aos seres humanos em todo o mundo, e que esses desejos dominam o comportamento individual. Que o homem, em qualquer lugar, é motivado por certos interesses que são o resultado e a expressão de necessidades fundamentais de sua natureza. Esses interesses são: o interesse procriador; o fisiológico; o individual ou egoístico; o social; e, o transcendental, isto é, interesse no infinito, no sobrenatural. A satisfação desses interesses possibilita a ascensão e desenvolvimento das sociedades, e responde pelas várias instituições sociais, como família, sistemas econômicos e religião. Cada um desses fenômenos societários, e muitos outros, podem ser atribuidos à existência daqueles interesses. Outra relação inclui: 1) desejo de novas experiências, ou seja, um desejo de evitar a monotonia e uma ânsia de excitamento, e que expressa-se de várias formas, dependendo do temperamento do indivíduo e do tipo de sociedade em que vive; 2) desejo de segurança que, em certo sentido, é o proposto do de aventura, mas que se acha presente ao mesmo tempo; 3) desejo de resposta, que é o desejo de afeição, simpatia, e estima dos outros; esta ânsia de resposta se encontra na amizade, e no amor filial, paternal e conjugal; o fracasso na satisfação desse desejo básico pode destruir a moral e a eficiência do individuo; 4) e, desejo de reconhecimento, que é o desejo de aprovação dos outros; acredita-se que esse desejo tenha raízes na nossa aspiração de autoestima. (extrato antigo do serviço de pesquisas da Encyclopedia Britanica).

NOSSO DESEJO DE JUSTIÇA, ESPIRITUALIDADE, RELACIONAMENTO E BELEZA. São características distintivas do ser humano:1) um chamado à justiça na esperança de endireitamento do Mundo e de todos nós que nele vivemos; 2) a fonte escondida da espiritualidade - é como uma placa indicando que os seres humanos foram feitos para algo mais...; 3) o campo dos relacionamentos humanos - é como se nós, humanos, tivéssemos sido feitos para encontrar nosso propósito e significado, mais no outro, e nos significados e propósitos compartilhados com uma família, amigos, etc.; 4) a admiração pela beleza - o mundo está repleto de beleza, mas ela é incompleta, e, do mesmo modo que a justiça, escapa de nossas mãos. (de “Simplesmente Cristão, porque o cristianismo faz sentido”, de N.T. Wright).

NOSSA MOTIVAÇÕES PRIMEIRAS. Ânsia de prazer, para Freud; ânsia de poder, para Adler, e Nietzsche; ânsia de significado, para Viktor Frankl (famoso psicólogo, sobrevivente do holocausto, que desenvolveu a corrente da psicologia denominada Logoterapia, baseada na busca por sentido como motivação primária da vida - os caminhos através dos quais podemos encontrar sentido são: vivenciando, ou criando, ao nos dedicarmos a uma obra, tarefa ou pessoa. Viver com sentido, significa descobrir o melhor valor possível dentro de uma situação e realizá-lo).

A IMPORTÂNCIA DA FÉ. Todas as coisas existentes podem ser classificadas em dois grupos: o que está dentro do homem, e o que está fora dele; ao que está dentro do homem chamamos mundo subjetivo, e ao que está fora chamamos mundo objetivo. No mundo subjetivo, isto é, na alma do homem, há apenas necessidades; ali encontramos somente apetites, desejos, fome, sede, saudades, poderes pessoais, etc. A fome indica necessidade de alimento, a sede indica necessidade de água, a saudade revela necessidade de companheiros, etc,, e assim vemos que só necessidades enchem o mundo subjetivo, onde não se encontra satisfação para nenhuma delas. É no mundo objetivo que encontramos a satisfação de todas as necessidades do mundo subjetivo; achamos no mundo subjetivo a fome, no objetivo o pão; no subjetivo a sede, no objetivo a água; no subjetivo o desejo de saber, no objetivo a verdade. Enfim, para cada necessidade que se verifica no mundo subjetivo, encontramos a adequada satisfação no mundo objetivo. O mundo objetivo depende do mundo subjetivo para o seu progresso, e o mundo subjetivo depende do mundo objetivo para a satisfação de suas necessidades. O intercâmbio entre os poderes do mundo subjetivo e os bens do mundo objetivo, se estabelece pela fé. Pela fé não só o homem reconhece a sua necessidade, senão também procura achar a satisfação que para ela existe no mundo objetivo. O homem não chega a satisfazer a nenhuma das suas necessidades, senão pela fé. Neste sentido o homem em geral vive pela fé. Todas as fases da vida são um resultado da fé. Sem fé, não há, nem pode haver vida. “( de “Esboço de Teologia Sistemática”, de Langston).

VIDA ABUNDANTE. A fé também liga a necessidade à salvação; salvação de uma vida de pecado (= errar o alvo para o qual fomos criados) afastada de Deus, para uma vida de relacionamento com Deus, de maneira tão íntima como ocorre no contato entre pai (Deus) e filho (nós). E existem apenas dois objetivos finais pelos quais podemos optar: um é “o supremo bem de Deus e do universo”, isto é, amar a Deus primeiro e ao nosso próximo como a nós mesmos; o outro alvo é o “eu”. Não existe nenhuma outra alternativa, nem meio termos, nem posição de neutralidade. E esses dois alvos, como objetivos finais, se excluem mutuamente; são antitéticos e antagonistas.A vida abundante é então o padrão de qualidade desta vida, vivida pela fé em Cristo Jesus. Daí o Evangelho (= boas noticias): “Ele (Jesus Cristo) veio para que tenhamos vida, e vida em abundância.

Aos meus amigos, a quem convido, se desejarem, comentarem,e/ou enriquecerem com novos insights.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Dr. FILADELFO FIGUEIREDO, A QUEM HONRA, HONRA !


Registro do coração, de nossa irmã Vanda Lucia em 08.11.2011:Hoje faz 94 anos do nascimento, na cidade de Aracoiba , municipio de Baturité , de Philadelfo Pinto Phigueiredo (nosso pai), filho do casal vôvô Dorinha e vovó Santa, nomes pelos quais ficaram em nossa memória. Fazia parte de uma família grande com cinco irmãs e um irmão. Juntamente com o irmão, foram mandados para Recife, a fim de estudar no grande Colegio Americano Batista, haja visto morarem na Fazenda Pedra Aguda. Ali Philadelfo permaneceu por vários anos, tendo servido ao Exercito, ocasião em que permaneceu de prontidão, na expectativa de participação nas Forças Expedicionárias Brasileiras, durante a 2ª Guerra Mundial, e na sequência se formou em Engenharia Química. Em Recife conheceu ainda sua esposa muito amada, a graciosa, culta e meiga, jovem Wanda, com quem mais tarde se casou, e construiu uma familia com cinco filhos. Falar sobre papai, não é dificil, pois posso encontrar um exemplo de vida na Biblia e, sem medo de estar exagerando, parafraser o texto bíblico do livro de Jó, dizendo que também “Havia na Fazenda Pedra Aguda um homem, cujo nome era Filadelfo (nome atualizado, e que significa amigo do irmão), homem reto, íntegro, que temia a Deus e se desviava do mal......”. Foi um exemplo de vida íntegra, de um caráter ilibado, e um servo fiel do Deus Altissimo. Na Igreja era aquela voz sábia, moderador por excelência, procurando sempre seguir em tudo a vontade e orientação de Deus. Ali, foi por muitos anos, Professor e Superitendente da Escola Dominical, Presbítero, e dirigente de Congregacões, não medindo esforços, em servir a Deus, exemplo este, que muito influenciou aos filhos a buscarem com ardor e amor, servir a Deus, mais e mais. Batalhou muito, enfrentou muitas adversidades na vida , mas as venceu com honra, sempre deixando um exemplo de vida para os filhos. Logo cedo, ao se casar, mudou-se para Sobral–Ce, onde foi trabalhar na Companhia Industrial de Algodão e Oleo, onde, por infelicidade, sofreu um acidente de certa gravidade, tendo fraturado as duas pernas. Não se abateu, enfrentou com resignação as dores e dificuldades do momento, e, pela graça de Deus restabeleceu-se para alegria da família, então mais movimentada com a presença de três filhos pequenos. Mais tarde transferiu-se para Campina Grande,Pb, indo trabalhar noutra grande fábrica de óleo. Sempre procurou nos dar o melhor que podia nos oferecer, em particular, valorizando os estudos, que acreditava ser o melhor patrimônio que poderia nos legar. Assim, e com grande esforço, enviou os dois filhos mais velhos para estudarem, como internos, no Colégio 15 de Novembro, em Garanhuns, Pe, visando um melhor aprendizado. Papai, durante o tempo que tivemos o privilegio de estar desfrutando de sua companhia, nos deu ensinamentos e exemplos profundos de como caminhar com Deus, com honestidade, fidelidade, e caráter. Foi um homem que quando necessário não se eximia de corrigir um filho, o que fazia com austeridade, visando nos mostrar o caminho certo, sem deixar de demonstrar junto, o seu amor, zelo, carinho e cuidado. Deus lhe concedeu o privilegio de casar os cinco filhos, e também de comemorar suas formaturas, que via agradecido como coroamento de sua missão como chefe de família, e motivo privado de grande e santo orgulho. A vocação pastoral dos dois filhos mais novos, posteriormente, selou a benção de uma vida de serviço a Deus, e que hoje podemos entender, como reposta a suas orações diárias de intercessão pela familia, na companhia de nossa mãe – que costumavam ocorrer logo bem cedo, antes de clarear o dia – pedindo a Deus para que nenhum de seus filhos perdesse a promessa divina de vida eterna, desviando-se na estrada da vida, ou trilhando caminhos da perdição. Durante a sua caminhada de vida, Deus levou para junto de Si, sua companheira e ajudadora de toda vida, a sua "nega", como ele a chamava, carinhosamente. Mamãe não chegou a ver plenamente os frutos de sua batalha na educação dos filhos, nem desfrutar , graciosamente, de suas vitorias e, sobretudo, o que ela mais ansiava, ver um neto; teve apenas a conhecimento do anuncio da vinda próxima do primeiro neto. Deus achou por bem levá-la para junto de si, já no dia 18/03/1975, ainda jovem, nos seus 55 anos de vida. No coração de nosso Pai ficou então um grande vazio, só depois suprido por Deus, que em sua infinita sabedoria, amor, graça e misericórdia, o agraciou com uma nova esposa, viúva, mulher também exemplo de honestidade, serenidade e companheirismo. Ivonete, em todos os anos vividos ao lado de Papai, demonstrou um zelo especial, cuidado, dedicação e amor, e, teve a sabedoria de respeitar com todo carinho as lembranças de Mamãe, cuidando em não assumir ou usurpar sua doce, e maravilhosa lembrança.
Da chamada final de nosso Pai, guardo na memória os seguintes passos: no dia 26/10/1992, uma segunda feira, aproximadamente meio dia, ao estar saindo para apanhar meus filhos na Escola, já com o carro na rua, Papai me telefona. Normalmente, eu pediria para avisar-lhe que eu ligaria quando eu chegasse. Desta vez contudo, resolvi deixar o carro na calçada, e ainda com o motor ligado, fui atender o telefone, mesmo estando já atrasada. Era meu Pai falando, me aconselhando para que "eu tivesse cuidado com minha saúde, com minha vida, pois eu não o teria para sempre; que eu deveria me amar, pois só assim eu poderia cuidar melhor de mim mesma, e ter saúde para cuidar de meus filhos. Eu até brinquei com ele e disse: Papai , mas quem tem pressão alta é o Senhor , e é quem tem que se cuidar mais, para poder cuidar dos netos. E, a resposta que tive foi “minha filha, da minha saúde Deus já cuidou; ... você sim, se cuide, se ame, nunca esqueça isto, por amor a seus filhos”. Foram estas suas últimas palavras, e de que nunca esquecerei..... até hoje as escuto tal qual foram pronunciadas...... no seu tom de voz sério, e de quem se preocupava todo tempo, conosco. Escuto repetidamente estes conselhos de amor, e que foram também de sua despedida. Nada mais que alguns minutos nos separava do inevitável, do que Deus já havia predeterminado. Deus o levou sem sentir uma dor, não teve enfarte fulminante, não teve qualquer outro problema que o levasse; imagino, que somente Deus lhe disse “vem meu filho” e desligou a máquina da sua vida. Atendeu desta forma um dos seus íntimos desejos, de que sempre falava, para que Deus o livrasse de ficar inválido encima de uma cama. Seu rosto se fixou com uma serenidade tal, que era como de alguém que estivesse vislumbrando algo lindo, maravilhoso que trazia paz, sem sinal dor, mas, sim, de quem estaria passando um momento muito especial, tudo era só felicidade. Era como que se quisesse ainda nos deixar uma ultima mensagem: “vejam estou feliz, não se preocupem... estou com Wanda”. Dele também pode ser dito,"combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé". Ainda com saudade infinita, nunca te esqueceremos amado pai, papai, painho, paizinho, nosso exemplo de vida.”
E, também, eu, deste lado da eternidade, em nome de todos os irmãos, com muita emoção, ainda peço, uma vez mais, SUA BENÇÃO, MEU PAI !
P.S. Filadelfo Figueiredo / Nascimento em 8/11/1917 /Chamado à presença de Deus em 26/10/1992 /Novo Nascimento, do Espirito em algum momento entre estas datas / Atualmente, no gozo da Vida Eterna, e, em espírito, na companhia dos santos, aguardando a ressurreição do Corpo

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PARABÉNS TIA PEDRONILA


98 ANOS DE VIDA! que Benção! São muitas as recordações, bem guardadas no nosso banco da memória, com tudo que vimos, sentimos, e percebemos, passando por Sobral, com a presença marcante dos primos, Maria Elza, Maria Euza, Nozinho e Dédé, e os demais, ou mais seniores, ou, ainda muito crianças, à época. Nossa Tia, é também um referencial na família, e exemplo da mulher virtuosa, que edificou sua casa em fundamento sólido, garantido por Deus, para uma vida eterna, nos termos prometidos por Jesus Cristo. Certamente que envolve também muitas lutas, todas vencidas sob a proteção Divina. Guardamos na memória seu exemplo de integridade e retidão, na construção de uma família grande e unida. Seu exemplo de respeito, que levava ao extremo de sempre dirigir-se ao Tio como “Senhor” Abner. Sua ligação, qual alma gêmea, com nosso Pai, seu irmão e confidente permanente. Sua alegria contagiante, mas sempre vigilante com os passos dos irmãos, filhos e sobrinhos. Sua mansidão em acolher todos debaixo de suas asas. Sua inegociável fidelidade a Deus, nunca reclamando, mesmo nos reveses, mas sempre transbordando de alegria, que é dom de Deus. Na imaginação, vejo, nesta data tão significativa, toda a família reunida, e com as mãos estendidas na sua direção, invocando a benção sacerdotal: “O Senhor te abençoe, e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sôbre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor levante sôbre ti o seu rosto e te dê a paz”. E, lá do Céu, sob o doce olhar de Jesus, Tio Abner, e nossos pais, Filadelfo e Wanda, reunidos, também comemorando, e, de pé, aplaudindo seu aniversário.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

UM TRABALHO INCESSANTE


Nestes dias estávamos assistindo uma reportagem no Discovery History Channel, mostrando o resultado do abandono de uma cidade contaminada pelo acidente nuclear de Chernobyl. Sem a presença humana, a invasão da Natureza selvagem levou à rápida desorganização do espaço anteriormente conquistado, com a deterioração de ruas e prédios, que se desmoronavam de forma rápida e irrecuperável. É uma característica desta ação humana, que ela deva ser objeto de atenção permanente, através de um esforço de organização deliberado e sistemático, de manutenção de suas construções e seus bens, produtos das múltiplas formas de ocupação do espaço vital. Numa escala bem reduzida, presenciamos no nosso quotidiano o esforço necessário de arrumação numa casa, também de forma permanente, e que se contrapõe à uma posição de mais repouso, com ausência de qualquer esforço, e que temos a tendência de seguir como lei do menor esforço. No âmbito das Ciências, temos duas Leis fundamentais da Fisica, que nos ajudam a compreender melhor o assunto. A 1ª Lei de Newton, ou principio da Inércia, nos diz que todos os corpos são “preguiçosos” e não desejam modificar seu estado do movimento: se estão em movimento, querem continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Essa “preguiça” é chamada pelos físicos de Inércia e é característica de todos os corpos dotados de massa. Conforme o senso comum, preguiçoso é aquele indivíduo avesso a atividades que mobilizem esforço físico ou mental. De modo que lhe é conveniente direcionar a sua vida a fins que não envolvam maiores esforços. Por outro lado, a Lei da Entropia, nos ensina que a tendência universal de todos os sistemas - incluídos os econômicos, sociais e ambientais – é de passar de uma situação de ordem à crescente desordem; nos informa ainda que todos os sistemas fechados do Universo tendem naturalmente a se desorganizar, tendo como limite o caos e um estado de mesmice, de imobilismo completo, de indiferenciação.
Na direção oposta desta tendência universal, a vida humana surpreendentemente habita num enclave contra esta tendência geral à desorganização. Neste sentido destacam-se duas ações de organização: o trabalho e a cultura. O termo trabalho vem de Poieses -Facere , que implica obra a produzir, e que procura um resultado útil. Trabalho no sentido filosófico, representa nossas ações, iniciativas, vontades, sonhos e realizações. Trabalho, aqui, quer dizer toda forma de expressão humana mais concreta, visível, observável. É sinônimo de ação. Envolve atividade humana para produzir algo, esforço necessário para realizar algo, conjunto de atividades profissionais. Assim, com o trabalho o homem transforma a terra, a água, as pedras; através do trabalho, o homem dá ao mundo um novo vulto, traçando estradas, construindo cidades, parando ou impedindo fluxo das águas. O impacto do trabalho em nossas vidas é enorme: ele é parte importante de nossa experiência total; supre os bens que criam nosso tipo de vida; envolve-nos em muitas de nossas relações humanas; obriga-nos a enfrentar a competição; determina, em parte, nosso estado de tranqüilidade pessoal; oferece-nos oportunidades de satisfação criadoras; e, imprime marca indelével na personalidade. A outra ação de organização em destaque vem a consubstanciar aquilo que denominamos de cultura, que pode ser considerada um amplo conjunto de conceitos, símbolos, valores e atitudes que modelam uma sociedade. Envolve o que pensamos, fazemos e temos como membros de um grupo social.O Mandato Cultural, também denominado de Mordomia da Criação é uma das marcas da Humanidade, e do propósito para ela estabelecido pelo Criador: a reprodução biológica, o uso dos minerais, vegetais e animais, a criação da Cultura, em seus aspectos materiais (objetos, instrumentos, tecnologia) e imateriais (valores, sistemas). Isso porque a Humanidade tem um lugar único na Criação (“a imagem e semelhança de Deus”), por ser dotada de razão, sentimento e vontade. O Mandato Cultural é privilégio e dever;” (Bispo Robinson Cavalcanti, em “Nós e o Espírito do Século “):
Em conclusão, o trabalho e a cultura, conferem ao mundo antes desordenado e estéril ou ameaçador, um certo completamento; e, podemos dizer que estes esforços nos transformam em atores de um processo transcendental de organização, em oposição ao caos e a mesmice, que prescindem de qualquer esforço de organização, e são antes características de um estado de repouso, para o qual, estamos sempre tentados a nos acomodar.

sábado, 1 de outubro de 2011

“JUST DO IT”


Um refrão usado em camisetas atualmente na moda, a expressão, que quer dizer simplesmente “apenas faça”, e enfatiza a necessidade de ação já; é uma crítica bem humorada à saturação de conhecimentos que nos mantém apáticos, meros espectadores da vida que passa. Em nossa experiência de vida há mesmo um grande abismo entre aquilo que pensamos, e aquilo que vivenciamos, para não dizer daquilo que conseguimos realizar. Dando um balanço rápido, facilmente constatamos que desperdiçamos a maior parte do tempo, seguindo a onda, isto é, quando estamos apenas sendo levados. Fazemos muitas coisas que não acrescentam nada, nem mesmo alegria do momento, e desta forma desperdiçamos tempo e oportunidades de fazer coisas mais interessantes e que gratifiquem.Da linguagem do dia a dia, selecionei duas expressões consagradas e que se contrapõem, conforme cantadas por dois compositores populares contemporâneos: de um lado os versos “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, e do outro “deixa a vida me levar, vida leva eu”. São duas expressões que gostamos de repetir, quando a ocasião aparece, e que revelam estados de espírito, diametralmente opostos, que podemos classificar de ativismo e imobilismo. Como sói acontecer, a sabedoria está em alguma zona intermediária entre estes extremos; alinho a seguir algumas pistas que nos facilitem encontrar o caminho para esta zona de equilíbrio.

A IMPORTÂNCIA DO FAZER. Alguns sábios nos deixaram lições preciosas sobre o assunto; dentre estes destacamos os seguintes registros: SÓCRATES(469-399 aC, nascido em Atenas, tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega) - “desenvolvia o saber filosófico em praças públicas, conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral”. KIERKEGAARD (1813-1855, filósofo de referência e teólogo dinamarquês, e um dos pais da corrente de pensamento existencialista). Inspirado por Sócrates, grande parte da sua obra versa sobre as questões de como cada pessoa deve viver, focando sobre a prioridade da realidade humana concreta em relação ao pensamento abstrato, dando ênfase à importância da escolha e compromisso pessoal. Para ele, o pensamento não tem sentido sem a ação: “O que realmente preciso é esclarecer para mim mesmo o que devo fazer, e não aquilo que devo saber, a não ser na medida em que o conhecimento precede toda ação...o fundamental é encontra a verdade que é verdade para mim, encontrar a idéia pela qual vou viver e morrer... é disso que preciso para poder levar uma vida plenamente humana e não apenas uma vida de conhecimento... é disso que preciso e é isso que busco”. NO JUDAÍSMO – “um judeu é antes convidado a agir - passar do pensamento à ação – em vez de ser convidado a pensar. Ele é estimulado a ultrapassar suas necessidades, a fazer mais do que ele compreende, para poder compreender mais do que ele faz. É nas ações que o homem toma consciência sobre o que sua vida é verdadeiramente, sobre seu poder de fazer mal, ferir e ofender, destruir e arruinar; sobre sua capacidade de criar alegria e derramá-la sobre as outras pessoas; sobre aliviar e aumentar suas tensões e as tensões alheias. É quando usa a sua vontade, e não a reflexão, que ele encontra seu próprio ser, como ele é; não como gostaria que fosse".

O CAMINHO DA AÇÃO PARA A CRENÇA. KIERKEGAARD - "o Evangelho não se resume a uma série de idéias descritas por teólogos: é um evento. Só o conhecemos verdadeiramente quando participamos ativamente desse evento – como participantes de fato e não apenas como espectadores. Ele queria se referir às conseqüências que são produzidas exclusivamente por um encontro pessoal com Jesus Cristo, e a resposta do homem a esse encontro. Cristo não estabeleceu doutrinas... ele agiu". Kierkegaard protestava contra o fato de estar sendo saturado com conhecimento factual sobre o cristianismo. Em sua cultura dinamarquesa, muitos estavam sendo inundados com tanta informação religiosa que se mantinham inconscientes da superficialidade de sua vida. Ele quer nos mostrar que precisamos desenvolver a capacidade de viver a verdade, o que requer uma comunicação mais profunda no contexto da vida ... A fé, a esperança e o amor não passarão de conceitos, a menos que se reconheça a possibilidade e a própria existência da capacidade de confiar ,esperar e compartilhar o amor. LIÇÕES DO JUDAISMO – jamais aprenderemos a compreender Deus a não ser que aprendamos a louvá-lo, a não ser que saibamos como amá-lo; assim como seria inútil por exemplo, investigar o sentido da música e não ouvir música. O conhecimento de Deus é o conhecimento de viver com Deus. O verdadeiro sentido da vida é revelado nos momentos que vivemos na presença de Deus.
A SANTIFICAÇÃO DO FAZER. TEILHARD DE CHARDIN em “O Meio Divino”: "Nada é mais certo, dogmaticamente, do que a santificação possível da ação humana. “Tudo o que fizerdes, diz S. Paulo, fazei-o em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.” Trata-se realmente da vida humana toda, mesmo nas zonas chamadas “naturais”. Toda a vida humana é declarada pela Igreja santificável. “Quer comais, quer bebais...” diz novamente S. Paulo. Uma solução incompleta: a ação humana vale, e só vale pela intenção com que é feita. A divinização do nosso esforço pelo valor da intenção que nele se põe infunde uma alma preciosa a todas as nossas ações; mas não dá ao corpo a esperança de uma ressurreição. Ora, é esta esperança que nos é necessária, para a nossa alegria ser completa. A solução definitiva: todo o esforço coopera no acabamento do mundo “in Christo Jesu”. No seio do nosso Universo, toda a alma é para Deus, em Nosso Senhor. Mas, por outra parte, toda a realidade, mesmo material, à volta de cada um de nós, é para a nossa alma".

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O CORAÇÃO DE JESUS



Os Evangelhos revelam uma cadeia das reações emotivas e ações conseqüentes de Jesus, explicitadas nos seus relacionamentos com os outros. UM CORAÇÃO COMPASSIVO: atento às mínimas necessidades dos outros - “Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos” (Mt 14:14); “Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6:34); “E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho” (e fez o milagre da multiplicação dos alimentos) (Mt 15:32) | Empatia para com aqueles doentes, a quem imediatamente curou – “Condoido, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo” (Mt 20:34) | Demonstrou súbita simpatia por uma pessoa leprosa – “Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! “ (e o curou) (Mc 1:41). UM CORAÇÃO QUE SE CONDÓI ATÉ AS LÁGRIMAS: Ele chorou na frente dos seus discípulos: Manifestando tristeza por causa de uma cidade não receptiva – “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos (Lc 19:41,42) | “Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo para chorar... Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se. E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê! Jesus chorou. Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava. (e o ressuscitou) (Jo 11:31-36) | Não ocultou seus temores nem hesitou em pedir ajuda – “Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo (Mt 26:36-38). UM CORAÇÃO PACIENTE, SEMPRE DISPONÍVEL PARA ESCUTAR OS OUTROS: Os evangelhos mostram que Jesus tinha todo o tempo disponível e atenção enquanto conversava, e rapidamente estabelecia intimidade com as pessoas que o abordavam. Quer falando com uma mulher de um povo discriminado, junto a um poço onde tinha ido, cansado, saciar sua sede (Jo 4:6-9), quer com um líder religioso que o procurou fora de hora para se esconder no jardim (Jo 3:2) | Na conversa chegava imediatamente ao âmago da questão, e depois de rápidas palavras de conversação essas pessoa revelavam a Jesus seus segredos mais íntimos ( contrariamente ao costume naquela época, de manter os rabinos e os homens santos a uma distância respeitosa, Jesus extraía delas uma fome tão profunda que as pessoas se aglomeravam ao redor dele apenas para lhe tocar as roupas). Dava a maior atenção a qualquer “João-ninguém” que o interrompesse mesmo em meio a sua missão, fosse uma mulher com hemorragia que timidamente lhe tocou o manto (Mt 9:22) , fossem os dois cegos de Jericó, e que estavam se tornando importunos (Mt 20:34). UM CORAÇÃO QUE GOSTAVA DE ELOGIAR OUTRAS PESSOAS: Ressaltava as qualidades das pessoas: Jesus chamou Natanael de um verdadeiro israelita, em quem não há nada falso; de João Batista, disse que não havia nenhum homem maior nascido de mulheres; ao instável Pedro deu o nome de “a rocha”; da mulher cananéia , de quem curou a filha“... lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã”( Mt 15:28); e, quando uma mulher assustada lhe derramou um vaso de alabastro com ungüento, de grande valor, num extravagante ato de devoção, Jesus defendeu-a contra as críticas e disse que a história de sua generosidade seria lembrada para sempre (Mt 26:7,13). UM CORAÇÃO ALEGRE E JOVIAL : Jesus era um homem alegre e sociável- Ele reivindicava ser o Filho de Deus, contudo comia e bebia como outros homens, e até ficava cansado e sentia-se solitário. Ele foi a festa de casamento que durava dias | Foi acusado de identificar-se com glutões - “Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por suas obras” (Mt 11:9) | Censurou aqueles que questionavam porque seus discípulos (de forma legalista) não jejuavam mais – “Respondeu-lhes Jesus: Podem, acaso, estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar (Mt 9:15). UM CORAÇÃO SENSÍVEL ÀS INJUSTIÇAS SOCIAIS: A sensibilidade e deferência de Jesus para com as mulheres e as crianças e outras classes discriminadas, na cultura e no seu tempo – Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o Reino de Deus” (Mc 10:14) | “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10:21). UM CORAÇÃO SÁBIO, E CRÍTICO QUANDO NECESSÁRIO: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2:52) | Ao questionar, no íntimo um candidato a discípulo empolgado: “E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então,vem e segue-me” (Mc 10:21)| Tinha uma paciência quase infinita com os indivíduos, mas não tinha paciência nenhuma com as instituições e com a injustiça, que prontamente denunciava - Assim expulsou os vendilhões do templo conforme “ E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados;tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas (Jo 12:14, 15) E, repreendeu aqueles que o queriam testar – “Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido e disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não lhe dará sinal algum” (Mc 8:12). JESUS FOI O HOMEM DOS OUTROS (Bonhoeffer). ASSIM É O CORAÇÃO DE DEUS!
(extraído, e adaptado do livro “O Jesus que eu nunca conheci, de Philip Yancey)
P.S. E, assim cantou o artista:

“No coração de Jesus
Tenho tudo que eu quero
No coração de Jesus
Tenho a paz que eu preciso
Tenho o abrigo perfeito
Contra qualquer perigo
Tenho o apoio da mão
Do verdadeiro amigo

O coração de Jesus
Ilumina minha alma
O coração de Jesus
Me dá força, me acalma

Nele eu posso chorar
E pedir seu perdão
O coração de Jesus
É minha salvação

...
No coração de Jesus
Qualquer um, qualquer hora
Encontra as portas abertas
Não quer mais ir embora

Feliz daquele que crê
Na verdade infinita
Pois tem no amor de Jesus
Tudo o que necessita

Jesus vive em mim
E eu vivo no Seu coração
O coração de Jesus
É minha salvação”

(Da canção “Coração de Jesus”, por Roberto Carlos)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O QUE ELES DISSERAM A UM PASSO DA ETERNIDADE


"Talvez eu não tenha existido em vão...”. Do texto com este instigante título, destaquei os registros mencionados abaixo, reunindo em dois grupos: no primeiro, as falas daqueles que partiram, por assim dizer com fé, na esperança da continuidade da vida, só que doravante na companhia de Deus; no segundo grupo, estão aquelas expressões de pavor e medo de alguém aterrorizado. 1º grupo: “Segure a cruz bem no alto para que eu possa vê-a através das chamas” (martírio de Joana D’Arc, aos 19 anos);“Eu estarei com Cristo e isso já será o suficiente” (Faraday, considerado como um dos cientistas mais influentes de todos os tempos); “Bem, não se esqueça de tocar “Take my hand, precious Lord” em nossa reunião de hoje à noite, toque-a muito bem” (Martin Luther King).
2º grupo:“Estou diante de um terrível salto nas trevas” (Thomas Hobbes, filosofo); “Estou em chamas” (David Hume, filosofo,famoso pelo seu profundo ceticismo); “Esta é uma batalha entre a luz e as trevas...eu vejo uma luz negra” (Victor Hugo, escritor mais importante do romantismo na França); “Se realmente existe um Deus vivo, sou o mais miserável dos homens” (Nietzsche,um dos mais influentes filósofos alemães do século XIX, é autor de conceitos como a morte de Deus, e a decadência das religiões).Os registros dispensam comentários.
Em outro sugestivo título, que usei para esta postagem, John Myers, organizou vários registros de pessoas célebres , em suas últimas palavras conscientes, dos quais selecionei duas personalidades opostas: DWIGHT MOODY e VOLTAIRE. Quando a chamada final veio para Moody, de repente, seu filho que velava em seu quarto, o ouviu falar com palavras lentas e bem medidas: “A terra desvanece – o Céu se abre diante de mim”. O primeiro impulso de seu filho foi tentar despertá-lo daquilo que lhe parecia um sonho. “Não, ...não é um sonho”, ele disse. “É lindo! É como um êxtase! Se isto é a morte, então é doce morrer! Não há tristeza aqui! Deus está me chamando e eu preciso ir!”. .. Então, pareceu como se ele tivesse enxergando além do véu, porque exclamou: “Este é o meu triunfo; este é o dia da minha coroação! Eu o desejei por muitos anos.”. então seu rosto se iluminou, e ele disse numa voz extasiada de alegria: “Dwight! Irene! Eu vejo os rostos das crianças” (referindo-se aos dois netinhos que Deus havia levado no ano anterior). Ao recobrar a consciência, proferiu debilmente estas palavras: “Não há dor! Não há tristeza”. Logo depois, mais reanimado, ele acrescentou: “Se isto é morte, não é nada mau! É doce!”... um pouco mais tarde, ele disse de novo: “Este é o dia da minha coroação! É glorioso”....E VOLTAIRE. ”Quando Voltaire – pensador e escritor francês – sentiu o duro golpe que o levaria à morte, ficou possuído de remorso. Recorreu imediatamente a um sacerdote e expressou seu desejo de se “reconciliar com a igreja”. Seus bajuladores, infiéis como ele, correram ao seu quarto para impedir que ele se retratasse, mas isso serviu apenas para que testemunhassem sua própria ignomínia e a dele. Ele os esconjurou face a face e, como sua aflição aumentasse com sua presença ali, ele exclamou várias vezes em voz alta: “Fora! Foram vocês que me trouxeram a esta condição. Deixem-me. Repito – vão embora! Que glória infame foi essa que vocês prepararam para mim!”. Esperando aliviar sua angústia por meio de uma retratação escrita, ele a preparou, assinou e a viu atestada. Isso tudo, porém, foi inútil. Durante dois meses ele se viu torturado por um intensa agonia que o levava, às vezes, a ranger os dentes sob a fúria impotente contra Deus e contra os seres humanos. Outras vezes, em tom súplice, clamava: “Ó Cristo! Ó Senhor Jesus!”. Em seguida, voltava o roso de lado e gritava: “Devo morrer – abandonado por Deus e pelos homens!”. Até mesmo sua enfermeira dizia repetidamente que nem por toda a riqueza da Europa ela jamais voltaria a ver outro incrédulo morrer.
Isto me faz lembrar a célebre aposta que o filosofo Pascal propôs: não é um argumento direto da existência de Deus. É um argumento que poderá ser considerado calculista, a favor de um comportamento humano de acordo com a existência de Deus, seguindo a "razão do coração". Este argumento tem mais ou menos o conteúdo que se segue: se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, será beneficiado com a ida ao paraíso ; se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, não terá perdido nada; se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, não terá perdido nada; se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, você irá para o fogo eterno.”

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

COLECIONADOR DE PENSAMENTOS


Alguém já disse que um bom livro não se deve apenas ler, mas comer. A ênfase vai para os insights maravilhosos que fazem eco e, de certa forma, iluminam nossas experiências de vida. Isto posto também tenho o hábito de registrar, pensamentos e idéias que me impactaram. Lembro quando, ainda na Faculdade, um colega eufórico comentava que estava lendo um texto de dialética marxista, contendo algumas leis, que, na sua opinião, explicavam “tudo”. De outra feita, comentava-se, com admiração, de um professora e filosofa com uma visão aberta e integradora, capaz de discorrer com erudição e propriedade sobre o movimento da Jovem Guarda, sucesso na época. Neste sentido um primeiro livro que me impactou particularmente por este aspecto abrangente e integrador, foi “O Meio Divino”, de T. Chardin, que pondera sobre a natureza sagrada de tudo o que fazemos, e evoca o pensamento bíblico de que “tudo o o que fizerdes, fazei-o muito bem feito, como se para Deus “, sem a separação entre profano e sagrado. São estes lampejos de criatividade que me despertam primeiro a curiosidade, e a admiração subseqüente, e que ensejam renovada motivação. Reuni, abaixo, algumas idéias e pensamentos, que cataloguei, como de direção, propósito e sentido da vida; de tensão criativa; e, de integração e totalidade.

IDÉIAS DE DIREÇÃO, PROPÓSITO, E SENTIDO: O ser humano é essencialmente, ou pelo menos originariamente se move e é motivado por uma vontade de sentido; um ser que quer encontrar por toda a sua existência e em cada situação no interior da mesma um sentido, e depois quer realizá-lo. A auto-transcedência do existir humano consiste no fato essencial de o homem sempre apontar para além de si próprio, na direção de alguma causa a que serve ou de alguma pessoa a quem ama. E é somente na medida em que o ser humano se autotranscende, é que lhe que lhe é possível se realizar – tornar-se real – a si próprio. A existência humana se distorce na mesma medida em que gira em torno de si própria... (Viktor Frankl ). A Teoria da semente de carvalho propõe que cada vida é formada por uma vocação que é a sua essência, que a leva para um determinado destino. Assim como o destino de um imenso carvalho já está escrito em sua pequena semente, do mesmo modo, o ser humano traz em si as marcas do que há de desenvolver. Um sentido de vocação pessoal, de que existe uma razão para eu estar vivo. A teoria do fruto do carvalho sustenta que cada pessoa tem uma singularidade que pede para ser vivida e que já está presente antes de poder ser vivida. ( “O Código do Ser”, de Hilmann). A Teoria do fluxo. Fluxo, ou experiências ideais, são as atividades descritas como as mais significativas, aquelas que, quando executadas, afastam preocupações e outros pensamentos. Pessoas em estado de fluxo sentem-se engajadas no desdobramento criativo de algo maior. Os melhores momentos não acontecem por acaso. Podemos reconhecer nossas experiências de fluxo como as que parecem fazer o tempo parar. A experiência do fluxo nos proporciona as duas coisas vitais para a felicidade: senso de propósito e autoconhecimento. ( Psicologia da Felicidade, de Mihaly Csizentmihaly).


IDÉIAS DE TENSÃO CRIATIVA: A lei da tensão que condiciona a existência e o progresso. Não é uma infelicidade a oposição das forças, porque até certo ponto, exatamente da luta é que nascem todas as coisas. Se a tensão não degenerasse por vezes, em ruptura, havíamos de nos alegrar da existência desta lei que nos obriga a por em jogo todas as nossas forças, em procura da unidade ideal; porque o atrito produz calor, movimento, e o movimento, progresso e vida. Tensão existe quando o mesmo homem é solicitado ao mesmo tempo por duas forças: por um lado o mundo e os seus valores materiais do qual o homem faz parte como ser da natureza; por outro lado, o campo sobrenatural, onde o homem se move por vontade divina. Existe tensão entre Ciência e fé , Individuo e sociedade...A tensão é absolutamente necessária para a conservação e o progresso de todo organismo vivo; sem ela a morte sobrevém. (Arnold Rademacher). O ser humano necessita de uma tensão fecunda entre aquilo que ele é e aquilo que ele deve ser; necessita da tensão existencial entre o ser e um sentido que ainda está por realizar. O homem move-se num plano horizontal, cujos polos são o sucesso e o fracasso; esta é a dimensão do homo sapiens que deseja ser bem-sucedido. Mas há uma segunda dimensão, que se situa noutro plano, perpendicular ao primeiro. É a dimensão do homo patiens, a daquele que, mesmo diante de um sofrimento inevitável, consegue avançar até a plena realização do sentido da sua vida. Aqui os pólos são a realização e o desespero. Da mesma forma que o sucesso pode fazer-se acompanhar de desespero, a realização pode andar de mãos dadas com o fracasso. ( Viktor Frankl).
IDÉIAS DE INTEGRAÇÃO E TOTALIDADE: O modelo da psique - como se denomina a personalidade como um todo – que compreende tanto o campo da consciência quanto o inconsciente pessoal e coletivo. Se fosse preciso concentrar numa palavra, a descoberta freudiana seria incontestavelmente na palavra inconsciente. Este mostrou que o psiquismo não é redutível ao consciente e que certos 'conteúdos' só se tornam acessíveis à consciência depois de superadas certas resistências. Correspondem àqueles aspectos que, em algum momento do desenvolvimento da personalidade, não foram compatíveis com as tendências da consciência e foram, portanto, reprimidas. Também estão, no inconsciente pessoal, percepções subliminares, ou seja, aquelas que foram captadas pelos nossos sentidos de forma subliminar, que nem nos demos conta de termos contato com o fato em si. Conteúdos da memória, que não necessitam estar presentes constantemente na consciência, estão presentes no inconsciente pessoal. Jung por sua vez , integrou ao consciente e ao inconsciente pessoal, o inconsciente coletivo. O Inconsciente Coletivo é constituído pelos materiais que foram herdados, e é nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos. Para ele uma pessoa, em primeiro lugar é um todo, e não uma reunião de partes; ele já nasce como um todo. O que lhe cabe durante a existência é desenvolver este todo essencial, até levá-lo ao mais alto grau possível de coerência, diferenciação e harmonia, e velar para que ele não se fracione em sistemas separados, autônomos e conflitantes. (da Wilipédia). Religião E Vida. Toda a essência psicofísica do homem constitui o sujeito da religião e não apenas a alma ou alguma das suas faculdades. O Racionalismo, em particular, separou elementos que integram uma só unidade biológica. Como conseqüência as várias atividades da alma vão se alternando na tarefa de sustentar a religião: assim a religião ora reduz-se a um sentimento, o sentimento da nossa própria pequenez e indigência no seio do Universo ; ora uma forma da vontade e da ordem moral; ora religião reduz-se a um assunto exclusivamente da vida privada de cada individuo, uma questão de foro íntimo apenas. Esta deformação que separa a vida religiosa da vida social gera um desequilíbrio entre a vida religiosa e a atividade cultural do homem: o mesmo individuo age umas vezes como sujeito de cultura, outras, como cristão. Entrega-se a Deus na adoração, e no trabalho centra-se apenas em si mesmo, mal se distingue daquele que não o é. Religião despojada das suas relações com a vida é uma caricatura; e, a cultura sem religião carece de espírito; a exclusão do fator religioso da vida cultural, provoca necessariamente um vazio, porque a religião faz parte da natureza humana. Não basta a cultura para satisfazer o homem nem para o tornar feliz. Quando a religião já não é vida mas uma forma morta, ou, quando a vida já não é religiosa, mas ateia, a tensão cessa e sobrevém a ruína dessas forças. Religião enquanto subordinação do homem a Deus, tal como a vida, reclama o homem inteiro, pois quer comandar todas as energias, assim como as relações e fins do homem (Religião e vida, de Rademacher)