quinta-feira, 18 de julho de 2013

NÃO POSSO PARAR DE LUTAR...


Estamos vivenciando em nosso País, um momento diferente, provocado pelos movimentos pacíficos das ruas, em protesto contra uma situação injusta que nos assola desde há muito, e, que chegou a limites que já não dá mais para agüentar calados, no contexto sócio-econômico-político atual do País. Certamente que faz parte da luta de cada um, apoiar reivindicações justas contra quem de direito, repudiar a prática contumaz da corrupção desavergonhada, escancarada pelos desmazelos dos serviços públicos de baixa qualidade, quando não ausentes, pela falência de instituições políticas absurdamente corruptas, e, que mais do que uma simples onda do momento, são um grito de basta! Para esta luta, também sinto-me convocado.
Fortalece-nos lembrar que a luta, e não o descanso, é a nossa condição básica, em um mundo onde há dor e sofrimento. Onde ainda nos assombra a prepotência dos maus – que, não obstante, prosperam, e ensejou que um autor de salmos bíblicos elevasse seu questionamento ao próprio Deus - bem como as doenças e privações, e, os reveses coletivos provocados pelos desastres naturais que, não raro, culminam na morte, mormente dos desafortunados.
Destacamos aqui, a luta no âmbito das estruturas viciadas da  sociedade, onde prolifera a erva daninha da corrupção. Por oportuno, a revista Ultimato em sua edição de julh-ago 2013, traz como artigo de capa “Corrupção ...”, do qual destaco: “um índice mundial para medir o nível de corrupção de uma nação, fornecido pela ONG Transparência Internacional, que indica o grau de corrupção entre os funcionários públicos e políticos, em 2012, dava ao Brasil o 69º lugar, com o índice 43, em que 100 indica ausência de corrupção.” E, “por volta do ano 60 da era cristã, um homem chamado Tiago (um dos discípulos), que se apresenta como servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”, escreveu uma carta a “todo o povo de Deus espalhado pelo mundo inteiro”. A braveza com que ele trata os ricos corruptos é visível. ... A acusação de Tiago naturalmente inclui os inocentes que são mortos por falta de socorro da parte dos mais ricos e poderosos, por falta de consciência social e da ação prática e urgente do governo, da sociedade e da igreja. Por causa da ganância dos ricos e da omissão das instituições, as crianças morrem de fome e frio, os jovens morrem jovens e não na meia-idade, os de meia-idade morrem na maioridade e não na velhice. Os ricos corruptos sempre diminuem a longevidade dos mais pobres por absoluta ausência de consciência social!.
Cabe lembrar, que, na realidade, nossa frente de luta é muito mais ampla; compartilho da crença de que nossa batalha, diária, desenvolve-se: no mundo (contra as ameaças do meio em que se vive, onde se incluem a opressão das estruturas viciadas da sociedade, e as catástrofes na Natureza); na dimensão pessoal, interior (contra a carne enquanto inclinação natural de nosso ego corrompido, cujas obras mais evidentes são, imoralidade sexual, impureza e libertinagem, idolatria e feitiçaria, ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja, embriaguez, orgia e coisas semelhantes); e, na dimensão do mundo espiritual (contra as investidas das potestades do ar, personalizadas no Diabo e seus Anjos caídos, no campo de batalha pelo controle da nossa mente, e a ameaça da morte como o último destes inimigos a ser vencido).
Há que se considerar ainda a dimensão transcendental do mal. Significa dizer que existe uma raiz mais profunda, comum a todas as frentes de luta, anteriormente mencionadas, e assim, subjacente também às situações de opressão e injustiça, e, que se consubstancia na realidade do mal. E, para nós cristãos, se coloca o questionamento, de que, se o Criador é tão bom e poderoso, como então se explica a existência deste mal enraizado e disseminado por toda a Sua Criação? Sabemos pelos relatos bíblicos que tudo foi originalmente criado bom ! assim o homem, o mundo natural, e, podemos deduzir, os seres celestiais. Somos informados também de uma revolta envolvendo alguns Anjos, e, que oportunamente, seduziu, enganou, e fez o homem pecar (a palavra “Pecado” é um termo comumente utilizado em contexto religioso, descrevendo qualquer desobediência à vontade de Deus; em especial, qualquer desconsideração deliberada das Leis Divinas) introduzindo em nosso meio o mal, que contaminou também o mundo natural. Remanesce a questão: porque existe então o mal? qual é afinal a origem primeira do mal? Refletindo sobre o assunto, o consagrado autor Christopher Wright, em seu livro “O Deus que eu não entendo”, pondera, de forma bem fundamentada, que “Deus revelou a nós uma grande quantidade de verdades na Bíblia – sobre si mesmo, sobre a criação, sobre nós, nosso pecado, o plano da salvação, o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, o destino futuro do mundo e assim por diante.” Mas, constata que ocorre “o silêncio da Bíblia sobre a origem definitiva do mal... A verdade é que Deus escolheu, em sua sabedoria, não nos dar respostas para nossas perguntas sobre a origem definitiva do mal dentro da criação... Então, quero me habituar com o entendimento de que o Deus que eu não entendo, escolheu não explicar a origem do mal; em vez disso, escolheu chamar minha atenção para aquilo que Ele tem feito para lutar contra o mal e destrui-lo”. Não obstante,” há algo sobre o mal moral e espiritual que pode ser explicado – isto é, que muito dele está, de alguma forma, relacionado (direto ou indiretamente) com a maldade e a corrupção humana.”
Concluímos com a letra da canção inspirada da Pastora Ludmila Ferber,
Nunca pare de lutar
O que vem pra tentar ferir
O valente de Deus
Em meio às suas guerras?
Que ataque é capaz
De fazê-lo olhar pra trás
E querer desistir ?
Que terrível arma é
Usada pra tentar paralisar sua fé?
Cansaço, desânimo
Logo após uma vitória
A mistura de um desgaste com um contra-ataque do mal
A dor de uma perda, ou a dor da traição
Uma quebra de aliança, que é raiz da ingratidão
Se alguém está assim, preste muita atenção
Ouça o que vem do coração de Deus:
Em tempos de guerra, nunca pare de lutar
Não baixe a guarda, nunca pare de lutar
Em tempos de guerra, nunca pare de adorar
Libera a Palavra, profetiza sem parar
O escape, o descanso, a cura
A recompensa vem sem demora”

P.S. uma das principais formas de luta dos profetas é a denuncia do mal.