quinta-feira, 21 de julho de 2016

DOIS REGISTROS NA VIDA DE JESUS CRISTO, E, AS QUESTÕES QUE SE COLOCAM PARA NÓS HOJE ?



Dialogo de Jesus com Pedro, após este, por medo, haver negado que O conhecia: “Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?"Disse ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Cuide dos meus cordeiros". 16 Novamente Jesus disse: "Simão, filho de João, você me ama?"Ele respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Pastoreie as minhas ovelhas". 17 Pela terceira vez, ele lhe disse: "Simão, filho de João, você me ama?" Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez "Você me ama?" e lhe disse: "Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Cuide das minhas ovelhas.” (João 21:15-17)
Aqui a primeira questão:  como seria nossa resposta hoje ? E, uma confissão a Deus,
Quem ama gosta de pensar na pessoa amada! Por que então gasto tão pouco tempo pensando em Ti, mormente quando as coisas aparentemente estão correndo bem? Por que não tenho maior prazer em ler as Tuas cartas de amor, inseridas na Palavra revelada?
Quem ama gosta de agradar a pessoa amada! Por que então em minhas escassas e breves orações, muitas vezes superficiais, muito raramente Te agradeço, nem mesmo dou um bom dia Espírito Santo, ou um gesto de admiração por ocasião de alguma manifestação da Tua Glória, assim como os pássaros comemoram o romper da aurora?
Quem ama gosta de conversar com a pessoa amada! Por que só Te busco mais para pedir alguma coisa, e, com mais intensidade quando a dor dá as caras, e, ainda assim, mal espero para escutar Tua voz?
Preciso então rever minhas ocupações diárias, normalmente cheia de coisas para fazer, pessoas para encontrar, telefonemas para dar, receber e enviar mensagens pelo whatsapp, gmail, face, etc, assistir aos noticiários, e ler os periódicos...
Além das ocupações tem ainda as preocupações, e que implicam em encher o tempo e o espaço antes de chegar lá.
Nesse ínterim vou deixando passar as oportunidades de desfrutar da companhia do Espirito Santo que Tu enviastes para nos levar à plena verdade da vida divina. Verdade não significa uma idéia, conceito, ou doutrina, mas antes o verdadeiro relacionamento. Ser levado a participar da verdade é ser levado a participar do mesmo relacionamento que Tu tens com o Pai; é entrar no reinado divino. Preciso urgentemente  me desvencilhar das garras das ocupações e preocupações vãs, e deixar que o Espírito me guie para a verdadeira liberdade dos filhos de Deus.
Aqui trago a memória textos de quem experienciou melhor estas questões, em textos como “Espaço para Deus” (Henri Nouwen); “Praticando a “Presença de Deus” (Irmão Lawrence); “Ouvindo Deus” (Dallas Willard), “Celebração da Disciplina” (Richard Foster).
Registro do nascimento de Jesus numa humilde hospedaria – “Naqueles dias, César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano. 2 Este foi o primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria. 3 E todos iam para a sua cidade natal, a fim de alistar-se. 4 Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galileia para a Judeia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. 5 Ele foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho. 6 Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, 7 e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lucas 2:7).
Aqui um segundo registro, e, respectiva questão: no dia a dia, que espaço damos para Deus? E, eis então minha segunda confissão:  Assim como não havia lugar para Ti na hospedaria de Belém, sabe-se com que frequência é possível que não haja lugar para Ti em meio aos nossos afazeres diários, na intimidade da familia, dos amigos, e, por extensão, na sociedade em que vivemos. E, ocorre-me um pensamento assustador! E, e se fosse meu coração a hospedaria em que não há lugar para Ti?
 “Amo-te, Senhor, no entanto, ou pelo menos parece-me que sim. Não com um coração ardente... mas com um coração simples, cheio de fraquezas e de boa vontade... mais sujeito ao mal do que o desejaria; e que sempre volta a Ti, depois de tê-lo praticado, para retomar um caminho constantemente interrompido...
Não é muito glorioso, bem sei, Senhor. Mas sei também que és bom... e que me amas como sou, com minhas fraquezas.
Digo-Te isto tudo simplesmente, como sinto, como creio...
Então, por que não alcanço a paz, ao dizer-te tudo isso? Será que, até para comigo mesmo, eu não seja sincero?
Não é possível, Senhor, que falte para Ti, às vezes, lugar na minha hospedaria.
Há lugar para tantas coisas no meu imenso coração: Entra, pois, ó Peregrino! Vamos apertar, um pouco. E Tu te acomodarás...
Entraste. Estás sentado... no meio destes hóspedes barulhentos. Algumas vezes, coloco-Te à cabeceira... no lugar que Te compete. Mas, frequentemente, deixo-Te em segundo plano.
Que estejas presente, é o bastante. És tão pouco exigente!
E falas tão pouco! (dizem os teus íntimos que preferes que Te adivinhem ... e que Tuas palavras são, quase sempre, murmuradas...). Falas pouco. Mas olhas muito. Tu me olhas.
Sinto, às vezes, pousar sobre mim – pesar sobre mim, deveria eu dizer – este olhar silencioso. E quando desvio a vista, é então que mais pesa o teu olhar.
O que me constrange, Senhor, é que, frequentemente, não sei como interpretá-lo: satisfação, mágoa, recriminação, espanto...
Compreendes que não sendo um monge recluso a viver no mundo, é preciso que receba uma multidão de hóspedes: pensamentos, desejos, negócios, paixões,  distrações, leituras, deveres, afeições.. Não me parece muito fácil por isto tudo em ordem...
E Tua presença nem sempre facilita as coisas. Vou dizer-Te francamente: às vezes atrapalhas um pouco... Atrapalhas, com este silêncio de um amor que, sinto-o bem, não encontra em mim sua medida.
Eu preferiria que reclamasses ... Poderia discutir. Mas és um amigo que se cala, satisfeito com tudo, senão satisfeito, pelo menos contentando-se com o que Te dão...
Ainda, se não me amasses tanto, Senhor! Mas um amor assim como o Teu, que aceita em silencio as migalhas que Te ofereço ... quando tem direito a tudo!
E que me diz o Teu olhar? “Eis que estou à tua porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e comerei com ele e ele comigo”.
Está claro, portanto, Senhor, que não forças a entrada. Bates e esperas...
Se eu abrir, deverei fazê-lo de par em par... e se Te fizer sinal para que entres, deverei conduzir-Te ao Teu lugar.
Teu lugar não suprime o dos outros. Só me pedes que renuncie ao mal. E para mim queres, antes de tudo, que eu viva, e viva de forma abundante.
Mas a vida exige sacrifícios. Quando sinto doente o meu corpo, declaro guerra a tudo que o infecta e que ameaça matá-lo. Não mereceria minha alma os mesmos cuidados?
Viver, porém, é mais de que a não aceitação da morte. A anemia não é a morte. Mas também não é a saúde. Não é a morte, mas já é a garra da morte sobre mim.
Há micróbios que trazem a anemia. Não matam, conduzem à morte. Posso discriminá-los: apego exagerado às minhas idéias, aos meus bens, à amizade... pequenas concessões ante o dever... maleabilidades oblíquas diante da verdade... satisfações dúbias do coração... pequenas covardias na luta cotidiana.. como conheço esses falsos amigos!
Como poderias viver em mim, com essas mil presenças que lentamente extinguem a minha seiva – tal lagartas nas raízes das grandes árvores  - e que fazem de mim, aos poucos, homem de meias medidas, de meios deveres, de meia generosidade. A vida em câmara lenta. A lenta infecção. A anemia.
Como sei me amesquinhar ! E como poderias ficar satisfeito. Tu que me queres ver libertado das mesquinharias e elevado a Tua altura!
Eis aí o que me sobrecarrega a alma e a torna semelhante ao albergue de Belém, aberto a todos e que se fechou para Ti.
Por que Senhor, mereceria uma amizade como a Tua menos consideração do que nossas pobres amizades humanas!
Sei que Tu amas as almas desimpedidas, em que somente o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de  boa fama encontra lugar; que minha alma seja para Ti uma hospedaria assim!”
E, que um dia, quando cessar este meu jornadear, possa receber de Ti a exclamação jubilosa: Eu sei que Tu me amas, entra no gozo e na posse do meu Reino eterno, na companhia de todos os santos!.


 Extraído e adaptado de “A procura do Senhor”, de Ludovic Giraud.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

O CÁRCERE DA PREOCUPAÇÃO



Conflitos e ameaças – presentes ou potenciais – estão entre as causas mais comuns de preocupação, gerando ainda medo, ansiedade, angústia, e, não raro, depressão. No seu enfrentamento, destacamos uma teoria científica e um ensinamento bíblico.
Consoante esta teoria, “um dos fatos mais importantes sobre o processo de construção de pensamentos é que não só o Eu lê a memória e os produz; há três fenômenos inconscientes que realizam a mesma tarefa: as janelas estruturais da memória, o gatilho da memória,  e  o autofluxo.Estes  três fenômenos são coadjuvantes, de maneira que o principal ator do teatro da nossa mente é, ou deveria ser, o Eu. Precisamos, não obstante, entender que os atores coadjuvantes cooperam uns com os outros na saúde e na doença.
 A TIM mostra que, sem os atores coadjuvantes, o Eu não se formaria, não saberíamos quem somos e nem nossa identidade, pois antes de o Eu ter consciência de si mesmo, precisa de milhões de pensamentos arquivados, produzidos pelos três coadjuvantes citados. Impõe-se então gerenciar os pensamentos, isto é, capacitar o Eu que representa a nossa capacidade consciente de decidir, para ser ator principal no teatro da nossa mente. Sair da platéia e dirigir o script da vida”.
A Teoria tem como pressuposto de que,tudo o que pensamos e sentimos é registrado automaticamente na memória, quer o desejemos ou não, isto é, o registro na memória independe do Eu; é feito inconscientemente (seu Eu não seleciona o que quer registrar).
Por sua vez, também, a memória humana não é lida globalmente, mas por áreas específicas a que chamo de janelas estruturais da memória. Não acessamos arquivos inteiros, como nos computadores, mas as janelas. A janela da memória é, assim, um território de leitura num determinado momento existencial. Através das janelas vemos, reagimos, interpretamos... Quantas vezes tentamos lembrar-nos de algo que não nos vem à idéia? Nesse caso, a janela permaneceu fechada ou inacessível. Algumas janelas são belíssimas, e, geram prazer, coragem, respostas inteligentes. Outras são doentias, geram ansiedade, ódio, desmotivação. Outras são neutras e contêm milhões de informações numéricas, endereços e dados.
Temos milhões de janelas no córtex cerebral. Em cada janela pode haver centenas ou milhares de informações e experiências agregadas. O maior desafio do ser humano é abrir o máximo de janelas em cada situação. Se ele abre diversas janelas, poderá dar respostas inteligentes. Se as fecha, poderá dar respostas inseguras, medíocres, estúpidas, agressivas. Somos mais instintivos e animalescos quando fechamos as janelas, e mais racionais quando as abrimos. O mundo dos sentimentos possui as chaves para abrir as janelas. O medo, a tensão, a angústia, o pânico, a raiva e a inveja podem fechá-las. A tranquilidade, a serenidade, o prazer e a afetividade podem abri-las.
O Eu tem muitas habilidades, mas além de não ter controle sobre registros na memória, não tem o poder de apagar os arquivos uma vez registrados automaticamente na memória. Ele desconhece, por exemplo, o endereço das janelas traumáticas no córtex cerebral, porque penetra na cidade da memória no escuro, sem mapa ou orientação espaço-temporal. Elas estão pulverizadas em múltiplos bairros do córtex cerebral.”
Como tratar da preocupação? compreender o funcionamento da mente, gerenciar os pensamentos, e usar certas técnicas especificamente desenvolvidas, constituem o objeto da TIM, tendo como uma das metas ajudar no processo de libertação do cárcere da preocupação.

A perspectiva bíblica. Escrevendo sobre “a preocupação, sua causa, e, sua cura”, D. Martin Lloyd-Jones afirma quea preocupação é uma entidade definida, uma força, e um poder. E nem teremos começado a compreender essa força a menos que percebamos que tremendo poder ela é. Muito mais do que uma atitude meramente negativa, como um fracasso de nossa parte ao fazer certas coisas, a preocupação é algo positivo, que chega a lutar conosco e a assumir o controle sobre nós. Trata-se de um gigantesco poder, de uma força ativa, e, se não nos conscientizarmos disso, sem a menor dúvida seremos derrotados por esse poder. Se essa força não puder nos forçar a nos sentirmos ansiosos, sobrecarregados e abatidos em face do estado e da condição das coisas com que nos defrontamos no presente, então ela dará esse passo seguinte, e transferirá a atenção para o futuro. O Nosso Senhor Jesus Cristo personalizou a preocupação, e a considerou um poder, quase uma personalidade que se apossa de você, e que, a despeito do que possa parecer, fica argumentando com você, apresentando uma razão após outra. E isso conduz o indivíduo àquela curiosíssima situação em que ele quase deseja não ser aliviado e libertado.
A verdade é que a atitude de preocupação se caracteriza por uma fértil imaginação, podendo imaginar toda a espécie  de possibilidades, e, com o seu tremendo poder e atividade pode transportar-nos para o futuro, para alguma situação que ainda espera à nossa frente. E então nos achamos preocupados, atribulados e subjugados por algo que é inteiramente imaginário.
Orientação aos crentes: na Biblia somos orientados “Não andeis ansiosos por coisa alguma”; não significa que jamais deveríamos pensar, sob hipótese alguma, e sim, que não nos devemos deixar vencer pela preocupação. Nos convém fazer aquilo que é certo, aquilo que é razoável, aquilo que é legítimo. Entretanto jamais deveríamos dedicar tão grande parcela de nossos pensamentos e cuidados a essas coisa, ficando tão preocupados com elas que cheguem a dominar-nos a vida, ou a limitar a nossa utilidade no presente. Esse é o ponto onde cruzamos a linha do pensamento e das cautelas razoáveis, para a ansiedade e a preocupação. De acordo com Nosso Senhor Jesus Cristo, a questão vital é não gastar cada dia de sua vida adicionando o grande total de tudo o que possa acontecer com você durante toda a sua permanência neste mundo. Por assim dizer, há uma cota diária de problemas e dificuldades na vida. Cada dia tem as suas próprias dificuldades,e, alguns desse problemas são permanentes, repetindo-se dia após dia, ao passo que outros variam. Todavia, o ponto fundamental é perceber que cada dia deve ser vivido por si mesmo, como uma unidade. Não seja insensato, não desperdice as suas energias, não gaste o seu tempo preocupando-se com aquilo que já passou, ou a respeito do futuro, que ainda nem chegou. Aqui está o dia de hoje; viva este dia no máximo de suas potencialidades.

A preocupação excessiva sempre envolve a falha de não aprendermos o bastante sobre nossa própria fé, e como aplicá-la. A fé não opera automaticamente. Podemos pensar na fé em termos de um homem que tem uma conversa consigo, a respeito de si mesmo e a respeito de sua fé. Assim como o salmista dialoga no seu íntimo: “por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim?”. É assim que conseguimos que a nossa fé se amplie. É necessário falarmos conosco a respeito de nossa fé. Você precisa cultivar a sua fé, dando-lhe criteriosa atenção. Finalmente, uma grande parte da fé, especialmente nessa conexão, consiste exatamente em recusar-se a aceitar pensamentos ansiosos. Ter fé significa recusar-se a pensar sobre coisas preocupantes, recusar-se a pensar sobre o futuro naquele sentido errado”.

terça-feira, 19 de abril de 2016

DA MISÉRIA DAS CAMPANHAS POLITICAS ou DOS AMIGOS QUE TÊM OPINIÕES DIVERGENTES

                 

   
                 
DA MISÉRIA DAS CAMPANHAS POLITICAS

DOS AMIGOS QUE TÊM OPINIÕES DIVERGENTES

Compartilho com aqueles que comemoram o fato de não terem perdido nenhum amigo em períodos conturbados, em meio a uma campanha de cunho politico, ao ensejo da convivência  com defensores tanto da situação como da oposição. De maneira nenhuma isto significa que não se tenha, também, feito uma opção pessoal, eventualmente circunstancial, mas antes, que se respeite quem pensa de forma contrária.
Não compartilho, porém, da miséria das campanhas politicas com intolerância, e tenho aversão pela estridência de militâncias organizadas com seus bordões simplórios, e, bem assim o tom beligerante de alguns, incitando o  ódio e a violência explícita; levam para o campo pessoal, qualquer crítica que antes deveria ser considerada como essencialmente impessoal. Igualmente deploro a predominância da marquetagem assim descrita pelo articulista Roberto Pompeu de Toledo, conforme publicada na Veja de 2 de março de 2016: “O marqueteiro, com seus filmes, jingles, mensagens subliminares e outros estratagemas, elevou a mentira à categoria de uma ciência e uma arte....O marqueteiro opera no sentido de camuflar ideias e posições e evitar escolhas. Quanto mais indefinido o candidato, mais chance – este é o pressuposto – de arrebanhar o maior número de eleitores, ou de desagradar ao menor número. O candidato travestido em arrebatador genérico é o ideal da marquetagem...Como operam eles próprios sem régua moral, inspiram o candidato a seguir pelo mesmo caminho – se e quando o candidato precisa ser inspirado para tal.... O marqueteiro é um membro do governo que, ao contrário de um ministro, não é responsabilizável por seus atos”.
Nesse interim, é patética a figura do politico boquirroto - pessoa que fala demais, fala sem pensar, não ouve o que fala, falastrão - e, prepotente em suas manifestações do tipo: “no meu Estado, na minha Região, quem manda sou eu”; esquecem-se do princípio básico de que deveriam estar entre os primeiros a serviço da comunidade, esta sim, o ator principal. Por oportuno soou estranho a dedicação do voto na Sessão recente do Impeachment, “pelos meus familiares”?
Tolerância, humildade e autocrítica. Destaco aqui, extratos de um texto de Martin Lloyd Jones, ao ponderar sobre o ponto de vista mundanista de vida (vis a vis do ponto de vista cristão) ilustrado, por oportuno com o “profundo interesse politico que se tem manifestado, em vários países particularmente por ocasião das eleições. Em última análise, no que consiste o interesse real? Acerca do que as pessoas estão realmente interessadas, em ambos os lados da disputa eleitoral?
Recomenda-se então algumas perguntas e ponderações que deveríamos então nos fazer:
“Quando por ocasião das disputas eleitorais, somos convocados para escolher os candidatos, nos descobrimos crendo que algum ponto de vista politico é inteiramente correto, ao passo que o outro é inteiramente errado?... Se afirmamos que a verdade está inteiramente de um lado ou do outro, e, em seguida, se analisarmos os nossos motivos, haveremos de descobrir que isso se deve ao fato que ansiamos ou por nos proteger ou por virmos a possuir alguma coisa que nos é vantajosa. Uma outra excelente maneira de nos submetermos à prova consiste em indagar, de nós mesmos, de forma inteiramente simples e honesta, por qual motivo defendemos este ou aquele ponto de vista específico. Sim, qual é o nosso verdadeiro interesse? Qual é o nosso motivo? Na realidade o que está por detrás dessas opiniões politicas que advogamos, quando queremos ser totalmente honestos e verazes conosco mesmos? Se realmente quiséssemos ser honestos, esta seria uma pergunta extremamente reveladora.”
“Até que ponto os nossos sentimentos estão envolvidos nessa questão? Quanto sentimento amargo existe, quanta violência, quanta ira, quanto desdém e quanta paixão?”
“Estamos encarando as coisas com uma espécie de atitude independente e objetiva , ou não? Qual é a nossa atitude para com todas essas coisas? Devemos estar atentos de nossas atitudes... se não são motivadas pelo preconceito, no lugar do princípio ( quando alguém toma os seus próprios preconceitos e os transforma em princípios normativos); de nossa tendência de por personalidades no lugar de princípios; de nossa tendência de imputar motivos (visto não podermos compreender por qual razão alguém defende certos princípios, podemos estar imputando motivos estranhos a esse alguém); de habitualmente, estarmos expressando nossas opiniões sem que tenhamos conhecido todos os fatos); etc.
“As distinções que se fazem no campo dos pensamentos, em relação a quase todos os assuntos, são quase inteiramente controlados por nossos preconceitos e não por pensamentos puros. Quão pouca reflexão autêntica se vê nesta terra, por ocasião das campanhas políticas... Nenhum dos protagonistas da disputa política raciocina; tão somente, eles expõem ideias preconcebidas. Quão pouca reflexão há em ambos os lados da disputa.”
“E, quão astutos nos mostramos todos, ao tentarmos explicar como alguma questão específica, que defendemos, não seja realmente desonesta.”
Desnecessário reiterar que o foco aqui não são os candidatos e afins, mas antes circunscreve-se aos amigos que têm opinião contrária, e, como tal merecem todo o respeito e estima; quanto aos políticos envolvidos numa ou noutra posição, não teria nada de bom a compartilhar. Como subproduto desta compreensão, podemos ainda ter uma ideia mais abrangente de nossos reais motivações, que eventualmente são as mesmas daqueles que têm opiniões divergentes.
Registro finalmente o que creio seja um denominador comum, em relação ao momento político em que vive o País, qual seja a esperança no combate à corrupção generalizada, correntemente materializada na cruzada cívica capitaneada pelo Ministério Público e pelo Juiz Sergio Moro.
Termino com algumas colocações da ministra Carmem Lúcia: "Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou que a esperança tinha vencido o medo. Depois, descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a justiça". "O brasileiro está muito raivoso, muito intolerante, sem conseguir ver ou ouvir o outro”. "O papel das lideranças é apelar ao entendimento e fazer a travessia que leve ao encontro. Um povo não pode ficar muito tempo flutuando, sem saber para que lado vai".


quinta-feira, 24 de março de 2016

ANTES QUE SE ROMPA O CORDÃO DE PRATA...



PALAVRAS DE STEVE JOBS, ao se aproximar do fim (24/02/1955 – 05/10/2011) -Eu alcancei o auge do sucesso no negócio. Aos olhos dos outros, minha vida tem sido o símbolo de sucesso. No entanto, além do trabalho, tenho pouca alegria. Finalmente, a minha riqueza é simplesmente um fato a que estou acostumado. Agora eu estou na cama do hospital, lembrando toda a minha vida, e percebo que todos os elogios e a riqueza da qual estava tão orgulhoso, é insignificante para a iminência da minha morte. No escuro, quando eu vir a luz verde e ouvir o som do equipamento de respiração artificial, eu posso sentir o sopro da morte que se aproxima. Só agora eu entendo, uma vez que você acumulamos dinheiro suficiente para o resto de nossas vidas, devemos perseguir outros objetivos que não estão relacionadas com dinheiro. Tem que ser algo mais importante: por exemplo, histórias de amor, arte, sonhos de infância ... O não parar de perseguir a riqueza só pode fazer uma pessoa como eu. Deus fez um caminho para que possamos sentir o amor em seu coração, e, não ilusões construídas para a fama ou dinheiro como eu fiz na minha vida e as coisas que não posso levar comigo. Eu posso ter lembranças de amor, que me fortaleceram. Esta é a verdadeira riqueza que irá acompanhá-lo, dará força e luz para seguir em frente. O amor pode viajar milhares de quilômetros e assim a vida não tem limites. Vá para onde você quer ir. Esforce-se para alcançar seus objetivos. Tudo está em seu coração e em suas mãos. Qual é a cama mais caro do mundo? a cama de hospital. Se você tem dinheiro, você pode pagar alguém para conduzir o seu carro, mas você não pode pagar alguém para sentir sua doença. As coisas materiais perdidas podem ser encontradas. Só há algo que não pode ser encontrado quando se perdeu: a vida.”
ULTIMOS DESEJOS DE ALEXANDRE O GRANDE (20/07/356 – 10/06/323 AC) -: “Quando à beira da morte, Alexandre convoca seus generais e seu escriba e relata a estes seus três últimos desejos:  que seu caixão seja transportado pelas mãos dos mais reputados médicos da época; que seja espalhado no caminho até seu túmulo, seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas…); que suas duas mãos sejam deixadas balançando no ar, fora do caixão, a vista de todos. Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, pergunta a Alexandre a razão destes. Alexandre explica então: quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão, para mostrar aos presentes que estes NÃO têm poder de cura nenhuma perante a morte; quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem; quero que minhas mãos balancem ao vento, para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos, de mãos vazias partimos.”
QUANDO ESTAMOS DE FRENTE PARA A MORTE, nada mais tem importância.  Alguém já observou que, “quando os passageiros dos vôos da tragédia de 11 de setembro de 2001 em Nova York foram feitos reféns pelos terroristas, eles não usaram telefone celular para ver como os negócios estavam indo; apenas disseram “eu te amo” aos seus entes queridos”.
Estas expressões de desalento, que são como que um desabafo, daqueles que já foram considerados símbolos de sucesso e poder, bem como dos passageiros anônimos do vôo da morte, estão em sintonia com o autor de Eclesiastes citado no final.
ATÉ ENTÃO, pode-se imaginar, que caminhavam sem maiores preocupações com a finitude desta vida, ao ensejo em que fortaleciam naturalmente suas respectivas identidades. Por identidade, entende-se o “traço característico de cada ser, que distingue um individuo de outro; o homem constitui e modela sua identidade ao tomar contato com o mundo e com a cultura humana”. Alguns destaques na sua conformação:
Diferentemente dos demais animais, nascemos totalmente dependentes - normalmente dos pais - para sobreviver; logo passamos à dependência parcial, mas já buscando alcançar a independência, e, com ela, se possível a autosuficiência.
Também na infância somos o foco das atenções, e, parece que tudo é feito em prol de nós mesmos, com a motivação de nos agradar. Na idade adulta lutamos para alcançar e permanecer no centro das atenções. Finalmente, na velhice, nos resignamos em circular na periferia do centro de atenções.
Desenvolvemos crescentemente o amor próprio, juntamente com amor a alguns poucos mais próximos, com destaque para a família e amigos, e, simultaneamente o apego material às posses conquistadas. Mais recentemente, este amor próprio é conscientemente inflado com reforços buscados na farmacopeia da autoajuda - autoestima, autoconfiança, autosegurança, auto-expressão.  “É fundamental ter autoconfiança e auto-estima. No entanto, há um ponto em que esses traços de personalidade deixam de ser virtudes. É quando uma pessoa se sente mais importante do que as outras ou acima de quaisquer críticas. É aquela que sabe tudo e sente uma constante necessidade de se vangloriar. Em resumo, é o ponto em que as pessoas deixam de ser humildes” (Stephen Covey).
Do egoísmo  à soberba. O egoísmo é como um “buraco negro” que tudo absorve, e, nada deixa escapar. Soberba é uma manifestação negativa de orgulho, jactância, presunção, na pretensão de superioridade sobre as outras pessoas. É a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada. Soberbo é aquele indivíduo considerado orgulhoso, altivo, que está dominado pela arrogância. É considerado um dos sete pecados capitais, e contra ela se prega a virtude da humildade, da modéstia; está entre as coisas que Deus mais odeia no homem (coisas que o Senhor odeia... Olhos altivos.,. - Provérbios 6:16-19.) Juntamente com a soberba, “atualmente, nota-se com maior clareza a tendência de ser exaltada uma certa agressividade, uma determinada confiança própria, justificando-se o uso que um indivíduo esteja fazendo de si mesmo e de sua personalidade, procurando colocar-se em posição de evidencia, ou, procurando impor-se.” (Lloyd-Jones)
Nossa identidade é ainda impactada pelo desenvolvimento da tecnologia moderna. “Estamos pagando um altíssimo preço para vencer no mundo egoísta e impessoal da ciência e da tecnologia... Nossa identidade profissional muitas vezes tem mais importância que nossas amizades. A carreira tende a ter prioridade sobre o caráter. A vida em família paga caro quando uma sociedade inteira acredita que a vida profissional reina suprema, e ambos, marido e mulher, pensam que precisam estar no mercado de trabalho para que a vida tenha mais sentido.” (James Houston)
LEMBRA-TE PORÉM!Memento homo quia pulvis est et in pulvere revertere” (lembra-te que és pó e ao pó voltarás). “Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.” (Eclesiastes 12:6-8). “Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; ... também tive grandes possessões ..., mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias;... E fui engrandecido, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol. (Eclesiastes 2:4-11)
O CAMINHO MAIS EXCELENTE DA HUMILDADE: SENHOR, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim. Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada.” (Salmos 131:1,2). Com o reconhecimento do CRIADOR: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Mateus 5:3-11


P.S. posts afins: “Ensina-me a contar os dias” em 19.04.2015; “Remindo nosso tempo”, em 20.12.2012



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A FERA ADORMECIDA



A Fera Adormecida, que não tem nada de Bela Adormecida, sendo mesmo a antítese do belo, põe em evidencia o que de pior tem a humanidade, quando a fúria de uma multidão ensandecida emerge como protagonista de uma tragédia pública como num linchamento. A revista Veja de 10/02/2016, sob o título "MATARAM A MULHER?" A GÊNESE DO LINCHAMENTO QUE CHOCOU O BRASIL”, publicou uma matéria de André Petry, sobre a morte trágica de uma mulher, aos 33 anos, mãe de duas meninas, uma de 12 anos e a outra de apenas 1 ano, residente no Guarujá, vítima inocente da fúria assassina de uma turba enlouquecida, e transtornada. Alguns destaques da referida matéria publicada:
Um fato banal mas que se revelou fatal. “No dia em que seria espancada até a morte por uma multidão furiosa, Fabiane Maria de Jesus acordou ansiosa para estrear sua nova aparência. Cansada da longa cabeleira negra, mandara cortá-la à altura do pescoço e, na noite anterior, logo que o marido saiu para seu trabalho noturno, resolveu mudar a cor dos cabelos. Descoloriu-os com água oxigenada e pintou-os de loiro. Eles ganharam uma cor de fogo, entre o vermelho e o amarelo.” Esta nova aparência foi associada com aquela do boato que já circulava na comunidade em volta sobre a ação de “uma mulher que, diziam, andava sequestrando crianças para arrancar-lhes o coração em rituais de magia negra...
A força diabólica dos boatos e da credulidade apressada de uma população desamparada. “No dia 24 de abril, quinta-feira, apareceu um alerta tenso no Facebook, a rede social que Morrinhos inteiro conhece e acessa. A sequestradora fora vista num bairro ali perto. O perigo estava próximo...No dia seguinte, a página do serviço que havia tempos denunciava crimes e dava dicas de segurança no Facebook, informou que “uma mulher está raptando crianças para realizar magia negra... Durante toda essa semana recebemos diversas mensagens de seguidores sobre o fato. Se é boato ou não, devemos ficar alertas... O aviso provocou uma cascata interminável de reações de raiva, medo ou ameaça. Um usuário disse que pensava que a história da sequestradora era boato, mas interpretou o post como uma confirmação. Outro perguntou onde havia fotos “desse monstro”. Outro disse que se ela aparecesse em Morrinhos ia “tomar só rajada, essa cachorra”. Outro pediu uma foto “dessa bruxa” e avisou que “ela vai ter o que merece”. Outro disse que o caso estava deixando “pais e filhos assustados aqui no bairro”. Outro avisou que, se a mulher aparecesse no seu bairro, ela seria linchada, a “vagabunda”, “safada”, “essa pilantra”, “coração de pedra”, “sua possuída”. Outro avisou que a mulher era procurada no Paraná, onde havia tentado sequestrar “uma criança em uma creche em Pontal do Paraná”. Outro, com uma certeza cheia de pontos de exclamação, informou que “acabaram de sequestrar uma criança no bairro ... !!!!!!!”. Outro comentou que “tem que matar essa mulher”. Outro avisou que “falam que ela tem um Fox preto”. Outro aproveitou para dizer que uma mulher vestida de enfermeira andava espetando uma seringa nas pessoas para infectá-las com o vírus HIV. Outro disse que “na última terça-feira” tinham encontrado duas crianças mortas noutro bairro, “ambas sem o coração”. Outro garantiu que a sequestradora “pegou um menino daqui do nosso bairro”. As conversas se prolongaram... em algum momento, uma voz feminina gritou a senha para o massacre: ‘É eeeeeelaa!’. A multidão caiu em cima da vítima...”
A covardia extrema: de um lado a multidão, do outro uma vítima indefesa.Uma das testemunhas estima que havia entre 200 e 300 pessoas no ato de linchamento. Outras testemunhas estimam em 1.000 e até 3.000 pessoas...Nem todas ali tinham certeza de que a mulher linchada era a criminosa, mas contam-se nos dedos os que tentaram defende-la. Em sua defesa alguns alegam que nada podiam fazer, pois a multidão estava enraivecida, e, caso fossem fazer a defesa da mulher, com toda a certeza seriam agredidas.
A triste estatística: “A Justiça Popular no Brasi, calcula que, nos últimos sessenta anos, entre 1 milhão de brasileiros participaram de um linchamento ou tentativa de linchamento. E, o articulista pontifica: O linchamento não é só coisa de desordeiros. Também envolve gente que está numa busca desesperada por ordem e segurança, gente que está exausta com a incompetência do poder e das instituições para garantir a paz social”.
Agora desejamos continuar, destacando mais alguns pontos comuns neste tipo de violência:
Uma fúria incomum que não sabe nem por quem nem porquê. Foi mais um despertar da fera adormecida, ou besta de índole criminosa como sói acontecer em situações como esta. Impulsionado e escondido na multidão, pode ser identificada também em explosões de torcidas organizadas de futebol extrapolando os limites da empolgação; protestos públicos originalmente pacíficos, subitamente transtornados, por baderneiros mascarados infiltrados, e, em confronto com a Policia; etc.
Em todas, são elementos comuns:
Turba demagoga arrastada facilmente.Turba define-se como “multidão em movimento ou desordem, potencialmente violenta; turbamulta, turbilhão. Multidão desordenada, geralmente com a intenção de fazer justiça com as próprias mãos. A “turba” é um fenômeno social primitivo das cidades pré-capitalistas. Pode-se dizer que a “turba” era formada pelos pobres urbanos, assalariados ou não, que, em tumulto ou em rebelião, saíam pelas ruas fazendo arruaça e saques e reivindicando, na maioria das vezes, o restabelecimento de ordem anterior ou o cumprimento de normas preestabelecidas.” É sempre oportuno  destacar, que a estridência da turba não é a voz do povo, mas antes seu simulacro
Os muitos espectadores omissos. Em outra tragédia afim, na mesma reportagem, somos informados de que em N.Y. “uma jovem de 28 anos foi atacada por um desconhecido que lhe deu duas facadas nas costas e fugiu. Pouco depois, o criminoso voltou, encontrou a jovem no chão e esfaqueou-a de novo, estuprou-a e levou 49 dólares. ... 38 vizinhos ouviram seus gritos e nada fizeram. Posteriormente, pesquisadores, tentando entender o absurdo da falta de solidariedade, fizeram uma constatação surpreendente: quanto mais gente estiver no local de um crime ou acidente, menor a chance de a vítima ser socorrida. O paradoxo não decorre da indiferença humana ao sofrimento alheio, mas da redução de responsabilidade individual que todos nós sentimos quando estamos em multidão.
O caldeirão fatal: mistura de reações de raiva, de medo, e de defesa frente a uma ameaça aparente, que ao final irá se revelar falsa; açodamento em fazer justiça logo, e, com as próprias mãos; covardia inerente à turba; insensibilidade de outros (se não é comigo, não me atinge), que é também uma forma de indignidade; e, não por último os perigos de tentar se conformar e agradar às multidões, mesmo em suas marchas de insensatez, em detrimento da consciência pessoal. Não passa desapercerbido também, a expressão aparvalhada de alguns dos réus, como a demonstrar seu envolvimento circunstancial, não obstante, nem por isso menos grave. Finalmente, que, por trás de tudo isto, está o Mal (*), esta realidade transcendental, que se possessiona da turba,  consubstanciando o que aqui nos referimos aqui como despertar da fera adormecida, e, que uma vez desperta, só sossega com o derramamento de sangue.
Concluindo, junto com a revolta com este crime hediondo, remanesce o desejo de que a mão da justiça se faça pesar sobre os criminosos - incitadores e participantes diretos das agressões - identificados, e, sirva de alerta doravante, quando na iminência de novo despertar da besta adormecida; que o tribunal da consciência seja um justo juiz dos participantes anônimos e dos omissos;  e, não por último, que a memória de mais uma vítima, a cidadã brasileira Fabiane Maria de Jesus, cujo nome já define o nobre pertencimento, seja também um marco eficaz contra esta barbárie cruel e covarde  que envergonha toda uma Nação.


(*) Sobre o Mal, ver também em “O que há de errado com o mundo?” (post em 19 set 2015). 

sábado, 23 de janeiro de 2016

POR UMA FÉ DESCOMPLICADA




O senso comum que se tem de fé, é de uma forma de acreditar no que não vemos, ou, acreditar contra toda a probabilidade, como por exemplo, a crença numa cura milagrosa. Também a religião se definiria como a crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência.
Dentre os céticos, a fé é um tipo de conhecimento menos verdadeiro, que aquele decorrente da razão, este corroborado pelo exame objetivo, como definido pela ciência. Por fim, há aqueles que propugnam pelo poder de exercitar a fé na Fé, assim como em “O Segredo” (“Você exerce um poder de atração sobre tudo o que acontece em sua vida. Os acontecimentos não vêm por acaso, mas como produto de causa e efeito. Portanto, o que você é e o que você faz atuam como um imã na sua vida, que atrai tanto coisas boas quanto coisas ruins”).
A fé cristã transcende o senso comum.  Uma forma descomplicada de entendê-la, é comparando-a com as etapas envolvidas no estabelecimento de uma relação significativa de amizade entre duas pessoas: 
1) primeiro, a pessoa adquire confiança e passa a acreditar de que vale a pena conhecer uma outra que lhe é ainda estranha, em particular graças aos esforços de quem conhece ambos, e, dá testemunho que o contato será proveitoso. Todos somos testemunhas de como facilita quando se é apresentado por um terceiro, amigo comum, ensejando oportunidade para baixamos a guarda da desconfiança natural do desconhecido;
2) na sequência, alguns relacionamentos desdobram-se em compromissos de confiança e lealdade para experimentar, juntas, desdobramentos afins da vida. Neste sentido, é essencial que haja mútua receptividade que levam a baixar as barreiras impostas pela falta de conhecimento até então. Este acontecimento pode, inclusive, envolver uma dolorosa ruptura de ilusões, porque a simulação e o fingimento devem ficar de lado, para que floresça a confiança mútua, e, tudo isto leva tempo. Ademais, as relação mais profundas nunca se ganham pelo esforço, senão, que são o resultado de um compartilhar mútuo que é espontâneo.
3)a partir daí, quando duas pessoas avançam para a comunhão, a distinção entre elas é mantida, mas há também um compartilhamento profundo de seus pensamentos, sentimentos e objetivos. Cada uma reconhece o pensamento ou sentimento como seu, embora saiba, com alegria, que o outro sente ou pensa da mesma forma. Mas quando a comunhão progride para a união, o sentido de “meu” e “teu”, com frequência, desaparece. O que passa a existir é apenas o “nosso” e, embora o “meu” continue significando o meu, ele já não implica “não teu”. Esta condição pode ser vista no casamento, quando os cônjugues se tornaram verdadeiramente um. Por isso, ainda, o casamento pode ser usado como imagem da relação entre Cristo e sua Igreja, e entre  a alma e Deus. “(Dallas Willard).
De forma similar, quando vista em sua totalidade, a fé pode ser descrita como o processo pelo qual formamos uma relação autêntica – pessoal - com Jesus Cristo, e, inclui os seguintes passos:
1) adquire-se confiança ao se crer que as asseverações de Cristo são acreditáveis, principalmente devido à qualidade do testemunho acerca delas do passado. A fé como confiança nos informes sobre Jesus Cristo, pode ser vista assim como a primeira etapa na fé, e inclui a disposição para ouvir o Evangelho, e escutar o testemunho daqueles que já entraram numa relação, dita salvífica, com Jesus Cristo.
2) sobre essa base, uma pessoa se compromete doravante, a confiar nEle nas várias situações da vida. Uma coisa é afirmar que as asseverações de Cristo durante os últimos dois mil anos são válidas, mas é algo muito distinto, dizer que eu confiarei nele, de hoje em diante, passe o que passar. Jesus estava confiante de que seu Pai amoroso providenciaria para as necessidades de seus filhos (Aqueles que têm pequena fé vivem em ansiedade, mas os que confiam em Deus têm a garantia de que Deus proverá para suas necessidades - Mt 6.25-34). Agora chegamos a uma segunda etapa crucial na qual nossa decisão é seguir sozinhos ou viver a vida com Cristo, escolher uma existência centrada em nós mesmos, ou, em Cristo.  Não há outra maneira de entrar numa relação significativa com outras pessoas a não ser que abramos espaço para elas dentro de nossas vidas; com Deus é o mesmo. “Uma vez que formamos uma relação sem reservas, nosso compromisso incondicional abre possibilidades enormes de crescimento. Quando este crescimento aberto começa a levar-se a cabo, seu fruto é a intimidade. A verdadeira intimidade é a meta mais alta de cada relação interpessoal significativa. Lográ-la não é questão de quanto tempo nem quanto têm compartido duas pessoas, senão de quão profundamente satisfazem as necessidades uma da outra. Não é uma questão de sentimentalismo senão de intensidade.”
3) da comunhão que resulta quando se põe a vida em Suas mãos, chega-se a uma identificação com Cristo, assim como expresso pelo apostolo Paulo:  ... e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. Gálatas 2:20.  Uma comunhão com Ele em amor que molda a estrutura mesma da personalidade, que permite que Ele viva através de nós no presente. É a essa união que vai além da comunhão, a que Paulo se refere quando afirma que os redimidos possuem a mente de Cristo, assim como quando nos exorta a termos essa mesma mente. Jesus orou, pedindo que os fiéis experimentassem essa união: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um”. João 17:22.
Conclusão. Quando vista em sua totalidade, a fé pode ser descrita como o processo pelo qual formamos uma relação autêntica – pessoal, honesta e crescente - com Jesus Cristo; inclui: a fé como confiança nos informes sobre Jesus Cristo; a fé como compromisso com a veracidade de Cristo; a fé como comunhão com a realidade de Cristo.
A fé pode ser vista ainda como nossa inclinação para Deus, como resposta à  inclinação amorosa de Deus para nós, que é graça.
A fé inscreve-se no propósito central da criação do homem, a saber, que fomos criados para sermos amigos de Deus e seus companheiros de trabalho (“Vocês mostram que são meus amigos quando fazem o que mando. Não os chamo de empregados, porque os empregados não entendem o que o patrão pensa ou planeja. Eu os chamo de amigos porque contei a vocês tudo que ouvi de meu Pai”. João 15:14,15; “Porque nós somos cooperadores de Deus...” 1 Coríntios 3:9).

P.S. A fé diz respeito à necessidade mais profunda da natureza humana: nem a ânsia de prazer (Freud), nem a ânsia de poder (Adler), nem ainda a ânsia de significado (Viktor Frankl), senão a ânsia de relacionar-se. Toda nossa fome de afeto, de reconhecimento, de significado, somente se satisfazem através da relação e, ao fazer que a fé seja central, essa é justamente a maneira com que as Escrituras dizem que podemos ser salvos. Podemos estar unidos ou não com a família ou os amigos, mas o evangelho declara que, com toda certeza, podemos estar unidos com Cristo. “


Fonte: La experiência cistiana de la salvacion, de William Hull.

domingo, 20 de dezembro de 2015

JESUS CRISTO - REI DOS REIS, E SENHOR DOS SENHORES - É A PERSONALIDADE DE TODOS OS TEMPOS



Mais que a Personalidade do Ano, ou do século, ou mesmo do milênio, Jesus Cristo é a personalidade de todas as épocas, e, Senhor  do Universo!
Nasceu numa humilde manjedoura e morreu numa rude cruz. Quando você pensa em biografias de pessoas importantes, quer artistas, atletas, cientistas ou políticos, nunca há qualquer sugestão de que eles nasceram para morrer...Jesus veio para morrer. Essa é a razão por que cada um dos evangelhos retrata Jesus insistindo em que viera com este propósito. Entretanto Jesus acrescentou: “não morrerei como um mártir. Ninguém pode tirar a minha vida de mim. Eu mesmo a entrego. Tenho autoridade para entrega-la e tenho poder de reavê-la”. Ele não se classificou como um mártir, e sim como um sacrifício. Ele não era apenas a vítima de uma conspiração perniciosa ou de um erro histórico. Ele era um sacrifício voluntário. Além disso, nas biografias comuns, uma vez que as pessoas foram colocadas tranquilamente no sepulcro, elas permanecem lá. Jesus, porém, veio para morrer e ressuscitar. Esses  dois acontecimentos, a morte e a ressurreição de Jesus , são centrais para tudo que a Biblia diz sobre ele e para todo o propósito de sua vinda... “ (de “O Deus presente”, de D.A. Carson)
Nasceu para ser Rei. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu: O GOVERNO ESTÁ SOBRE OS SEUS OMBROS; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; e PARA QUE SE AUMENTE O SEU GOVERNO e venha paz sem fim sobre o trono de Davi E SOBRE O SEU REINO, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre”. “A revelação deste Reino poderia ser feita de duas maneiras: uma seria inaugurá-lo com grandes demonstrações de poder, com trovões e relâmpagos anunciando sua chegada, e exigências, o que  deixaria os homens atemorizados, e, para quem só havia uma opção: obedeça, ou, de outra forma... Isso contudo poderia criar não homens livres, mas escravos, ou robôs. O outro caminho seria Deus esconder o Seu Reino em fatos da natureza e da vida e gradualmente revelá-lo quando o homem se desenvolvesse suficientemente  para vê-lo e adotá-lo como seu próprio. Então na plenitude do tempo, quando Deus pudesse encontrar um povo ou nação mais provável para ser aquele que  aceitasse esse reino e o fizesse seu , Ele revelaria abertamente a natureza e as implicações desse reino, de forma compreensível – forma humana e nas relações humanas. Nós pensamos que Deus escolheu o segundo caminho; Ele se escondeu na forma disfarçada – como o Bebê, o Menino, o Carpinteiro, o Profeta, o Filho do Homem, o Redentor, o Crucificado, o Ressuscitado e Vivo Redentor, Aquele que está sentado à mão direita do poder ultimo do universo –  então Ele revelou o Reino de Deus numa Pessoa. Poderia o homem tomar esse reino desta forma? Alguns o fizeram, e foram transformados e mostraram uma qualidade de vida e poder muito além do ordinário. Mas muitos não o fizeram, e como consequência vivem  vidas pela metade (na penumbra), ou tateando e tropeçando na escuridão”. (de Stanley Jones, adaptado)
Com o rei Jesus Cristo começa o Reino de Deus (RD). O RD é essencialmente, o governo de Deus; consiste na implantação da vontade divina no coração dos homens. Jesus tornou isso claro quando, na Oração Dominical, disse: “Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade...”, o que Ele mesmo realizou, de modo pleno, colocando acima de tudo fazer a vontade do Pai. Nesse sentido o Reino se fez presente nEle. O RD é uma vida cotidiana com Cristo; é receber a Sua justiça pela fé; é experimentar aquela paz interior que somente Cristo pode dar. É desfrutar da alegria no Espírito Santo”.
O RD começa como uma semente pequenina, que progressivamente desenvolve-se tornando-se uma árvore frondosa; de outra forma, está escondido como um tesouro, ou uma pérola muito preciosa, e que enseja tanta alegria para quem o encontrou, que ele é capaz de vender tudo que tem para poder tê-lo.
A questão básica do poder no Reino de Deus. “O problema do poder afeta todos os relacionamentos humanos, dos pais dominadores ao chefe intimidante, ao cônjugue manipulativo e ao pastor que brinca de Deus. A sedução do poder pode separar o mais resoluto dos cristãos da verdadeira natureza da liderança cristã, que é servir a outros. É difícil permanecer em pé num pedestal e lavar os pés dos que estão embaixo. Foi essa mesma tentação do poder que levou ao primeiro pecado. O pecado do Jardim foi o pecado do poder. No processo de anunciar o reino e oferecer redenção da Queda, Jesus pôs de ponta cabeça as visões convencionais de poder. Quando os discípulos arguiram sobre quem era o maior, Jesus reprovou-os dizendo “.. o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve”. Jesus foi tão bom quanto suas palavras. Lavou os pés empoeirados dos seus discípulos, uma tarefa reservada para os servos mais humildes, na Palestina do primeiro século. Um rei servindo as necessidades mais mundanas dos seus súditos? incompreensível. Mas é isso; a liderança do servo é o âmago dos ensinos de Cristo “ .. quem quiser ser o primeiro dentre vós, será servo de todos”. O entendimento cristão de poder é de que este é encontrado mais frequentemente na fraqueza. O apostolo Paulo escreveu: “ o poder se aperfeiçoa na fraqueza” e concluiu “porque quando sou fraco então é que sou forte”. Através das Escrituras Deus revela especial compaixão pelos que não têm poder: viúvas, órfãos, prisioneiros e estrangeiros. Indivíduos fortes confiam em seus próprios recursos – que, em última instância, jamais serão suficientes – mas a pessoa chamada fraca, conhece seus próprios limites e necessidades e, assim, depende totalmente de Deus. Talvez seja por isso que Deus tão frequentemente confunda a sabedoria do mundo realizando seus propósitos através dos não poderosos, e fazendo seus mais poderosos trabalhos através da fraqueza humana. (de “A ilusão do poder”, por Charles Colson; foi assistente especial do ex-presidente dos EUA, Richard Nixon).
Impacto do cristianismo na História. História é a aventura geral do ser humano e o seu esforço no sentido de racionalizá-la. A fé é a área da relação imediata com Deus, ao passo que a história é encadeamento de causas e efeitos da evolução humana. A fé é o instante do encontro com Deus e a revelação do sentido último do fim da história. A história, se não é a esfera que nos revela Deus, é, no entanto, o lugar onde devemos viver a fé. Se a história dá à fé o lugar onde exercer o amor, a fé dá à história um sentido de esperança, sem o que  a história seria simplesmente um caos de acidentes ou desenrolar indefinido que poderia chamar-se progresso, que todavia não teria nenhum significado. “ (André Dumas). E “Geoffrey Blainey (consagrado autor de best-sellers, como  “Uma Breve História do Mundo”, e “Uma breve História do século XX “) em seu livro “Uma breve História do Cristianismo” fazendo um balanço da influência do cristianismo, assim registrou:O cristianismo provavelmente foi a instituição mais importante do mundo nos últimos 2.000 anos. Muito do que nos parece admirável hoje resulta inteiramente ou em parte do cristianismo e de seus seguidores... Por muito tempo a Igreja representou a predecessora da assistência oficial, além de assumir o principal papel na educação em boa parte da Europa e de fundar a maioria das primeiras universidades. O cristianismo influenciou o papel social da mulher, o status da família e – dizem alguns historiadores – a ascensão do socialismo e do capitalismo. Além disso, tanto favoreceu como prejudicou o avanço da Ciência e das Ciências Sociais. A moderna democracia, muito diferente da versão praticada na antiga Atenas muito deve à declaração feita por Paulo, garantindo que todas as almas têm o mesmo valor aos olhos de Deus.“
O verdadeiro sentido do Natal é viver a plenitude do Reino de Deus na pessoa de Jesus Cristo, e, a boa notícia é que o Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores está voltando, e, com Ele, o Reino de Deus, entrará em nova e definitiva fase de sua plenitude. Maranata!