quinta-feira, 24 de março de 2016

ANTES QUE SE ROMPA O CORDÃO DE PRATA...



PALAVRAS DE STEVE JOBS, ao se aproximar do fim (24/02/1955 – 05/10/2011) -Eu alcancei o auge do sucesso no negócio. Aos olhos dos outros, minha vida tem sido o símbolo de sucesso. No entanto, além do trabalho, tenho pouca alegria. Finalmente, a minha riqueza é simplesmente um fato a que estou acostumado. Agora eu estou na cama do hospital, lembrando toda a minha vida, e percebo que todos os elogios e a riqueza da qual estava tão orgulhoso, é insignificante para a iminência da minha morte. No escuro, quando eu vir a luz verde e ouvir o som do equipamento de respiração artificial, eu posso sentir o sopro da morte que se aproxima. Só agora eu entendo, uma vez que você acumulamos dinheiro suficiente para o resto de nossas vidas, devemos perseguir outros objetivos que não estão relacionadas com dinheiro. Tem que ser algo mais importante: por exemplo, histórias de amor, arte, sonhos de infância ... O não parar de perseguir a riqueza só pode fazer uma pessoa como eu. Deus fez um caminho para que possamos sentir o amor em seu coração, e, não ilusões construídas para a fama ou dinheiro como eu fiz na minha vida e as coisas que não posso levar comigo. Eu posso ter lembranças de amor, que me fortaleceram. Esta é a verdadeira riqueza que irá acompanhá-lo, dará força e luz para seguir em frente. O amor pode viajar milhares de quilômetros e assim a vida não tem limites. Vá para onde você quer ir. Esforce-se para alcançar seus objetivos. Tudo está em seu coração e em suas mãos. Qual é a cama mais caro do mundo? a cama de hospital. Se você tem dinheiro, você pode pagar alguém para conduzir o seu carro, mas você não pode pagar alguém para sentir sua doença. As coisas materiais perdidas podem ser encontradas. Só há algo que não pode ser encontrado quando se perdeu: a vida.”
ULTIMOS DESEJOS DE ALEXANDRE O GRANDE (20/07/356 – 10/06/323 AC) -: “Quando à beira da morte, Alexandre convoca seus generais e seu escriba e relata a estes seus três últimos desejos:  que seu caixão seja transportado pelas mãos dos mais reputados médicos da época; que seja espalhado no caminho até seu túmulo, seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas…); que suas duas mãos sejam deixadas balançando no ar, fora do caixão, a vista de todos. Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, pergunta a Alexandre a razão destes. Alexandre explica então: quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão, para mostrar aos presentes que estes NÃO têm poder de cura nenhuma perante a morte; quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem; quero que minhas mãos balancem ao vento, para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos, de mãos vazias partimos.”
QUANDO ESTAMOS DE FRENTE PARA A MORTE, nada mais tem importância.  Alguém já observou que, “quando os passageiros dos vôos da tragédia de 11 de setembro de 2001 em Nova York foram feitos reféns pelos terroristas, eles não usaram telefone celular para ver como os negócios estavam indo; apenas disseram “eu te amo” aos seus entes queridos”.
Estas expressões de desalento, que são como que um desabafo, daqueles que já foram considerados símbolos de sucesso e poder, bem como dos passageiros anônimos do vôo da morte, estão em sintonia com o autor de Eclesiastes citado no final.
ATÉ ENTÃO, pode-se imaginar, que caminhavam sem maiores preocupações com a finitude desta vida, ao ensejo em que fortaleciam naturalmente suas respectivas identidades. Por identidade, entende-se o “traço característico de cada ser, que distingue um individuo de outro; o homem constitui e modela sua identidade ao tomar contato com o mundo e com a cultura humana”. Alguns destaques na sua conformação:
Diferentemente dos demais animais, nascemos totalmente dependentes - normalmente dos pais - para sobreviver; logo passamos à dependência parcial, mas já buscando alcançar a independência, e, com ela, se possível a autosuficiência.
Também na infância somos o foco das atenções, e, parece que tudo é feito em prol de nós mesmos, com a motivação de nos agradar. Na idade adulta lutamos para alcançar e permanecer no centro das atenções. Finalmente, na velhice, nos resignamos em circular na periferia do centro de atenções.
Desenvolvemos crescentemente o amor próprio, juntamente com amor a alguns poucos mais próximos, com destaque para a família e amigos, e, simultaneamente o apego material às posses conquistadas. Mais recentemente, este amor próprio é conscientemente inflado com reforços buscados na farmacopeia da autoajuda - autoestima, autoconfiança, autosegurança, auto-expressão.  “É fundamental ter autoconfiança e auto-estima. No entanto, há um ponto em que esses traços de personalidade deixam de ser virtudes. É quando uma pessoa se sente mais importante do que as outras ou acima de quaisquer críticas. É aquela que sabe tudo e sente uma constante necessidade de se vangloriar. Em resumo, é o ponto em que as pessoas deixam de ser humildes” (Stephen Covey).
Do egoísmo  à soberba. O egoísmo é como um “buraco negro” que tudo absorve, e, nada deixa escapar. Soberba é uma manifestação negativa de orgulho, jactância, presunção, na pretensão de superioridade sobre as outras pessoas. É a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada. Soberbo é aquele indivíduo considerado orgulhoso, altivo, que está dominado pela arrogância. É considerado um dos sete pecados capitais, e contra ela se prega a virtude da humildade, da modéstia; está entre as coisas que Deus mais odeia no homem (coisas que o Senhor odeia... Olhos altivos.,. - Provérbios 6:16-19.) Juntamente com a soberba, “atualmente, nota-se com maior clareza a tendência de ser exaltada uma certa agressividade, uma determinada confiança própria, justificando-se o uso que um indivíduo esteja fazendo de si mesmo e de sua personalidade, procurando colocar-se em posição de evidencia, ou, procurando impor-se.” (Lloyd-Jones)
Nossa identidade é ainda impactada pelo desenvolvimento da tecnologia moderna. “Estamos pagando um altíssimo preço para vencer no mundo egoísta e impessoal da ciência e da tecnologia... Nossa identidade profissional muitas vezes tem mais importância que nossas amizades. A carreira tende a ter prioridade sobre o caráter. A vida em família paga caro quando uma sociedade inteira acredita que a vida profissional reina suprema, e ambos, marido e mulher, pensam que precisam estar no mercado de trabalho para que a vida tenha mais sentido.” (James Houston)
LEMBRA-TE PORÉM!Memento homo quia pulvis est et in pulvere revertere” (lembra-te que és pó e ao pó voltarás). “Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.” (Eclesiastes 12:6-8). “Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; ... também tive grandes possessões ..., mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias;... E fui engrandecido, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol. (Eclesiastes 2:4-11)
O CAMINHO MAIS EXCELENTE DA HUMILDADE: SENHOR, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim. Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada.” (Salmos 131:1,2). Com o reconhecimento do CRIADOR: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Mateus 5:3-11


P.S. posts afins: “Ensina-me a contar os dias” em 19.04.2015; “Remindo nosso tempo”, em 20.12.2012



2 comentários:

  1. Lindo maninho e palavras cheias de sabedoria Deus ti abençoe e conserve sempre um instrumento abençoador

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  2. Muito bom o artigo. Bastante útil para a reflexão quanto ao bom proveito da vida. Os textos citados bem revelam o conflito natural da vida e a constatação de que a vida separada de Deus inevitavelmente resultará em cansaço e desapontamento. O contexto do referido capítulo de Eclesiastes é a instrução para os jovens quanto ao que farão nesta vida e a conclusão está no versículo 13 – “Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o essencial para o homem”. O Salmo 103 destaca a experiência dos que guardam esta instrução: “Bendiga o Senhor a minha alma! Bendiga o Senhor todo o meu ser! Bendiga o Senhor a minha alma! Não esqueça nenhuma de suas bênçãos! É ele que perdoa todos os seus pecados e cura todas as suas doenças, que resgata a sua vida da sepultura e o coroa de bondade e compaixão, que enche de bens a sua existência, de modo que a sua juventude se renova como a águia”.

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