Meu
conhecimento pessoal de Deus é ainda bastante incipiente, apesar de que já
fazem quase 63 anos que Ele me conhece muito bem. Eu estou gravado nas palmas
de suas mãos; nunca sou esquecido por Ele. Por conta de já ter nascido em
lar cristão, e, ao longo da vida me envolver com atividades de educação cristã,
na Igreja, posso dizer que tenho acumulado razoável conhecimento sobre Deus,
ou, de segunda mão, o que é infinitamente inferior a um conhecimento pessoal.
Neste
ínterim, aprendi que a coisa mais importante, e que crescentemente pode dar
mais sentido à minha vida, é exatamente aumentar o conhecimento de Deus, dia a
dia. Aprendi que é possível uma pessoa ter um grande conhecimento sobre Deus
sem ter muito conhecimento de Deus. Aprendi que um conhecimento pessoal de Deus
é fonte de alegria inefável, como sói acontecer num relacionamento de amizade,
com muito carinho, além do conhecimento mútuo. Conhecer a Deus é uma questão de
envolvimento pessoal - mente, vontade, e sentimentos; caso contrário, não seria
realmente uma relação plenamente pessoal. Assim, para conhecer uma pessoa, é
necessário gastar tempo em sua companhia, envolver-se com seus interesses e
estar pronto a se identificar com suas preocupações. Sem isto o relacionamento
com ela será apenas superficial e sem graça. “Oh! provai e vede que o Senhor
é bom” diz o salmista. “Provar é experimentar. Nós não conhecemos as
verdadeiras qualidades de outra pessoa até que tenhamos experimentado sua amizade.
À medida que abrem seus corações um ao outro, pelo que dizem e fazem, cada um
“saboreia” a qualidade do outro, seja tristeza ou alegria. Este é um aspecto
essencial do conhecimento que os amigos têm um do outro; e isto também se
aplica ao conhecimento que o cristão tem de Deus, visto que é um relacionamento
entre amigos. A Bíblia fala que podemos conhecer a Deus da mesma
forma como o filho conhece a seu pai. Isto faz parte do conceito bíblico de
conhecer a Deus; aqueles que o conhecem são amados e cuidados paternalmente por
Ele.”
Conhecer
a Deus é uma questão da graça divina. É um relacionamento cuja iniciativa é
completamente de Deus. Nós não fazemos amizade com Deus; Ele é que se torna
nosso amigo levando-nos a conhecê-Lo e tornando Seu amor conhecido por nós.
Todo o meu conhecimento de Deus depende da iniciativa permanente da parte d’Ele
em me conhecer. Eu o conheço porque Ele me conheceu primeiro, e continua a me
conhecer. Ele me conhece como meu melhor amigo, alguém que me ama. Não há um
único momento em que Ele tira seus olhos de mim ou que se distrai e que me
esquece; portanto, não há um momento sequer em que Ele deixa de cuidar de mim.
Este é um conhecimento extremamente significativo, e que traz um indizível
conforto.
Aprendi,
finalmente, que o 1º passo para conhecer pessoalmente a Deus é reconhecer
quanto nos falta deste conhecimento relacional. Este passo eu já dei. Na
seqüencia, que a minha oração a cada final de dia, doravante seja: “Graças a
Deus que O conheço pessoalmente, hoje mais do que ontem, mas ainda menos do que
amanhã”. Estou caminhando...
Miguel Mitre comenta: Muito bom! Saliento em especial... "Conhecer a Deus e uma questão de envolvimento pessoal - mente, vontade e sentimentos" ... "Deus e quem nos leva a conhecer. 'E questão de graça divina" ... "conhecer a Deus e reconhecer quanto nos falta deste conhecimento" ... "O conheço hoje mais do que ontem, mas ainda menos do que amanha".
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