“Antes só do que mal
acompanhado”, é o dito popular. Mario Quintana, atualiza, “O livro traz a dupla felicidade de a gente
poder estar só, e, ao mesmo tempo bem acompanhado”. Também Imanuel Kant, já
antigamente, prescrevia: “uma leitura
prazerosa é tão útil a saúde como o exercício do corpo”. E, Miguel de
Cervantes, criador de Dom Quixote, o inolvidável cavaleiro, descrito sempre em
movimento, enquanto desbrava horizontes, destaca “quem lê muito e anda muito, sabe muito e vive muito”. Como leitor compulsivo, desde a infância, e, mais recentemente
um assíduo caminhante, torço para que, possa também desfrutar destes benefícios
correlatos.
A importância
do exercício é destacada se considerarmos
que o corpo humano foi projetado para movimentar-se. Ao caminhar estamos desta
forma valorizando o corpo, e, propiciando-lhe oportunidades de exercitar
suas funções, na falta do que buscamos através de
medicamentos, remediar funções danificadas pela falta de exercício. A falta de
atenção ao corpo, ou seu mau uso, tem ensejado muitos problemas de saúde, sendo
o estresse um dos que estão mais em
evidência, na atualidade, e com o registro de que “a maioria de nós viverá tempo o bastante e bem o bastante para adoecer
seriamente de uma enfermidade relacionada ao estresse. E, dado que a maioria de
nós prefere que isso aconteça antes tarde do que cedo, vale a pena adquirir
conhecimento sobre as ligações entre estresse e doença.” (de “O fim do estresse como nós o conhecemos”). Aprendi sobre a perfeição da fantástica fábrica do corpo humano, que devidamente
exercitado, produz tudo o que a moderna industria farmacêutica posteriormente,
copia e sintetiza, e, na melhor das hipótese reforça e/ou concorre para
restabelecer seu equilíbrio original. Se, antes eu caminhava para manter as taxas de saúde no nível
recomendado, atualmente, tenho consciência de estar antes, dando a devida
atenção ao corpo. Assim também, estou valorizando o tempo, diariamente,
dedicado para caminhar, para o que concorrem ainda as belezas dos parques em
Curitiba, que são convidativas.
A oportunidade da leitura pode ser avaliada ao
considerarmos que ela exercita a
imaginação, fonte privilegiada de criatividade. Como subproduto, na companhia
de um bom livro, podemos encontrar subsídios para ter um crescimento
sustentado, ao assimilar regularmente verdadeiras pílulas de sabedoria, compartilhadas por quem entende, e, que
também servem como placas de sinalização indicando-nos o caminho para uma vida
mais verdadeira, e mais consciente. Alguém já disse que ler é como “caminhar sobre os ombros de gigantes”,
do pensamento, que desta forma deixaram registrados suas melhores intuições da
arte de viver Um bom livro é também como
uma pérola de muito valor, a ser visto e revisto, com admiração e avidez. O
hábito de ler, que obviamente não se limita a um gênero, mais inclui livros de
arte, filosofia, ciências, etc., estimula a criatividade, misto da intuição e
da razão, e, descrita como “a capacidade humana de escolher algumas
dentre as várias possibilidades preexistentes e mesclá-las, criando algo
inusitado”.
A concorrência
da televisão. Se o hábito de ler, estimula
a criatividade, seu concorrente moderno, cada dia mais difundido e absorvente, qual
seja o hábito de ver televisão, que, quase dispensa ao telespectador seu
concurso, e, quando levado ao extremo, pode mesmo conformar adictos de televisão.
Um dos resultados de ver compulsivamente televisão é, que, crescentemente, nos
flagramos, apenas repetindo e
retroalimentando-se de manchetes e chavões da mídia, consubstanciando uma
mentalidade de rebanho, o meio funcionando como um “ópio das massas”, parodiando um dito famoso; e, como toda droga,
vicia. Como agravante ainda, tem-se que “aquilo que ocupa com freqüência nossa
mente, termina definindo quem somos”. Aqui cabe o conselho bíblico, “não vos conformeis com este mundo (tomar
a forma naquilo que tem de vulgar) mas, antes, transformai-vos pela renovação
da vossa mente “. Por oportuno, recebi algum tempo atrás, uma destas
postagens, que circulam pela internet,
sob o título “O estranho em nossa
família” que relata uma parábola moderna, de como um estranho, vem viver
dentro de nossas casa, e, que seguidamente se torna o principal narrador, e
mesmo, instrutor, sendo a família apenas os reservas, do qual destaco: “Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e
comédias...Fazia-me rir, e me fazia chorar. O estranho nunca parava de falar...Meu
pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se
sentia obrigado a honrá-las...Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o
estranho veio para nossa família.Seu nome? Nós o chamamos Televisor.” Também
me incluo entre aqueles que estão crescentemente trocando horas de televisão, o
que muitas vezes significa de mesmice, por horas de pura criatividade, ao
ensejo em que imergimos no mundo da leitura. De quebra, livro-me ainda das
propagandas consumistas, massificadoras e repetitivas ad náusea, que embalam programas televisivos.
Ler e
caminhar, enfrentam as resistências naturais, consoante a lei maior da entropia
crescente, ou, tendência para a mesmice, a inércia, e, popularmente distorcida como
a lei do menor esforço, para não dizer da preguiça. Ler e caminhar, entretanto,
muito além de opções saudáveis de ocupar o tempo, são necessidades para o
desenvolvimento e/ou manutenção de uma “musculatura”
saudável da mente e do corpo. Nestes primeiros dias do ano, congratulo-me com os amigos pelo
presente comum da vida, que nos permite continuar caminhando e bebendo nas
fontes de saber, consubstanciadas nos bons livros.
Prezado Pericles,
ResponderExcluirComo projeto para 2013 havia listado em primeiro lugar cuidar mais de mim, principalmente realizando mais exercícios físicos. Em segundo lugar, no mínimo, um livro por mês.
Depois de ler o seu textos, não tenho mais como fugir. É agora ou nunca.
Um abraço, Marluci