quinta-feira, 1 de março de 2012

VIVER OU NÃO VIVER (SIMPLESMENTE EXISTIR), EIS A QUESTÃO ! - 1

Expressões contemporâneas: “ Na lápide de muita gente deveria estar escrito: Morto aos 30 anos. Enterrado aos 60” (Nicholas Murray, escritor americano). Também, alguém já disse que “Os antigos persas acreditavam que os primeiros 30 anos deviam ser passados vivendo, e os últimos 40, compreendendo a vida”. Schopenhauer disse: “os primeiros 40 anos da vida nos dão o texto; os 30 restantes, o comentário do texto”. São expressões irônicas, para não dizer irreverentes, que destacam o desperdício do não viver, isto é, simplesmente existir.

Viver de verdade. Viver uma vida autêntica opõe-se ao não viver, simulacro de vida. A alegoria da caverna, idealizada por Platão, é uma exemplificação de como podemos estar inconscientemente vivendo na condição de escuridão que nos aprisiona, e sua libertação através da luz da verdade. “Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade”. Por oportuno, a palavra “educação” vem do latim “ducere” significando “guiar”, conduzir, e o prefixo “e” significando para fora, assim educar = tirar para fora; tirar para fora da ignorância, do erro decorrente de sombras projetadas. Imagino que, dentre outras, são “cavernas” muito de senso comum e pensamentos alheios equivocadamente assimilados como verdadeiros, conformando nossas cosmovisões, e, bem assim, as raízes de amargura e frustrações alimentadas ao longo da vida que deformam nossas visões da realidade. Com a terceira idade e a aposentadoria, estou mais atento em identificar, e sair através da luz da verdade, destas “cavernas” de pensamentos e lugares comuns.

Viver no caminho. Uma das características da vida é o movimento, símbolo de dinamismo, o que pode ser ilustrado pelo ato de caminhar. Caminhar é também símbolo de esforço, que se contrapõe a preguiça, normalmente associada com imobilismo, mesmice. O crescimento é uma forma especial de movimento; há progresso. A vida autêntica é dinâmica, é movimento. Três comparações freqüentes de como vivemos a vida: como caminhantes, participantes, solitários às vezes, tais quais peregrinos (é reconhecido que peregrinar carece caminhar-se motivado "por" ou "para algo); como observadores, distantes, que vêem a vida passar da janela, sem interagir; e, mais recentemente, como telespectadores, observadores de 2ª mão, que seguem a lei do menor esforço, de deixar que outros pensem em seu lugar; poderiam relembrar a advertência de Sócrates, de que “uma vida irrefletida não vale a pena ser vivida”. Considero que meu tempo como telespectador está minimizado, mas confesso que ainda permaneço muito como observador em detrimento de caminhante.

Já os primeiros cristãos pensaram em sua relação com Jesus Cristo, o Senhor, como o Caminho, no qual deveriam andar, um rumo claro e definido para suas vidas. Jesus Cristo disse “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”, e, convidou seus seguidores a caminharem juntos com Ele (não fossem apenas ouvintes); que conhecessem a verdade (que os libertaria de uma vida inautêntica, de sombras da realidade); e, que tivessem vida autêntica (“ Eu vim para que tenham vida e vida em abundância”); e, ainda hoje Ele nos estende este mesmo convite. Creio que este convite eu já aceitei, e me encontro no Caminho.

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