quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

CONFORMADOS PELA ETERNIDADE


No dicionário encontramos “eternidade como um conceito filosófico que se refere no sentido comum ao tempo infinito; ou ainda algo que não pode ser medido pelo tempo, porquanto transcende o tempo”. Podemos, apenas, vislumbrar a dimensão da eternidade, ao considerarmos nosso lugar no Universo, que segundo estimativas da Ciência, teve início no Big-Bang, ocorrido há cerca de 15 bilhões de anos atrás, e bem assim com a formação do sistema solar e da Terra há 5-6 bilhões de anos. Outra marca da eternidade podemos inferir da vastidão do espaço onde se abrigam bilhões e bilhões de Galáxias se aproximando e, na maior parte se afastando uma das outras, cada Galaxia contendo bilhões e bilhões de estrelas. Certamente que o tamanho não é um parâmetro adequado para se aferir a importância da vida humana.
O autor cristão de “Movido pela Eternidade” ressalta o registro na Biblia, de que, Deus “ pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim” (Eclesiastes  3.11). A eternidade foi plantada em nossos corações, muito embora seja impossível compreendê-la com nosso intelecto! A eternidade dura para sempre; ela não tem fim. Entretanto, não se trata simplesmente de um tempo que jamais acaba. Falar de eternidade em termos de durabilidade perpétua é perder a idéia geral. A verdade é que a eternidade não pode ser compreendida mentalmente. Nossas mentes são finitas e estão proibidas de captar conceitos relativos ao que é perpétuo ou eterno. O que na verdade é declarado como inatingível pela nossa mente natural foi colocado em nosso coração pelo Criador. Nosso coração reconhece a eternidade. Ela nasceu em cada ser humano."
Uma curiosa abordagem que dá uma idéia de continuidade e progresso, e de como estamos, ainda, apenas nos primeiros estágios de desenvolvimento na  conformação da eternidade, é ilustrada pela linha do tempo da Criação, onde se mostra num calendário, os 15 bilhões de anos correspondendo a um ano de 365 dias. Neste calendário, em que o Big-Bang teria ocorrido em 1 de janeiro, o Sistema Solar teria sido formado em 9 de setembro, e apenas em 14 de setembro a formação da Terra. Somente no mês de dezembro ter-se-ia então os seguintes eventos:  dia 1 - atmosfera de Oxigênio começa a desenvolver-se na Terra; dia 19 - primeiros peixes e vertebrados; dia 23 - primeiras arvores e répteis; dia 24 -primeiros dinossauros; dia 27 -  primeiras aves; dia 28 -primeiras flores; extinção dos dinossauros. E, somente ao longo do dia 31 de dezembro, corresponderiam os seguintes eventos: 23:56’ - o inicio do período glacial; 23:59’:20’’ - invenção da agricultura; 23:59’:35’’ - primeiras cidades (6.250 a 5.400 AC) ; 23:59’:35’’ - primeiras dinastias no Egito (3.100 AC); 23:59’:51’’ - primeira escrita; 23:59’:56’’ - nascimento de Cristo; 23:59’:56’’ (ano zero). (Cosmologia e Criação, de Paul Brockelman)
Vida eterna. A forma como incorporamos a eternidade é descrita em termos de revelação bíblica:Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Esta a mensagem central do evangelho, que significa essencialmente boas notícias. Este menino que é Deus, é também chamado de “Pai da Eternidade”, e como tal, também nos dá a vida eterna. Muito além de infinita, uma marca desta vida eterna é o desenvolvimento continuado. “Parece que o alvo mesmo de toda a existência é uma participação, crescentemente maior, na vastidão da vida e da grandeza daquele ser que denominamos pelo nome de Deus, e assim ficamos continuamente mais saturados e envolvidos pela vida divina. Nisso consiste a vida eterna. Essa vida eterna é “minha vida”, porquanto a nós foi prometida a continuação da identidade pessoal, e não alguma substância etérea, absorvida por alguma mente universal, ou então que venha a se tornar parte do intelecto supremo e puro, segundo pensava Aristoteles. É uma forma de vida, e não visa meramente a sua duração. É a transformação segundo a imagem e o modelo de Cristo; é presente, no sentido que os homens agora são imortais (possuem almas imortais); essa vida pode influenciar agora as nossas vidas, para que percebamos quão nobre pode ser uma vida humana. Está vinculada com idéias sobre a ressurreição e a imortalidade, o que nos assegura de uma identidade pessoal contínua. É a vida essencial, a vida independente, a vida necessária semelhante à vida de Deus.”
Finalmente, a eternidade, como benção, alimenta a esperança de uma vida abundante, que continua no porvir, e bem assim, conforma a saudade daqueles entes queridos que já não estão entre nós. Neste sentido, guardo na memória, o registro tocante de um avô sobre a partida de seu neto, com apenas alguns dias de vida:       “... Driblou a Morte, reduzindo-a a condição humilhante de mero degrau, sobre o qual se apoiou e saltou alto alcançando o céu, ajudado por uma mão forte e amorosa, que do alto lhe foi estendida,  a mão de Deus. Deixando a morte para trás, na terra e no passado, trocou o temporal pelo eterno, a incubadora pelo infinito, poucas gramas  de quase nenhum músculo por um corpo glorioso igual ao de Cristo ressuscitado a lhe ser entregue na ressurreição. Até lá, conhecerá as maravilhas de Deus, sendo a maior delas o próprio Deus, a quem aprenderá a chamar de Pai. Aprenderá a história de Jesus ouvindo-a do próprio Jesus. Brincará nos jardins celestiais e explorará cada canto e recanto do paraíso, habilitando-se como cicerone do céu para aguardar a nossa chegada...com saudades....”

3 comentários:

  1. Comentários de minha amiga Ieda Egg:
    Ótimo texto, especialmente "O que na verdade é declarado como inatingível pela nossa mente natural foi colocado em nosso coração pelo Criador. Nosso coração reconhece a eternidade. Ela nasceu em cada ser humano."
    E a citação do avô "Driblou a Morte, reduzindo-a a condição humilhante de mero degrau, sobre o qual se apoiou e saltou alto alcançando o céu, ajudado por uma mão forte e amorosa, que do alto lhe foi estendida, a mão de Deus."
    É essa a nossa esperança para o futuro e o que nos dá força no presente. Abço.Ieda

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  2. Maninho lindas palavras verdadeiras que trazem alento, `a nossos coracoes, nossa alma, .....nosso ser ......., ja tao sofrido, tao esmigalhado aproximadamente ha 37 anos de ausencia dos nossos inesqueciveis Wanda e filadelfo

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  3. Que benção! Me lembrei do seguinte trecho de 1 Co 2.9-10: "Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.". Caniçali.

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