segunda-feira, 5 de abril de 2010

CONTABILIZANDO NOSSO TEMPO


“ Memento homo qui a pulvis es et in pulverem reverteris"
Passamos, diariamente, ao largo deste solene aviso sobre a gravidade e transitoriedade da vida. Além disto, temos o hábito de contabilizar os anos de vida, seja em biografias, seja nos registros da mídia, de cada notável, comparando com o que cada um fez de especial com o seu tempo.
Também, por ocasião da aposentadoria, ante as desvantagens normais, e dentre estas, a de redução das receitas, ponderávamos que o recurso mais escasso doravante, era mesmo o tempo de vida remanescente, e, para ser mais preciso, o tempo de vida útil, de uso pleno da razão; com isto minimizávamos a tentação de permanecer na rotina do mesmo trabalho (o que é diferente de permanecer em atividade) até o fim.
E, com o passar do tempo, e os prazos de validade dos sonhos vencendo, não se enquadrando também entre os notáveis, nossa biografia escassa, poderia terminar com um “nada consta”. Não obstante, compartilhamos o pensamento de que “nossas experiências mais pessoais carregam uma verdade emocional de algum modo capaz de comunicar-se universalmente. Nossas experiências íntimas pertencem a todos os outros. Nossos segredos muitas vezes são os mesmos. Nossos sentimentos privados são, estranhamente, bastante comuns”(James C. Schaap).

Sentimo-nos assim encorajados a perseverar em ampliar nossa comunicação. Porém comunicar o que? Invariavelmente estes pensamentos nos conduzem à pergunta pelo sentido da vida, tema bem desenvolvido por Viktor Frankl, criador da Logoterapia, para quem “ o homem não só deve saber de que vive: ele deve também saber para que vive. O homem não necessita somente dos meios de vida, mas também de um fim. Em vez de “que faço eu para viver?”, impõe-se a questão “vivo eu: para fazer o que?”.
Dentre as muitas respostas possíveis, recorremos aqui, por oportuno, à teoria - de autoajuda - da “semente de carvalho” ( “O Código do Ser”, de Hilmann) que a seu modo, propõe que "cada vida é formada por uma vocação que é a sua essência, que a leva para um determinado destino. Assim como o destino de um imenso carvalho já está escrito em sua pequena semente, do mesmo modo o ser humano traz em si as marcas do que há de desenvolver. Um sentido de vocação pessoal, de que existe uma razão para eu estar vivo. A teoria do fruto do carvalho sustenta que cada pessoa tem uma singularidade que pede para ser vivida e que já está presente antes de poder ser vivida”.
Nestes termos continuamos motivados, e com muitos planos. A verificar...

Um comentário:

  1. 1. Muito bom.Filosofou alto heim!
    2. Gostei em especial da referência à grande pergunta da vida. Concordo plenamente com Viktor Frankl, para quem “ Em vez de “que faço eu para viver?”, impõe-se a questão “vivo eu: para fazer o que?”.
    3. Os filósofos gregos não encontraram resposta satisfatória para esta pergunta, assim como seus sucessores.
    4. Somente as Sagradas Escrituras, particularmente, os evangelhos de Jesus, apresentam a resposta que satisfaz à esta indagação da alma. É assim resumido na sistematização da fé cristã: "O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nEle para sempre".

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