quarta-feira, 25 de agosto de 2010

NOSSAS OCUPAÇÕES E PREOCUPAÇÕES



“ Demasiados afazeres, demasiadas responsabilidades, demasiadas oportunidades, demasiados detalhes importantes para cuidar”, caracterizam grande parte da ocupação da maioria das pessoas na atualidade.
Até passamos a nos identificar por nossas ocupações, assim, por exemplo, nos apresentamos como engenheiros,... trabalhando na.... Ainda mais, síndrome da urgência, em nossas ocupações na atualidade, estamos sempre correndo, sempre com muita pressa.
Também o “medo de ficar sozinhos nos impulsiona para o barulho e para as multidões”, com a atenção fortemente dirigida pelos meios de comunicação. Estes ainda são uma forma para mantermo-nos sempre com a mente ocupada, no dia a dia.
Não somente ocupados, mas também estamos constantemente preocupados, compulsivamente, sobre o que pode nos acontecer no futuro, especulando com uma infinidade de cenários imaginados. Esses pensamentos e essas imagens, numa procissão infinita, são ladrões do tempo, pois roubam a nossa atenção, e por conseguinte nosso tempo.
Apesar de estarmos muito ocupados e preocupados, quase nunca nos sentimos, satisfeitos, realizados, e em Paz. Um sentimento de insatisfação permanece sob a superfície das nossas vidas ocupadas, e dentre estes, o enfado,o ressentimento e, não raro, a depressão.
O que nos faz falta? Certamente, de alguma ocupação que nos traga a sensação de realização, de um tempo bem aproveitado, tempo significativo - em oposição à mesmice, ao tempo desperdiçado - quando sentimos conscientemente que estamos vivenciando algo de valor permanente, que nos satisfaz, e nos preenche (de significado), e nos realiza; tem a ver com algum sentido da vida, conforme acentuado por Viktor Frankl, criador da Logoterapia, que é exatamente uma terapia centrada em encontrar sentido para o que fazemos; assim como, criar um filho, plantar uma árvore e escrever um livro, segundo o dito popular.
Jesus critica esta condição, de estarmos cheios, porém não realizados, muito atarefados porém desligados, em todo lugar, porém nunca em casa, e chama-nos a atenção: “não vos preocupeis... buscai, pois em primeiro lugar, o Reino de Deus”. Isto não é uma fuga da realidade, mas antes uma forma sui-gêneris de nos ocupar dia a dia. E o que significa este chamado? Significa, parafraseando uma expressão empregada pela Ciência, que somos convidados a “ver as coisas dos ombros de Deus”, da perspectiva de Deus. Só assim, podemos ter uma visão correta, mais abrangente, daquilo que pode melhor nos ocupar o tempo com real valor, ensejando uma sensação de plenitude, de realização, de Paz! Além disso, cansa menos (somos carregados), temos uma visão mais ampla (em seus ombros), e nos encanta a cada minuto (um tempo significativo). Porque não tentar? afinal a barreira do pré-conceito (idéias errôneas do Reino de Deus), pode ser ultrapassada!
(extraido e adaptado de "CRIAR UM ESPAÇO PARA DEUS", por Henri Nouwen)

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