terça-feira, 8 de novembro de 2011

Dr. FILADELFO FIGUEIREDO, A QUEM HONRA, HONRA !


Registro do coração, de nossa irmã Vanda Lucia em 08.11.2011:Hoje faz 94 anos do nascimento, na cidade de Aracoiba , municipio de Baturité , de Philadelfo Pinto Phigueiredo (nosso pai), filho do casal vôvô Dorinha e vovó Santa, nomes pelos quais ficaram em nossa memória. Fazia parte de uma família grande com cinco irmãs e um irmão. Juntamente com o irmão, foram mandados para Recife, a fim de estudar no grande Colegio Americano Batista, haja visto morarem na Fazenda Pedra Aguda. Ali Philadelfo permaneceu por vários anos, tendo servido ao Exercito, ocasião em que permaneceu de prontidão, na expectativa de participação nas Forças Expedicionárias Brasileiras, durante a 2ª Guerra Mundial, e na sequência se formou em Engenharia Química. Em Recife conheceu ainda sua esposa muito amada, a graciosa, culta e meiga, jovem Wanda, com quem mais tarde se casou, e construiu uma familia com cinco filhos. Falar sobre papai, não é dificil, pois posso encontrar um exemplo de vida na Biblia e, sem medo de estar exagerando, parafraser o texto bíblico do livro de Jó, dizendo que também “Havia na Fazenda Pedra Aguda um homem, cujo nome era Filadelfo (nome atualizado, e que significa amigo do irmão), homem reto, íntegro, que temia a Deus e se desviava do mal......”. Foi um exemplo de vida íntegra, de um caráter ilibado, e um servo fiel do Deus Altissimo. Na Igreja era aquela voz sábia, moderador por excelência, procurando sempre seguir em tudo a vontade e orientação de Deus. Ali, foi por muitos anos, Professor e Superitendente da Escola Dominical, Presbítero, e dirigente de Congregacões, não medindo esforços, em servir a Deus, exemplo este, que muito influenciou aos filhos a buscarem com ardor e amor, servir a Deus, mais e mais. Batalhou muito, enfrentou muitas adversidades na vida , mas as venceu com honra, sempre deixando um exemplo de vida para os filhos. Logo cedo, ao se casar, mudou-se para Sobral–Ce, onde foi trabalhar na Companhia Industrial de Algodão e Oleo, onde, por infelicidade, sofreu um acidente de certa gravidade, tendo fraturado as duas pernas. Não se abateu, enfrentou com resignação as dores e dificuldades do momento, e, pela graça de Deus restabeleceu-se para alegria da família, então mais movimentada com a presença de três filhos pequenos. Mais tarde transferiu-se para Campina Grande,Pb, indo trabalhar noutra grande fábrica de óleo. Sempre procurou nos dar o melhor que podia nos oferecer, em particular, valorizando os estudos, que acreditava ser o melhor patrimônio que poderia nos legar. Assim, e com grande esforço, enviou os dois filhos mais velhos para estudarem, como internos, no Colégio 15 de Novembro, em Garanhuns, Pe, visando um melhor aprendizado. Papai, durante o tempo que tivemos o privilegio de estar desfrutando de sua companhia, nos deu ensinamentos e exemplos profundos de como caminhar com Deus, com honestidade, fidelidade, e caráter. Foi um homem que quando necessário não se eximia de corrigir um filho, o que fazia com austeridade, visando nos mostrar o caminho certo, sem deixar de demonstrar junto, o seu amor, zelo, carinho e cuidado. Deus lhe concedeu o privilegio de casar os cinco filhos, e também de comemorar suas formaturas, que via agradecido como coroamento de sua missão como chefe de família, e motivo privado de grande e santo orgulho. A vocação pastoral dos dois filhos mais novos, posteriormente, selou a benção de uma vida de serviço a Deus, e que hoje podemos entender, como reposta a suas orações diárias de intercessão pela familia, na companhia de nossa mãe – que costumavam ocorrer logo bem cedo, antes de clarear o dia – pedindo a Deus para que nenhum de seus filhos perdesse a promessa divina de vida eterna, desviando-se na estrada da vida, ou trilhando caminhos da perdição. Durante a sua caminhada de vida, Deus levou para junto de Si, sua companheira e ajudadora de toda vida, a sua "nega", como ele a chamava, carinhosamente. Mamãe não chegou a ver plenamente os frutos de sua batalha na educação dos filhos, nem desfrutar , graciosamente, de suas vitorias e, sobretudo, o que ela mais ansiava, ver um neto; teve apenas a conhecimento do anuncio da vinda próxima do primeiro neto. Deus achou por bem levá-la para junto de si, já no dia 18/03/1975, ainda jovem, nos seus 55 anos de vida. No coração de nosso Pai ficou então um grande vazio, só depois suprido por Deus, que em sua infinita sabedoria, amor, graça e misericórdia, o agraciou com uma nova esposa, viúva, mulher também exemplo de honestidade, serenidade e companheirismo. Ivonete, em todos os anos vividos ao lado de Papai, demonstrou um zelo especial, cuidado, dedicação e amor, e, teve a sabedoria de respeitar com todo carinho as lembranças de Mamãe, cuidando em não assumir ou usurpar sua doce, e maravilhosa lembrança.
Da chamada final de nosso Pai, guardo na memória os seguintes passos: no dia 26/10/1992, uma segunda feira, aproximadamente meio dia, ao estar saindo para apanhar meus filhos na Escola, já com o carro na rua, Papai me telefona. Normalmente, eu pediria para avisar-lhe que eu ligaria quando eu chegasse. Desta vez contudo, resolvi deixar o carro na calçada, e ainda com o motor ligado, fui atender o telefone, mesmo estando já atrasada. Era meu Pai falando, me aconselhando para que "eu tivesse cuidado com minha saúde, com minha vida, pois eu não o teria para sempre; que eu deveria me amar, pois só assim eu poderia cuidar melhor de mim mesma, e ter saúde para cuidar de meus filhos. Eu até brinquei com ele e disse: Papai , mas quem tem pressão alta é o Senhor , e é quem tem que se cuidar mais, para poder cuidar dos netos. E, a resposta que tive foi “minha filha, da minha saúde Deus já cuidou; ... você sim, se cuide, se ame, nunca esqueça isto, por amor a seus filhos”. Foram estas suas últimas palavras, e de que nunca esquecerei..... até hoje as escuto tal qual foram pronunciadas...... no seu tom de voz sério, e de quem se preocupava todo tempo, conosco. Escuto repetidamente estes conselhos de amor, e que foram também de sua despedida. Nada mais que alguns minutos nos separava do inevitável, do que Deus já havia predeterminado. Deus o levou sem sentir uma dor, não teve enfarte fulminante, não teve qualquer outro problema que o levasse; imagino, que somente Deus lhe disse “vem meu filho” e desligou a máquina da sua vida. Atendeu desta forma um dos seus íntimos desejos, de que sempre falava, para que Deus o livrasse de ficar inválido encima de uma cama. Seu rosto se fixou com uma serenidade tal, que era como de alguém que estivesse vislumbrando algo lindo, maravilhoso que trazia paz, sem sinal dor, mas, sim, de quem estaria passando um momento muito especial, tudo era só felicidade. Era como que se quisesse ainda nos deixar uma ultima mensagem: “vejam estou feliz, não se preocupem... estou com Wanda”. Dele também pode ser dito,"combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé". Ainda com saudade infinita, nunca te esqueceremos amado pai, papai, painho, paizinho, nosso exemplo de vida.”
E, também, eu, deste lado da eternidade, em nome de todos os irmãos, com muita emoção, ainda peço, uma vez mais, SUA BENÇÃO, MEU PAI !
P.S. Filadelfo Figueiredo / Nascimento em 8/11/1917 /Chamado à presença de Deus em 26/10/1992 /Novo Nascimento, do Espirito em algum momento entre estas datas / Atualmente, no gozo da Vida Eterna, e, em espírito, na companhia dos santos, aguardando a ressurreição do Corpo

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