Conflitos
e ameaças – presentes ou potenciais – estão entre as causas mais comuns de
preocupação, gerando ainda medo, ansiedade, angústia, e, não raro, depressão. No
seu enfrentamento, destacamos uma teoria científica e um ensinamento bíblico.
A “Teoria da Inteligência
Multifocal” – TIM, foi desenvolvida pelo médico psiquiatra, e
escritor consagrado, Augusto Cury. Em “O Funcionamento da Mente”, CURY pondera
que “desviar os pensamentos ou tentar se distrair para superar
o estresse e os conflitos é a pérola das técnicas populares utilizadas pelo Eu.
... Mas ela tem baixo nível de eficiência. ... Há complexas causas, com
diversas subdivisões, que justificam essa ineficiência. Para compreendê-las,
temos de analisar as áreas que estão no epicentro do funcionamento da mente e
que dificultam o gerenciamento psíquico”.
Consoante esta teoria, “um dos fatos
mais importantes sobre o processo de construção de pensamentos é que não só o
Eu lê a memória e os produz; há três fenômenos inconscientes que realizam a
mesma tarefa: as janelas estruturais da memória, o gatilho da memória, e o
autofluxo.Estes três
fenômenos são coadjuvantes, de maneira que o principal ator do teatro da nossa
mente é, ou deveria ser, o Eu. Precisamos, não obstante, entender que os atores
coadjuvantes cooperam uns com os outros na saúde e na doença.
A TIM mostra que, sem os
atores coadjuvantes, o Eu não se formaria, não saberíamos quem somos e nem
nossa identidade, pois antes de o Eu ter consciência de si mesmo, precisa de
milhões de pensamentos arquivados, produzidos pelos três coadjuvantes citados. Impõe-se
então gerenciar os pensamentos, isto é, capacitar o Eu que representa a nossa
capacidade consciente de decidir, para ser ator principal no teatro da nossa
mente. Sair da platéia e dirigir o script da vida”.
A Teoria tem como pressuposto
de que, “tudo o que pensamos e sentimos é registrado
automaticamente na memória, quer o desejemos ou não, isto é, o registro na memória independe
do Eu; é feito inconscientemente (seu Eu não seleciona o que quer registrar).
Por sua vez, também, a memória
humana não é lida globalmente, mas por áreas específicas a que chamo de janelas
estruturais da memória. Não acessamos arquivos inteiros, como nos
computadores, mas as janelas. A janela da memória é, assim, um território de
leitura num determinado momento existencial. Através das janelas vemos,
reagimos, interpretamos... Quantas vezes tentamos lembrar-nos de algo que não
nos vem à idéia? Nesse caso, a janela permaneceu fechada ou inacessível.
Algumas janelas são belíssimas, e, geram prazer, coragem, respostas inteligentes.
Outras são doentias, geram ansiedade, ódio, desmotivação. Outras são neutras e
contêm milhões de informações numéricas, endereços e dados.
Temos milhões
de janelas no córtex cerebral. Em cada janela pode haver centenas ou milhares
de informações e experiências agregadas. O maior desafio do ser humano é abrir o máximo de janelas em
cada situação. Se ele abre diversas janelas, poderá dar respostas inteligentes.
Se as fecha, poderá dar respostas inseguras, medíocres, estúpidas, agressivas.
Somos mais instintivos e animalescos quando fechamos as janelas, e mais
racionais quando as abrimos. O mundo dos sentimentos possui as chaves para
abrir as janelas. O medo, a tensão, a angústia, o pânico, a raiva e a inveja
podem fechá-las. A tranquilidade, a serenidade, o prazer e a afetividade podem
abri-las.
O Eu tem muitas habilidades, mas além de não ter controle sobre
registros na memória, não tem o poder de
apagar os arquivos uma vez registrados automaticamente na memória. Ele
desconhece, por exemplo, o endereço das janelas traumáticas no córtex cerebral,
porque penetra na cidade da memória no escuro, sem mapa ou orientação
espaço-temporal. Elas estão pulverizadas em múltiplos bairros do córtex
cerebral.”
Como
tratar da preocupação? compreender o funcionamento da mente, gerenciar os
pensamentos, e usar certas técnicas especificamente desenvolvidas, constituem o
objeto da TIM, tendo como uma das metas ajudar no processo de libertação do
cárcere da preocupação.
A perspectiva bíblica. Escrevendo
sobre “a preocupação, sua causa, e, sua cura”, D. Martin Lloyd-Jones afirma que “a preocupação é uma entidade definida, uma força, e um
poder. E nem teremos começado a
compreender essa força a menos que percebamos que tremendo poder ela é. Muito
mais do que uma atitude meramente negativa, como um fracasso de nossa parte ao
fazer certas coisas, a preocupação é algo positivo, que chega a lutar conosco e
a assumir o controle sobre nós. Trata-se de um gigantesco poder, de uma força
ativa, e, se não nos conscientizarmos disso, sem a menor dúvida seremos
derrotados por esse poder. Se essa força não puder nos forçar a nos sentirmos
ansiosos, sobrecarregados e abatidos em face do estado e da condição das coisas
com que nos defrontamos no presente, então ela dará esse passo seguinte, e
transferirá a atenção para o futuro. O Nosso Senhor Jesus Cristo personalizou a
preocupação, e a considerou um poder, quase uma personalidade que se apossa de
você, e que, a despeito do que possa parecer, fica argumentando com você,
apresentando uma razão após outra. E isso conduz o indivíduo àquela
curiosíssima situação em que ele quase deseja não ser aliviado e libertado.
A verdade é
que a atitude de preocupação se caracteriza por uma fértil imaginação, podendo
imaginar toda a espécie de possibilidades,
e, com o seu tremendo poder e atividade pode transportar-nos para o futuro,
para alguma situação que ainda espera à nossa frente. E então nos achamos
preocupados, atribulados e subjugados por algo que é inteiramente imaginário.
Orientação aos
crentes: na Biblia somos orientados “Não andeis ansiosos por coisa alguma”; não significa que jamais deveríamos pensar, sob hipótese
alguma, e sim, que não nos devemos deixar vencer pela preocupação. Nos convém
fazer aquilo que é certo, aquilo que é razoável, aquilo que é legítimo.
Entretanto jamais deveríamos dedicar tão grande parcela de nossos pensamentos e
cuidados a essas coisa, ficando tão preocupados com elas que cheguem a
dominar-nos a vida, ou a limitar a nossa utilidade no presente. Esse é o ponto
onde cruzamos a linha do pensamento e das cautelas razoáveis, para a ansiedade
e a preocupação. De acordo com Nosso Senhor Jesus Cristo, a questão vital é não
gastar cada dia de sua vida adicionando o grande total de tudo o que possa
acontecer com você durante toda a sua permanência neste mundo. Por assim dizer,
há uma cota diária de problemas e dificuldades na vida. Cada dia tem as suas
próprias dificuldades,e, alguns desse problemas são permanentes, repetindo-se
dia após dia, ao passo que outros variam. Todavia, o ponto fundamental é
perceber que cada dia deve ser vivido por si mesmo, como uma unidade. Não seja
insensato, não desperdice as suas energias, não gaste o seu tempo
preocupando-se com aquilo que já passou, ou a respeito do futuro, que ainda nem
chegou. Aqui está o dia de hoje; viva este dia no máximo de suas
potencialidades.
A preocupação excessiva sempre envolve a falha de não aprendermos o bastante sobre nossa própria fé, e como
aplicá-la. A fé não opera automaticamente. Podemos pensar na fé em termos
de um homem que tem uma conversa consigo, a respeito de si mesmo e a respeito
de sua fé. Assim como o salmista dialoga no seu íntimo: “por que estás abatida, ó minha
alma? Por que te perturbas dentro de mim?”. É assim que conseguimos que a nossa fé se amplie. É
necessário falarmos conosco a respeito de nossa fé. Você precisa cultivar a sua
fé, dando-lhe criteriosa atenção. Finalmente, uma grande parte da fé,
especialmente nessa conexão, consiste exatamente em recusar-se a aceitar
pensamentos ansiosos. Ter fé significa recusar-se a pensar sobre coisas
preocupantes, recusar-se a pensar sobre o futuro naquele sentido errado”.
Excelente reflexão tio! Principalmente nos dias que vivemos em nossa nação! Recentemente um missionário em sua pregação fez a seguinte afirmação: " a crise é a ferramenta que exercita a musculatura da nossa fé"
ResponderExcluirRealmente precisamos confiar mais, mesmo diante das preocupações, descansarmos sabendo que o Senhor toma sobre si nosso fardo!
Deus o abençoe e continue lhe inspirando!
Está explicado porque é a minha leitora n.1. Bjs do Tio
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