quarta-feira, 10 de março de 2010

As artes mais que necessárias da música e da dança


Desde muito cedo reconheci uma habilidade inata para as ciências, com sua ênfase no raciocínio lógico, científico, com destaque para as disciplinas da matemática e da física. Posteriormente tornei-me um autodidata, suficiente para consumo próprio, em Filosofia - em que na realidade fiz algumas matérias avulsas, e tive o privilégio de estudar com dois filosofos vocacionados, Estrela Bohadana e José Sotero, da Faculdade Teológica Bennet - e História. A religião sempre foi uma constante, e presentemente minha frente de atuação. Desejo agora, fechar o ciclo, rompendo a barreira da ignorância, investindo no conhecimento das artes da música e da dança.
Durante muito tempo, a dança se constituiu num tabu, quase um fruto proibido, em razão de algum aspecto cultural ultrapassado, de diferenciação religiosa, pelo menos no ambiente em que vivi. Constatado o equívoco, chega-se à fase adulta de frustração pela falta de ritmo. E com a vinda da terceira idade, a descoberta da beleza destas artes, e a curtição cada dia mais seletiva da música, e dos belos espetáculos de dança, onde pontifica a fabulosa Ana Botafogo.
Na dança tenho ainda a motivação de proporcionar à minha esposa, momentos de maior enlevo, oportunidades quase esquecidas de olhar nos olhos, e exercitar a sensualidade bálsamo para a renovação da vida conjugal. Neste ínterim descobri a professora Ruth Fleury, uma vocacionada e apaixonada pelo ensino da dança de salão (Academia Prepara e Vai, no Rio de Janeiro), com quem passamos, eu e a esposa, a tomar aulas particulares, para então constatar o alto preço a pagar pelo atraso, somente aliviado pela perseverança e paciência da mestra.
E, com atraso, só agora vou descobrindo a necessidade dessas artes. É que “ a música quase que faz parte da alma humana. A cada acontecimento de nossas vidas podemos associar um som, uma cor, um cheiro, uma presença, uma emoção. Poucas coisas, entretanto, podem ser tão memorizadas e revividas quanto as vibrações de uma música. Vivemos esta experiência desde o ventre de nossa mãe, embalados pelos seus batimentos cardíacos. “
E a educadora nestas artes, Maria Fux, complementa : “O movimento, unido ao estímulo musical, permite uma compreensão total da música, o que não acontece quando alguém escuta ou se move sem escutar. A idéia é: não é possível compreender a música sem a experiência da mobilização corporal. Nas aulas de dança se adquire a música através do corpo: pode-se escutar melhor movendo-se.”
A música é uma forma de comunicação plena do homem, envolve por igual, intelecto, sentimentos e vontade, e a dança é uma afirmação de valor do corpo, com o movimento da vida. As artes assim necessárias da música e da dança, juntamente com a técnica - correntemente crítica para quem quer se comunicar - da internet, constituem-se então meus grandes desafios correntes, e só o tempo para superar as barreiras remanescentes do corpo, e que também são limitações da alma.

2 comentários:

  1. Querido Tio Péricles, eu espero que suas aulas já estejam surtindo o efeito esparado. O Sr escreve muito bem. Beijos da quase "nora-sobrinha", Martinha.

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  2. Meu caro, nisso estamos bem próximos. Também paguei caro pela satanização da dança na visão presbiteriana de Manhumirim. Lendo Harvey Cox, senti que o preço fora maior ainda. A julgar pela foto, a dança tem feito mais bem à Regina...E, lembrando nossas andanças pelos caminhos da Filosofia, aonde andam Estrela e prof. Otero? Vá em frente, meu amigo! A dança é a poesia do corpo. Parabéns!

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